Boys - rui anastácio
Opinião » 2020-09-28 » Rui Anastácio"Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina"
A palavra parece ser inglesa, mas é apenas aparência. É uma palavra portuguesa, com certeza. Foi proferida, pela primeira vez, nos idos anos 90 pelo actual secretário-geral das nações unidas. “No jobs for the boys”.
Os boys aparecem em todo o lado, são assim como moscas em Setembro. Com a diferença que se mantém activos todo o ano. Manterem-se activos é, aliás, uma das suas características mais notórias. Estarem em todo o lado, aparecerem por aqui e por ali nos momentos certos passa a ideia de que são realmente importantes, talvez mesmo imprescindíveis.
Outra característica dos boys, que os diferencia das moscas, é a sua esperança média de vida. Vivem normalmente por muitos e bons anos, sem grandes afazeres nem preocupações. Afinal, o seu grande talento é manterem-se vivos. Invariavelmente ao longo desta sua vida acabam por encontrar aquilo que procuram, um dia a sua vez chega. Apenas têm que estar, simplesmente estar, para poderem aparecer no momento certo. Se não tiverem feito nada de relevante nos últimos 25 anos é perfeito, em princípio não chatearam nenhum concidadão, pelo que mesmo não sendo entusiasticamente apreciados, é certo que também a ninguém terão desgostado. Esse é, aliás, o seu grande talento, não desgostar. Curriculum perfeito para qualquer cargo, não desgostar. Assim garantem 100% de aceitação.
Uma vez no cargo que tanto ambicionaram, vão continuar afincadamente a não desgostar, a não incomodar, a não fazerem sequer peso à terra, tal será a leveza do seu pensamento e a subtileza da sua acção.
Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina, cada vez mais, por todo o lado. Basta deixar um papel de rebuçado e comportam-se como formigas. Aparecem de imediato, em filinha, ordenadamente. Sabem que chegará a sua vez, ordenadamente, chegará o seu momento.
Ao longo do tempo foram testados, sem grande sucesso, alguns insecticidas.
Resta-nos confiar na ciência. Bem sabemos que o momento é da vacina, mas quem sabe, não descobrirão uma vacina 2 em 1. Quem sabe...
Boys - rui anastácio
Opinião » 2020-09-28 » Rui AnastácioQuando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina
A palavra parece ser inglesa, mas é apenas aparência. É uma palavra portuguesa, com certeza. Foi proferida, pela primeira vez, nos idos anos 90 pelo actual secretário-geral das nações unidas. “No jobs for the boys”.
Os boys aparecem em todo o lado, são assim como moscas em Setembro. Com a diferença que se mantém activos todo o ano. Manterem-se activos é, aliás, uma das suas características mais notórias. Estarem em todo o lado, aparecerem por aqui e por ali nos momentos certos passa a ideia de que são realmente importantes, talvez mesmo imprescindíveis.
Outra característica dos boys, que os diferencia das moscas, é a sua esperança média de vida. Vivem normalmente por muitos e bons anos, sem grandes afazeres nem preocupações. Afinal, o seu grande talento é manterem-se vivos. Invariavelmente ao longo desta sua vida acabam por encontrar aquilo que procuram, um dia a sua vez chega. Apenas têm que estar, simplesmente estar, para poderem aparecer no momento certo. Se não tiverem feito nada de relevante nos últimos 25 anos é perfeito, em princípio não chatearam nenhum concidadão, pelo que mesmo não sendo entusiasticamente apreciados, é certo que também a ninguém terão desgostado. Esse é, aliás, o seu grande talento, não desgostar. Curriculum perfeito para qualquer cargo, não desgostar. Assim garantem 100% de aceitação.
Uma vez no cargo que tanto ambicionaram, vão continuar afincadamente a não desgostar, a não incomodar, a não fazerem sequer peso à terra, tal será a leveza do seu pensamento e a subtileza da sua acção.
Quando olho para o país que vamos construindo, vejo boys em cada esquina, cada vez mais, por todo o lado. Basta deixar um papel de rebuçado e comportam-se como formigas. Aparecem de imediato, em filinha, ordenadamente. Sabem que chegará a sua vez, ordenadamente, chegará o seu momento.
Ao longo do tempo foram testados, sem grande sucesso, alguns insecticidas.
Resta-nos confiar na ciência. Bem sabemos que o momento é da vacina, mas quem sabe, não descobrirão uma vacina 2 em 1. Quem sabe...
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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