Como serás tu, 2021? - anabela santos
Opinião » 2021-01-10 » AnabelaSantos"Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança"
O nosso maior desejo era fechar a porta a 2020 e abrir, com toda a esperança, a janela a 2021. E assim foi. Com música, alegria, festarola e fogo de artifício, tudo com peso e medida, pois havia regras a cumprir. Acreditamos que nos livrámos do peso colossal que nos abateu durante vários meses. O malvado ano de 2020 ficou para trás e recebemos, de braços abertos, 2021.
Mas a nossa consciência diz-nos que não será assim. Não vamos conseguir transportar, naturalmente, as coisas positivas do ano que acabou para o ano que está a começar e deixar o “horror” para trás. Não estou a ser pessimista, simplesmente sou realista e reconheço que no momento em que desejámos um bom ano aos nossos amigos e familiares, o nosso coração sentiu, mas a razão não concordou.
A preocupação continua. A pandemia acompanha-nos, as medidas de segurança continuam, o espírito continua atormentado pelo medo e a falta de esperança, a crise agrava-se e o mundo continua estranho e triste.
E esta preocupação, sem fim, alastra-se a todo o mundo. Na questão da pandemia, não sendo este o único ou mais grave problema do momento, tanto são preocupantes os milhares de casos que surgem diariamente na Europa, como os treze casos de que temos conhecimento em Timor, pois com a falta de condições na a “Ilha Encantada”, o medo é redobrado. Não existem hospitais, ventiladores ou condições para assegurar o bem estar e a salvação das pessoas. No entanto, mesmo tendo consciência de que tudo pode acontecer, continuamos a acreditar que, por aqui, o sol irá continuar a brilhar.
Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança, que tudo volte à normalidade. Não precisa de ser o melhor ano das nossas vidas, só precisamos que seja normal, que retome o equilíbrio natural, mesmo com todos os problemas inerentes a esse equilíbrio.
Infelizmente, ao escrever este texto, só me vem à mente a imagem da capa da “Paródia“, criada em 1901, há cento e vinte anos, por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, e na qual podemos ler o diálogo entre o astrólogo e o Zé Povinho:
“Astrólogo – Que te parece o século XX, hein?
Zé – Ora, que me há de parecer. Mais outro século sem vintém. “
Ou seja, desgraçadamente, tendo em conta as palavras do Zé Povinho, e dando uma conotação mais alargada à palavra vintém, concluo que tudo não passa de uma continua e sucessiva sucessão de “paródias“ acometidas pelos variados parodiantes, sendo estes todos e quaisquer acontecimentos que influenciam e comandam a nossa vida, que, sucessivamente, nos chocalham a cada instante e a cada acto. Mas nós, seres resilientes, persistentes e teimosos, vamos confiar, mesmo que à partida já estejamos a desconfiar.
Eu, para florear o meu pensamento, começo já por acreditar neste início de ano, e neste mês de Janeiro, que os resultados da vacina começam a ter efeitos positivos, que não temos de voltar ao ensino à distância, que, no dia da eleição para o Presidente da República, o número da abstenção vai ser mínimo, que o meu Sporting irá manter a liderança no campeonato e, por fim, que haja uma luz de esperança para a solução da crise que atinge toda a população.
Vamos confiar. Um bom ano para todos nós! O coração sente, mesmo que a razão não concorde.
Como serás tu, 2021? - anabela santos
Opinião » 2021-01-10 » AnabelaSantosMesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança
O nosso maior desejo era fechar a porta a 2020 e abrir, com toda a esperança, a janela a 2021. E assim foi. Com música, alegria, festarola e fogo de artifício, tudo com peso e medida, pois havia regras a cumprir. Acreditamos que nos livrámos do peso colossal que nos abateu durante vários meses. O malvado ano de 2020 ficou para trás e recebemos, de braços abertos, 2021.
Mas a nossa consciência diz-nos que não será assim. Não vamos conseguir transportar, naturalmente, as coisas positivas do ano que acabou para o ano que está a começar e deixar o “horror” para trás. Não estou a ser pessimista, simplesmente sou realista e reconheço que no momento em que desejámos um bom ano aos nossos amigos e familiares, o nosso coração sentiu, mas a razão não concordou.
A preocupação continua. A pandemia acompanha-nos, as medidas de segurança continuam, o espírito continua atormentado pelo medo e a falta de esperança, a crise agrava-se e o mundo continua estranho e triste.
E esta preocupação, sem fim, alastra-se a todo o mundo. Na questão da pandemia, não sendo este o único ou mais grave problema do momento, tanto são preocupantes os milhares de casos que surgem diariamente na Europa, como os treze casos de que temos conhecimento em Timor, pois com a falta de condições na a “Ilha Encantada”, o medo é redobrado. Não existem hospitais, ventiladores ou condições para assegurar o bem estar e a salvação das pessoas. No entanto, mesmo tendo consciência de que tudo pode acontecer, continuamos a acreditar que, por aqui, o sol irá continuar a brilhar.
Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança, que tudo volte à normalidade. Não precisa de ser o melhor ano das nossas vidas, só precisamos que seja normal, que retome o equilíbrio natural, mesmo com todos os problemas inerentes a esse equilíbrio.
Infelizmente, ao escrever este texto, só me vem à mente a imagem da capa da “Paródia“, criada em 1901, há cento e vinte anos, por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, e na qual podemos ler o diálogo entre o astrólogo e o Zé Povinho:
“Astrólogo – Que te parece o século XX, hein?
Zé – Ora, que me há de parecer. Mais outro século sem vintém. “
Ou seja, desgraçadamente, tendo em conta as palavras do Zé Povinho, e dando uma conotação mais alargada à palavra vintém, concluo que tudo não passa de uma continua e sucessiva sucessão de “paródias“ acometidas pelos variados parodiantes, sendo estes todos e quaisquer acontecimentos que influenciam e comandam a nossa vida, que, sucessivamente, nos chocalham a cada instante e a cada acto. Mas nós, seres resilientes, persistentes e teimosos, vamos confiar, mesmo que à partida já estejamos a desconfiar.
Eu, para florear o meu pensamento, começo já por acreditar neste início de ano, e neste mês de Janeiro, que os resultados da vacina começam a ter efeitos positivos, que não temos de voltar ao ensino à distância, que, no dia da eleição para o Presidente da República, o número da abstenção vai ser mínimo, que o meu Sporting irá manter a liderança no campeonato e, por fim, que haja uma luz de esperança para a solução da crise que atinge toda a população.
Vamos confiar. Um bom ano para todos nós! O coração sente, mesmo que a razão não concorde.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |