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Manuel Jorge Carvalho Júnior, presidente da UF Brogueira, Parceiros e Alcorochel: “Conheci pessoas em todos os lugares, que me ajudaram a desenvolver o que era preciso nas suas aldeias”

Sociedade  »  2024-05-05 

Manuel Jorge Carvalho Júnior é um dos seis autarcas das freguesias do concelho que vai concluir os 12 anos de mandatos possíveis por lei. Foi o primeiro presidente de uma união que juntou três freguesias independentes há séculos e garante que ultrapassou bem as dificuldades iniciais desse cenário novo.

 Em 2013 concorreu a uma realidade nova, uma união de freguesias. Não teve receio de ser ou vir ser conotado com a sua freguesia de origem e ter dificuldades de relacionamento com as populações das outras, dado que era um cenário novo em séculos de história?

 Nascido e criado numa aldeia, Cardais, e já com 12 anos de experiência autárquica, na altura como secretário da freguesia de Brogueira, foi fácil adaptar-me e relacionar-me com a população de todas as aldeias das freguesias anexadas. De forma global, nunca senti dificuldade de relacionamento, considero-me uma pessoa comunicadora, tratando todos de forma igual e afável. Também sinto que as pessoas simpatizam comigo e sentem-se à vontade em abordar-me, não sendo um constrangimento a anexação de freguesias. Continuam a contar um presidente de freguesia de proximidade.

 Pessoalmente, o que tem representado para si estes quase 12 anos de gestão de uma união de freguesias com três antigas sedes de freguesia, mais meia dúzia de aldeias (Parceiros de S. João, Borreco, Resgais, Cardais, Boquilobo e Charneca) e mais uns tantos lugares?

 Meia dúzia não, uma dúzia, com os lugares! Acresce Casais Novos, Casal da Faia, Casal Cepo, Casal Bom Jardim, Casal da Azinheira, Casal Ramos… Ao longo destes dez anos, mantivemos as sedes das antigas de freguesias abertas à população. Existindo uma sede legal, os serviços mantêm-se nas antigas freguesias. A experiência de ser presidente desta união de freguesias tem sido muito enriquecedora. Conheci pessoas em todos os lugares, que me ajudaram e vão ajudando a desenvolver alguns projectos que são precisos nas suas aldeias, como por exemplo um banco de jardim numa esquina ou num pequeno largo onde vizinhos confraternizam, um abrigo para passageiros, onde existem crianças a aguardar o transporte escolar, um espelho num cruzamento, que evita acidentes, uma rampa de acesso a pessoas com mobilidade reduzida. Em suma, gosto de ouvir e tenho aprendido bastante, ouvindo e aceitando as diferentes opiniões, pois todas são válidas, envolvendo as pessoas na tomada de decisão. Sabendo eu que as pessoas diferem de aldeia para aldeia, tenho conseguido ajustar e responder as solicitações, de modo geral, a todos os meus fregueses.

 O que acha que ficou a conhecer melhor e o que não conhecia deste grande território?

 As gentes, usos e costumes são tão diferentes e aproximados entre si… tendo aprendido muito ao longo destes anos e destaco que sendo um território enorme, equiparado, em área, a alguns concelhos nossos vizinhos, hoje felizmente conheço-o, quase todo, assim como as necessidades das pessoas que nele habitam.

 Quais foram as maiores dificuldades que encontrou no seu exercício de autarca, sobretudo de início?

 A maior dificuldade nestes dez anos foi quando se reformaram os dois médicos de família que prestavam serviços nas três extensões de saúde da união das freguesias. Foi duro. Questionavam-me diariamente e eu sem resposta possível. Mas até por esse sacrifício valeu a pena passar! Pois conseguimos à custa de todos, não olhando a políticas, olhando apenas ao bem-estar de toda a comunidade, repôr os postos médicos com médico e enfermeira, ficando com as mesmas valências.

