• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quarta, 09 Outubro 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sáb.
 24° / 16°
Céu nublado com aguaceiros e trovoadas
Sex.
 22° / 14°
Céu nublado com aguaceiros e trovoadas
Qui.
 22° / 13°
Períodos nublados com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  22° / 14°
Céu nublado com chuva moderada
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

A virtude da humildade

Opinião  »  2016-05-20  »  Jorge Carreira Maia

"Foi isso que se viu com Rui Vitória. Foi isso que, contra todas as expectativas, lhe trouxe a glória. É nisso que todos nós deveríamos meditar. Não está na moda ser humilde."

Não quero deixar passar em claro a oportunidade, oferecida pela conquista do 35.º campeonato pelo Sport Lisboa e Benfica, para reflectir numa virtude que, no actual contexto cultural, parece ter sido completamente desvalorizada: a humildade. Se há um factor central no triunfo do clube da Luz, esse é a humildade, virtude encarnada na pessoa de Rui Vitória e que transbordou para toda a equipa e pessoal dirigente. Mesmo no momento da consagração, assistiu-se a grande contenção nas palavras e a nula vanglória.

A humildade significa o reconhecimento dos seus limites. Significa também a clara percepção de que, nos negócios humanos, aos quais o futebol pertence, nem tudo é controlável, e que uma parte do sucesso se deve, para além do trabalho duro, à fortuna, para falar à moda dos antigos romanos, ou à graça, se se quiser uma tonalidade mais cristã. O treinador do Benfica, sem nunca abdicar do empenho no que estava a fazer, pautou-se por uma atitude discreta e comedida. Evitou o pior dos males, aquele que os gregos diziam atrair, na figura das Erínias, a desgraça. Evitou a arrogância e a desmedida.

A humildade não é apenas uma virtude social, uma virtude onde a pessoa evita mostrar-se superior aos outros, sendo-o ou não. É também uma virtude pessoal que conduz ao reconhecimento de que não se é um deus e que, em tudo o que se faz, há uma enorme imperfeição. E é este reconhecimento da imperfeição das nossas obras que é o motor central para que se ultrapassem falhas, defeitos e limitações. Só aquele que tem a clara consciência da sua imperfeição julga ter de se ultrapassar.

Foi isso que se viu com Rui Vitória. Foi isso que, contra todas as expectativas, lhe trouxe a glória. É nisso que todos nós deveríamos meditar. Não está na moda ser humilde. O culto dos homens de sucesso é, por norma, o culto de egos inflacionados. As televisões e as redes sociais ajudam a essa inflação, divinizando, por curtos instantes, aquele que se deixa embalar no canto da sereia. O que a nossa sociedade precisa, porém, não é de gente com umbigo dilatado, mas de exemplos que nos ajudem a perceber que o caminho para melhorar passa pela humilde aceitação das suas imperfeições e limitações. Exemplos como o de Rui Vitória. Espero que não mude.

 http://kyrieeleison-jcm.blogspot.pt/

 

 

 Outras notícias - Opinião


30 anos: o JT e a política - joão carlos lopes »  2024-09-30  »  João Carlos Lopes

Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana.
(ler mais...)


Não tenho nada para dizer - carlos tomé »  2024-09-23  »  Carlos Tomé

Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”.

 Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante,

 Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada.
(ler mais...)


Três décadas a dar notícias - antónio gomes »  2024-09-23  »  António Gomes

Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido.
(ler mais...)


Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos »  2024-09-23  »  António Mário Santos

Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade.

Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local.
(ler mais...)


Trente Glorieuses - carlos paiva »  2024-09-23  »  Carlos Paiva

Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal.
(ler mais...)


30 anos contra o silêncio - josé mota pereira »  2024-09-23  »  José Mota Pereira

Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve.
(ler mais...)


A dimensão intelectual da extrema-direita - jorge carreira maia »  2024-09-23  »  Jorge Carreira Maia

Quando se avalia o crescimento da extrema-direita, raramente se dá atenção à dimensão cultural. Esta é rasurada de imediato pois considera-se que quem apoia o populismo radical é, por natureza, inculto, crente em teorias da conspiração e se, por um acaso improvável, consegue distinguir o verdadeiro do falso, é para escolher o falso e escarnecer o verdadeiro.
(ler mais...)


Falta poesia nos corações (ditos) humanos »  2024-09-19  »  Maria Augusta Torcato

No passado mês de agosto revisitei a peça de teatro de Bertolt Brecht “Mãe coragem”. O espaço em que a mesma foi representada é extraordinário, as ruínas do Convento do Carmo. A peça anterior a que tinha assistido naquele espaço, “As troianas”, também me havia suscitado a reflexão sobre o modo como as situações humanas se vão repetindo ao longo dos tempos.
(ler mais...)


Ministro ou líder do CDS? »  2024-09-17  »  Hélder Dias

Olivença... »  2024-09-17  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-09-09  »  Hélder Dias Bandidos...
»  2024-09-19  »  Maria Augusta Torcato Falta poesia nos corações (ditos) humanos
»  2024-09-17  »  Hélder Dias Ministro ou líder do CDS?
»  2024-09-17  »  Hélder Dias Olivença...
»  2024-09-13  »  Hélder Dias Cat burguer...