Como serás tu, 2021? - anabela santos
"Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança"
O nosso maior desejo era fechar a porta a 2020 e abrir, com toda a esperança, a janela a 2021. E assim foi. Com música, alegria, festarola e fogo de artifício, tudo com peso e medida, pois havia regras a cumprir. Acreditamos que nos livrámos do peso colossal que nos abateu durante vários meses. O malvado ano de 2020 ficou para trás e recebemos, de braços abertos, 2021.
Mas a nossa consciência diz-nos que não será assim. Não vamos conseguir transportar, naturalmente, as coisas positivas do ano que acabou para o ano que está a começar e deixar o “horror” para trás. Não estou a ser pessimista, simplesmente sou realista e reconheço que no momento em que desejámos um bom ano aos nossos amigos e familiares, o nosso coração sentiu, mas a razão não concordou.
A preocupação continua. A pandemia acompanha-nos, as medidas de segurança continuam, o espírito continua atormentado pelo medo e a falta de esperança, a crise agrava-se e o mundo continua estranho e triste.
E esta preocupação, sem fim, alastra-se a todo o mundo. Na questão da pandemia, não sendo este o único ou mais grave problema do momento, tanto são preocupantes os milhares de casos que surgem diariamente na Europa, como os treze casos de que temos conhecimento em Timor, pois com a falta de condições na a “Ilha Encantada”, o medo é redobrado. Não existem hospitais, ventiladores ou condições para assegurar o bem estar e a salvação das pessoas. No entanto, mesmo tendo consciência de que tudo pode acontecer, continuamos a acreditar que, por aqui, o sol irá continuar a brilhar.
Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança, que tudo volte à normalidade. Não precisa de ser o melhor ano das nossas vidas, só precisamos que seja normal, que retome o equilíbrio natural, mesmo com todos os problemas inerentes a esse equilíbrio.
Infelizmente, ao escrever este texto, só me vem à mente a imagem da capa da “Paródia“, criada em 1901, há cento e vinte anos, por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, e na qual podemos ler o diálogo entre o astrólogo e o Zé Povinho:
“Astrólogo – Que te parece o século XX, hein?
Zé – Ora, que me há de parecer. Mais outro século sem vintém. “
Ou seja, desgraçadamente, tendo em conta as palavras do Zé Povinho, e dando uma conotação mais alargada à palavra vintém, concluo que tudo não passa de uma continua e sucessiva sucessão de “paródias“ acometidas pelos variados parodiantes, sendo estes todos e quaisquer acontecimentos que influenciam e comandam a nossa vida, que, sucessivamente, nos chocalham a cada instante e a cada acto. Mas nós, seres resilientes, persistentes e teimosos, vamos confiar, mesmo que à partida já estejamos a desconfiar.
Eu, para florear o meu pensamento, começo já por acreditar neste início de ano, e neste mês de Janeiro, que os resultados da vacina começam a ter efeitos positivos, que não temos de voltar ao ensino à distância, que, no dia da eleição para o Presidente da República, o número da abstenção vai ser mínimo, que o meu Sporting irá manter a liderança no campeonato e, por fim, que haja uma luz de esperança para a solução da crise que atinge toda a população.
Vamos confiar. Um bom ano para todos nós! O coração sente, mesmo que a razão não concorde.
Como serás tu, 2021? - anabela santos
Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança
O nosso maior desejo era fechar a porta a 2020 e abrir, com toda a esperança, a janela a 2021. E assim foi. Com música, alegria, festarola e fogo de artifício, tudo com peso e medida, pois havia regras a cumprir. Acreditamos que nos livrámos do peso colossal que nos abateu durante vários meses. O malvado ano de 2020 ficou para trás e recebemos, de braços abertos, 2021.
Mas a nossa consciência diz-nos que não será assim. Não vamos conseguir transportar, naturalmente, as coisas positivas do ano que acabou para o ano que está a começar e deixar o “horror” para trás. Não estou a ser pessimista, simplesmente sou realista e reconheço que no momento em que desejámos um bom ano aos nossos amigos e familiares, o nosso coração sentiu, mas a razão não concordou.
A preocupação continua. A pandemia acompanha-nos, as medidas de segurança continuam, o espírito continua atormentado pelo medo e a falta de esperança, a crise agrava-se e o mundo continua estranho e triste.
E esta preocupação, sem fim, alastra-se a todo o mundo. Na questão da pandemia, não sendo este o único ou mais grave problema do momento, tanto são preocupantes os milhares de casos que surgem diariamente na Europa, como os treze casos de que temos conhecimento em Timor, pois com a falta de condições na a “Ilha Encantada”, o medo é redobrado. Não existem hospitais, ventiladores ou condições para assegurar o bem estar e a salvação das pessoas. No entanto, mesmo tendo consciência de que tudo pode acontecer, continuamos a acreditar que, por aqui, o sol irá continuar a brilhar.
Mesmo com todos os receios e incertezas, a verdade é que o Ano Novo chegou e o que queremos é que seja um ano de mudança, que tudo volte à normalidade. Não precisa de ser o melhor ano das nossas vidas, só precisamos que seja normal, que retome o equilíbrio natural, mesmo com todos os problemas inerentes a esse equilíbrio.
Infelizmente, ao escrever este texto, só me vem à mente a imagem da capa da “Paródia“, criada em 1901, há cento e vinte anos, por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, e na qual podemos ler o diálogo entre o astrólogo e o Zé Povinho:
“Astrólogo – Que te parece o século XX, hein?
Zé – Ora, que me há de parecer. Mais outro século sem vintém. “
Ou seja, desgraçadamente, tendo em conta as palavras do Zé Povinho, e dando uma conotação mais alargada à palavra vintém, concluo que tudo não passa de uma continua e sucessiva sucessão de “paródias“ acometidas pelos variados parodiantes, sendo estes todos e quaisquer acontecimentos que influenciam e comandam a nossa vida, que, sucessivamente, nos chocalham a cada instante e a cada acto. Mas nós, seres resilientes, persistentes e teimosos, vamos confiar, mesmo que à partida já estejamos a desconfiar.
Eu, para florear o meu pensamento, começo já por acreditar neste início de ano, e neste mês de Janeiro, que os resultados da vacina começam a ter efeitos positivos, que não temos de voltar ao ensino à distância, que, no dia da eleição para o Presidente da República, o número da abstenção vai ser mínimo, que o meu Sporting irá manter a liderança no campeonato e, por fim, que haja uma luz de esperança para a solução da crise que atinge toda a população.
Vamos confiar. Um bom ano para todos nós! O coração sente, mesmo que a razão não concorde.
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-06-06
» Jorge Carreira Maia
Encontros |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |