A NASCENTE QUE NUNCA MORRE - ana domingos
" “Um dia, as fontes secarão. Os lugares nem memórias serão, quando até os corpos serão apenas uma lenda desacreditada. Um dia, tudo será apenas nada."
No dia em que as fontes secarem, depois no norte e sul se fundirem, já estarei longe deste lugar. Depois, para lá de tudo, do tacto, da cor, um miudinho templo apreciará, insistentemente, a ousadia desafiante de nunca, mas nunca morrer.
Acredito que haverá sítios tão perenes quanto os amores, daqueles secretos, que não se discutem e só se acometem à rendição de existirem. Há lugares assim. Este lugar é assim.
Entre mundos paralelos, tão improváveis quanto distantes, tão desiguais quanto inseparáveis. Verde soberbo no austero desfiladeiro em calcário entre o céu e a queda branca em asas de anjo, numa mera cascata. Sem adornos, contemplativa em si mesma. Ora serena, ora severa. Ora límpida, ora irada.
Livre, cobiçada fonte das entranhas de uma terra, com nome mas de ninguém, como dono um gigante enfadonho, sem pé de feijão mágico, mas tão arquitectada quanto uma inalcançável catedral aquática, também ela, em tons de verde agreste ao nível dos mundos médios, fantásticos, de Mordor e Shire.
Um dia, as fontes secarão. Os lugares nem memórias serão, quando até os corpos serão apenas uma lenda desacreditada. Um dia, tudo será apenas nada. Nesse dia, mais adiante, só silêncio. Mais silêncio que o decrépito silêncio que nos aperta a garganta nas aflições que nos passam na vida. Aceitem que chegará esse silêncio doentio, acolham-no, acarinhem-no e sintam o sabor das memórias de um tempo verde. Só depois perceberão que haverá um ou outro lugar que nunca morre, nunca morreu, porque não foi feito para padecer. Só depois, respirem com as sensações que o amor entrega aos corpos, às almas.
Nesse dia, depois das fontes secarem, serei parte de um norte fundido, em hipnótica dança sobre as águas de um sítio que nunca morrerá, onde os meus braços serão apenas o ar e as emoções um dia em corpos esculpidas.
Serei eu, um Almonda com dono e tão livre em si, perante a sua ilusão humana de domínio de uma nascente.
As asas de anjo correrão além do tempo, longe de intentos. Quando a sagrada catedral cristalina se tornar acessível. Esse lugar tornado meu, das minhas orações e dos amores de mim.
A NASCENTE QUE NUNCA MORRE - ana domingos
“Um dia, as fontes secarão. Os lugares nem memórias serão, quando até os corpos serão apenas uma lenda desacreditada. Um dia, tudo será apenas nada.
No dia em que as fontes secarem, depois no norte e sul se fundirem, já estarei longe deste lugar. Depois, para lá de tudo, do tacto, da cor, um miudinho templo apreciará, insistentemente, a ousadia desafiante de nunca, mas nunca morrer.
Acredito que haverá sítios tão perenes quanto os amores, daqueles secretos, que não se discutem e só se acometem à rendição de existirem. Há lugares assim. Este lugar é assim.
Entre mundos paralelos, tão improváveis quanto distantes, tão desiguais quanto inseparáveis. Verde soberbo no austero desfiladeiro em calcário entre o céu e a queda branca em asas de anjo, numa mera cascata. Sem adornos, contemplativa em si mesma. Ora serena, ora severa. Ora límpida, ora irada.
Livre, cobiçada fonte das entranhas de uma terra, com nome mas de ninguém, como dono um gigante enfadonho, sem pé de feijão mágico, mas tão arquitectada quanto uma inalcançável catedral aquática, também ela, em tons de verde agreste ao nível dos mundos médios, fantásticos, de Mordor e Shire.
Um dia, as fontes secarão. Os lugares nem memórias serão, quando até os corpos serão apenas uma lenda desacreditada. Um dia, tudo será apenas nada. Nesse dia, mais adiante, só silêncio. Mais silêncio que o decrépito silêncio que nos aperta a garganta nas aflições que nos passam na vida. Aceitem que chegará esse silêncio doentio, acolham-no, acarinhem-no e sintam o sabor das memórias de um tempo verde. Só depois perceberão que haverá um ou outro lugar que nunca morre, nunca morreu, porque não foi feito para padecer. Só depois, respirem com as sensações que o amor entrega aos corpos, às almas.
Nesse dia, depois das fontes secarem, serei parte de um norte fundido, em hipnótica dança sobre as águas de um sítio que nunca morrerá, onde os meus braços serão apenas o ar e as emoções um dia em corpos esculpidas.
Serei eu, um Almonda com dono e tão livre em si, perante a sua ilusão humana de domínio de uma nascente.
As asas de anjo correrão além do tempo, longe de intentos. Quando a sagrada catedral cristalina se tornar acessível. Esse lugar tornado meu, das minhas orações e dos amores de mim.
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