Fernando Freire, do Partido socialista, vai tentar ser eleito para o segundo mandato e entende que a reeleição não lhe escapará. O autarca foi militar e advogado, tem 57 anos, e exerceu o cargo de vereador da cultura entre 2009 e 2013, durante a presidência de Miguel Pombeiro.

Que avaliação faz do seu exercício neste último mandato (2013-2107) e aponte também alguns aspectos que não tenham corrido bem e outros que considere terem sido relevantes para a vida do seu concelho?
Compulsando o programa sufragado em 2013, verifico que 90% foi cumprido, isto apesar das dificuldades da conjuntura financeira que atravessámos, durante o período de intervenção da Troyka, que afetaram o orçamento de funcionamento. Foram adoptadas medidas de contenção da despesa e efectiva redução dos encargos orçamentais, em quase todas as áreas.

Este colossal esforço permitiu à Barquinha, tal como em Torres Novas, cumprir os limites de dívida que a lei das finanças locais lhe impôs, saindo das condicionantes de gestão a que estávamos obrigados, situação reconhecida recentemente pelo Governo, por sermos dois dos 57 municípios que saíram do PAEL.

Relevo a construção do Centro Comunitário na Atalaia, a galeria de Santo António, o Albergue de Juventude, a Loja Social da Praia, o Pavilhão Municipal, a ETAR da Praia, a renovação do Parque Desportivo Atalaia, a rede de água e gás no Bairro S. João de Deus, os passeios no Cardal, a intervenção do cemitério das Limeiras e a recuperação do Jardim da Nora e do Jardim do Cardal (obras em parceria com as Juntas), o alojamento temporário de artistas, a loja de produtos locais “Sabores do Tejo”, a valorização do Castelo de Almourol (torre de menagem e muralhas), a desmaterialização de processos e arquivo digital, os serviços on-line, a aquisição de dois veículos para a saúde, o transporte a pedido para o concelho e a expansão da Universidade Sénior (pólos de Tancos e Praia). E ficamos muito orgulhosos quando o Primeiro-Ministro, em público, em Junho de 2017, afirma “Que é difícil encontrar uma escola com a excelência desta!”

Passado o ciclo das grandes obras e do essencial dos fundos comunitários, que panorama antevê para o seu concelho em termos de apostas de médio prazo?
O ciclo das obras não passou, bem pelo contrário, vai estar em prossecução. Mais, todas as obras já estão com financiamento garantido por fundos comunitários. Jardim de Infância da Barquinha, edifício para o Ninho de Empresas, sistema de drenagem de esgotos e a estabilização de solos na Praia do Ribatejo, Piscinas Municipais – eficiência energética, requalificação do Bairro da Rua da Misericórdia e da Praça da República, valorização de Almourol (ilha e cais de Tancos), Caminho de Santiago, percursos Ribeirinhos (Barquinha, Almourol, Constância) e Centro de Interpretação Templário.

As apostas não são de ciclo, são contínuas. Já temos novo plano estratégico (Junho 2017) com valorização económica e apoio empresarial - reactivação da base aérea militar de Tancos, desenvolvimento de infraestruturas de apoio às empresas e apoio às de base local, valorização do encontro entre a natureza e as frentes ribeirinhas, do património do passado e da produção artística e criativa e valorização da agroindústria e da floresta.

Se for reeleito, indique cinco medidas de realização imediata para os primeiros três meses e outras tantas de cariz estruturante ou grandes investimentos de que o concelho necessite.
Certo estou que serei reeleito. Não por seu eu, mas pelo trabalho desenvolvido pela equipa de trabalhadores da qual sou um singelo líder. As medidas de realização imediata não surgem do acaso, são ininterruptas, estão estruturadas, pensadas e só depois nasce a obra. Por isso, nos primeiros três meses nascem as já adjudicadas e, no próximo futuro, aquelas que constam do plano estratégico já aprovado.