Mecenatos de papel - josé júlio gonçalves
Opinião » 2025-02-16
Deveria seguir-se a demolição do prédio que foi construído em cima do rio há mais de cinquenta anos e a libertação de terrenos junto da fábrica velha
Estamos em tempo de cheias no nosso Rio Almonda. Podem não ser grandes, mas bastam para criar renovação e limpeza deste curso de água, trazendo nova vida. Exige-se também a intervenção das autoridades municipais com a abertura de adufas nos vários açudes, o que vai permitir a passagem do peixe que agora anda à procura de locais de desova. Em especial os barbos e daqui a algumas semanas os escalos e os ruivacos. Quanto a bogas, há muito que desapareceram do Tejo.
Chegou-nos ao conhecimento que a empresa de fabrico de papel denominada Renova, teria feito um acordo com a câmara local em que esta firma seria uma espécie de mecenas com a oferta de papel higiénico e guardanapos em ofertas institucionais ou outros usos. Com isto não lembra ao diabo, recordo também o baixo custo da água para o processo de fabrico do papel.
Um verdadeiro contrato de mecenato deveria começar pela Renova pedir desculpa aos torrejanos por todas as ocorrências de poluição e matança de vida aquática ao longo dos anos que, infelizmente, se mantém em alguns dos dias de hoje. Deveria seguir-se a demolição do prédio que foi construído em cima do rio há mais de cinquenta anos e a libertação de terrenos junto da fábrica velha para se fazer uma praia fluvial que todos merecemos. Incluindo nisto, sugerimos um museu do papel nas velhas instalações desactivadas. Depois, a libertação da nascente, que é pública, a remoção da rede de vedação para que as autoridades que todos elegemos, possam gerir as águas que vão saindo da nascente. E também possibilitar a todos os locais a captação de água para os seus usos como sempre o fizeram. A Renova também poderia custear a limpeza do leito do rio e repovoamento com as espécies piscícolas locais. Isto seria um verdadeiro contrato de mecenato com o município de Torres Novas e deixar de lado a publicidade barata com guardanapos e papel higiénico que todos sabemos para que servem.
Lastimamos que aqueles que decidem em nosso nome se deixem enrolar numa novela de produtos da Renova e não exijam o que é de direito do povo torrejano. Lembremo-nos que aquela empresa não tem opções de sair da nossa região, porque também não tem outro lugar para recolher água destinada ao seu fabrico. A não ser que se instale na costa e use água do mar devidamente tratada. E também, como visa o máximo lucro, este “contrato de mecenato” serve perfeitamente para a propaganda barata e esperemos que os seus trabalhadores aufiram melhores ordenados ou que, por alturas festivas, sejam contemplados com oferta de produtos Renova.
Já agora, sugiro à câmara local o contacto com os proprietários da fábrica de álcool de Lapas para que possam também custear a limpeza do rio e a introdução de espécies que mataram há muitos anos. Quem não se lembra do melaço e dos cheiros que exalava?
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Mecenatos de papel - josé júlio gonçalves
Opinião » 2025-02-16Deveria seguir-se a demolição do prédio que foi construído em cima do rio há mais de cinquenta anos e a libertação de terrenos junto da fábrica velha
Estamos em tempo de cheias no nosso Rio Almonda. Podem não ser grandes, mas bastam para criar renovação e limpeza deste curso de água, trazendo nova vida. Exige-se também a intervenção das autoridades municipais com a abertura de adufas nos vários açudes, o que vai permitir a passagem do peixe que agora anda à procura de locais de desova. Em especial os barbos e daqui a algumas semanas os escalos e os ruivacos. Quanto a bogas, há muito que desapareceram do Tejo.
Chegou-nos ao conhecimento que a empresa de fabrico de papel denominada Renova, teria feito um acordo com a câmara local em que esta firma seria uma espécie de mecenas com a oferta de papel higiénico e guardanapos em ofertas institucionais ou outros usos. Com isto não lembra ao diabo, recordo também o baixo custo da água para o processo de fabrico do papel.
Um verdadeiro contrato de mecenato deveria começar pela Renova pedir desculpa aos torrejanos por todas as ocorrências de poluição e matança de vida aquática ao longo dos anos que, infelizmente, se mantém em alguns dos dias de hoje. Deveria seguir-se a demolição do prédio que foi construído em cima do rio há mais de cinquenta anos e a libertação de terrenos junto da fábrica velha para se fazer uma praia fluvial que todos merecemos. Incluindo nisto, sugerimos um museu do papel nas velhas instalações desactivadas. Depois, a libertação da nascente, que é pública, a remoção da rede de vedação para que as autoridades que todos elegemos, possam gerir as águas que vão saindo da nascente. E também possibilitar a todos os locais a captação de água para os seus usos como sempre o fizeram. A Renova também poderia custear a limpeza do leito do rio e repovoamento com as espécies piscícolas locais. Isto seria um verdadeiro contrato de mecenato com o município de Torres Novas e deixar de lado a publicidade barata com guardanapos e papel higiénico que todos sabemos para que servem.
Lastimamos que aqueles que decidem em nosso nome se deixem enrolar numa novela de produtos da Renova e não exijam o que é de direito do povo torrejano. Lembremo-nos que aquela empresa não tem opções de sair da nossa região, porque também não tem outro lugar para recolher água destinada ao seu fabrico. A não ser que se instale na costa e use água do mar devidamente tratada. E também, como visa o máximo lucro, este “contrato de mecenato” serve perfeitamente para a propaganda barata e esperemos que os seus trabalhadores aufiram melhores ordenados ou que, por alturas festivas, sejam contemplados com oferta de produtos Renova.
Já agora, sugiro à câmara local o contacto com os proprietários da fábrica de álcool de Lapas para que possam também custear a limpeza do rio e a introdução de espécies que mataram há muitos anos. Quem não se lembra do melaço e dos cheiros que exalava?
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