Regionalização, Espírito do Tempo e a bílis de Rui Rio - jorge carreira maia
"Não houvesse eleições, e Rendeiro poderia estar descansado. Mesmo que Rio pensasse isto, não o deveria dizer"
Regionalização. A regionalização é uma excelente ideia. O problema, porém, é que estamos em Portugal – e no sul da Europa – o que pode transformar uma coisa boa, num grande problema. Regionalizar o país significaria criar cinco feudos onde se instalaria um pessoal político pouco dado à frugalidade. Poderia mesmo acontecer que obscuras ilusões autonómicas se desenhassem na cabeça de alguns. A centralização em Portugal não nasceu do nada, mas da necessidade de manter a coesão do Reino. Por outro lado, se, por um milagre, um referendo ditasse a vitória da regionalização, em pouco tempo o crescimento do pessoal político acabaria por intensificar o mal-estar dentro do regime democrático. O Presidente da República afirma que dará luz verde ao referendo. Esperemos que os portugueses, por seu lado, dêem luz vermelha à ideia de regionalizar.
Espírito do tempo. Quem lidou com a filosofia do idealismo alemão conhece bem o conceito de Zeitgeist, o espírito do tempo. O palavrão germânico significa, em linhas gerais, um certo clima intelectual, cultural e social, uma maneira de interpretar o que acontece. Isto vem a propósito de terem ocorrido em 11 e 12 de Dezembro os congressos da Iniciativa Liberal e do Livre. Ambos os partidos elegeram um deputado nas últimas eleições. Quem consultar os jornais e os sites noticiosos descobrirá referência séria apenas à Iniciativa Liberal. Isso deve-se ao tal Zeitgeist. O espírito do tempo gosta daquele punhado de rapazes e – presumo – de raparigas que se dizem liberais e está a fazer com eles o que fez com o Bloco de Esquerda, dar-lhes tempo de antena. O Cotrim Figueiredo veste bem, já o Rui Tavares parece vestir-se de forma inadequada. O Zeitgeist é impiedoso com a forma como as pessoas se vestem.
O azar de Rendeiro e o de Rio. Rui Rio acha que a Polícia Judiciária se move pelo calendário eleitoral. Não houvesse eleições, e Rendeiro poderia estar descansado. Mesmo que Rio pensasse isto, não o deveria dizer. Em primeiro lugar, porque a acção da Polícia Judiciária é das poucas coisas que correram bem em todo este processo. Em segundo lugar, porque todo o aparelho de segurança – forças armadas e polícias – e toda a estrutura judicial são sectores muito sensíveis do funcionamento de uma comunidade. O interesse do país manda que aqueles que o querem governar evitem este tipo de comentários. Rui Rio despiu a pele de candidato a primeiro-ministro e vestiu a de cidadão que descarrega a bílis enquanto bebe uma cerveja. Um azar para Rui Rio ter a bílis perto da boca.
Regionalização, Espírito do Tempo e a bílis de Rui Rio - jorge carreira maia
Não houvesse eleições, e Rendeiro poderia estar descansado. Mesmo que Rio pensasse isto, não o deveria dizer
Regionalização. A regionalização é uma excelente ideia. O problema, porém, é que estamos em Portugal – e no sul da Europa – o que pode transformar uma coisa boa, num grande problema. Regionalizar o país significaria criar cinco feudos onde se instalaria um pessoal político pouco dado à frugalidade. Poderia mesmo acontecer que obscuras ilusões autonómicas se desenhassem na cabeça de alguns. A centralização em Portugal não nasceu do nada, mas da necessidade de manter a coesão do Reino. Por outro lado, se, por um milagre, um referendo ditasse a vitória da regionalização, em pouco tempo o crescimento do pessoal político acabaria por intensificar o mal-estar dentro do regime democrático. O Presidente da República afirma que dará luz verde ao referendo. Esperemos que os portugueses, por seu lado, dêem luz vermelha à ideia de regionalizar.
Espírito do tempo. Quem lidou com a filosofia do idealismo alemão conhece bem o conceito de Zeitgeist, o espírito do tempo. O palavrão germânico significa, em linhas gerais, um certo clima intelectual, cultural e social, uma maneira de interpretar o que acontece. Isto vem a propósito de terem ocorrido em 11 e 12 de Dezembro os congressos da Iniciativa Liberal e do Livre. Ambos os partidos elegeram um deputado nas últimas eleições. Quem consultar os jornais e os sites noticiosos descobrirá referência séria apenas à Iniciativa Liberal. Isso deve-se ao tal Zeitgeist. O espírito do tempo gosta daquele punhado de rapazes e – presumo – de raparigas que se dizem liberais e está a fazer com eles o que fez com o Bloco de Esquerda, dar-lhes tempo de antena. O Cotrim Figueiredo veste bem, já o Rui Tavares parece vestir-se de forma inadequada. O Zeitgeist é impiedoso com a forma como as pessoas se vestem.
O azar de Rendeiro e o de Rio. Rui Rio acha que a Polícia Judiciária se move pelo calendário eleitoral. Não houvesse eleições, e Rendeiro poderia estar descansado. Mesmo que Rio pensasse isto, não o deveria dizer. Em primeiro lugar, porque a acção da Polícia Judiciária é das poucas coisas que correram bem em todo este processo. Em segundo lugar, porque todo o aparelho de segurança – forças armadas e polícias – e toda a estrutura judicial são sectores muito sensíveis do funcionamento de uma comunidade. O interesse do país manda que aqueles que o querem governar evitem este tipo de comentários. Rui Rio despiu a pele de candidato a primeiro-ministro e vestiu a de cidadão que descarrega a bílis enquanto bebe uma cerveja. Um azar para Rui Rio ter a bílis perto da boca.
![]() 1. Santo António era, na verdade, uma pequena aldeia, um alinhamento de casas que se foi somando ao longo da medieval “estrada de Alcorochel”, bem na periferia da vila. No final do século XX, a gente mais velha ainda dizia que ia à vila, que começava a meio da ladeira de Santiago. |
![]() Fartei-me de andar à boleia quando era novo. Havia a teoria de que duas pessoas seriam o ideal para nos fazermos à estrada, que só uma era aborrecido e três já seria gente a mais para fazer parar um carro. Em A Arte da Viagem-Uma Poética da Geografia, o filósofo francês Michel Onfray diz o mesmo para o acto de viajar em geral, com o qual concordo em parte, pois há situações em que viajar sozinho tem as suas vantagens (o sentido de observação é dez vezes maior), embora outras em que a ausência tem o peso de uma desoladora presença. |
![]() A cidade apresenta-se engalanada. Assinala-se a feira da época, uma vez mais integrada na época da Idade Moderna Portuguesa (séc. XVI), ainda no reinado de D. João III. Talvez por influência da igualdade do género, e quando da comemoração do 130. |
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Gostamos de ver as coisas a acontecer. Gostamos de cidades dinâmicas, hipóteses e oportunidades. Gostamos do poder de escolha e de ter a possibilidade de optar, seja pelo sim ou pelo não, por fazer ou ficar a ver. |
![]() No Público online de 28 de Maio, há uma entrevista interessante a Mohan Mohan, antigo gestor da Procter & Gamble, uma multinacional detentora de inúmeros marcas bem conhecidas dos consumidores portugueses. A entrevista tem um curioso título: Se os gestores fossem movidos por valores, não teríamos a crise que enfrentamos hoje. |
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![]() Vertendo a prosápia para politicamente correcto, e como assegura dito antigo, mais depressa se apanha uma pessoa dada a fantasias e à deturpação da realidade do que um cidadão com deficiência ao nível da locomoção. |
![]() Há Palladio para além de Vicenza, mas pensar em Vicenza é pensar em Palladio, Andrea Palladio, o grande arquitecto do Renascimento Italiano. Daí não aceitar o sacrilégio de ir de comboio de Pádua a Verona sem pôr os pés, mas sobretudo os olhos, em Vicenza. |
![]() Acredito que o calor súbito destrambelhe o mais avisado. As mudanças bruscas de temperatura acompanhadas de ventos em assobiadelas enlouquecidas, desatinam os mais precautos, já de si com os nervos a desmalharam a teia da lucidez, após anos de grande aperto, como os da pandemia covídica. |
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