 Está à frente de uma união de freguesias grande em território, com antagonismos antigos entre Alcorochel, terra mais antiga, e Brogueira, e alguma distância face a terras de Parceiros. Como conseguiu de início gerir essas eventuais dificuldades?

 Senti que a população mais renitente à união das freguesias foi a população de Alcorochel, pelo medo do desconhecido, mas com o tempo veio a dissipar-se. Demonstrando que mantivemos os serviços, melhorando ainda os mesmos e que em termos de pequenas obras, tivemos muito dinamismo.

 Em cada uma das aldeias da união, que obra fez e que acha que deixa marca da sua gestão?

 A maior marca em todas as freguesias foi a requalificação dos cemitérios: hoje são lugares com a dignidade devida. Nos Parceiros da Igreja construímos passeios em calçada, construímos um abrigo para cerimónias fúnebres, substituímos portões, aplicámos azulejos na fachada principal, evocativos à morte e ressurreição. Na Brogueira, construímos passeios em calçada, ampliámos o cemitério (obra esta ainda não acabada). Em Alcorochel, cortámos os cedros, construímos passeios em calçada, colocámos fontanários para acesso à agua, no cemitério. Construímos uma secretaria, com garagem, para os veículos da extinta freguesia, requalificámos os largos do Poço Novo e Largo da Fonte, outros quatro em Alcorochel, colocámos diversos bancos de embelezamento, subsidiámos a construção do Multibanco/ATM, construímos um largo público, Largo Diogo Cão, com colocação de equipamentos fitness em Charneca de Alcorochel, revitalizámos a Fonte Valbom, com a limpeza da charca para apoio ao combate de incêndios, construímos quatro abrigos para passageiros, colocámos bancos de embelezamento, entre outros. Nos Parceiros da Igreja, construímos um passeio pedonal entre o jardim e o cemitério, construímos um parque de estacionamento de apoio ao cemitério, colocámos equipamentos fitness, substituímos o telhado da extensão de saúde, procedemos à limpeza de entulho e mato no Terreno das Cabeças, requalificámos o largo da Fonte e o adro da Igreja, em calçada, em parceria com a comissão da Igreja. Em Resgais, colocámos equipamentos fitness, construímos pequenos espaços de lazer, com colocação de bancos de embelezamento, construímos um abrigo para passageiros. No Borreco, requalificámos o antigo parque infantil e zona envolvente, adquirimos um terreno e construímos um nicho evocativo ao Santo António. Em Parceiros de São João, criámos pequenos espaços de lazer, com bancos de embelezamento, substituímos os abrigos para passageiros, colocámos equipamentos fitness, colaborámos na reabilitação da zona envolvente da Capela. Em Cardais, reabilitámos a Fonte da Serra, colocámos equipamentos fitness, construímos um abrigo para passageiros, requalificámos o largo do Nicho Nossa Senhora da Saúde e Poço e criámos também uma pequena zona de lazer e substituímos a iluminação no largo do Nicho e em frente à colectividade. Em Brogueira, substituímos as iluminárias em frente à extensão de saúde, construímos um espaço de lazer com equipamentos fitness, adquirimos um terreno e construímos uma garagem, reabilitámos a secretaria para criar o espaço cidadão, requalificámos o Largo General Humberto Delgado e miradouro da Rua dos Outeiros, construímos dois abrigos para passageiros. Em Boquilobo construímos um espaço de lazer com equipamentos fitness, dois abrigos para passageiros, requalificámos o acesso ao pavilhão e zona de lazer envolvente. No Casal da Faia e Casal Cepo também construímos dois abrigos para passageiros. Outras obras não menos importantes e que são comuns a todas as aldeias foram a colocação de placas toponímicas, criação de bases para contentores do lixo e ecopontos.

 Como acha que se resolve a questão de as freguesias citadinas beneficiarem da acção camarária no âmbito da gestão da cidade, em desfavor das freguesias não citadinas, onde a Câmara não actua com a mesma igualdade de meios?

 Enquanto união de três freguesias, deveríamos manter os mesmos direitos que as outras freguesias, ou seja, quando se atribui um subsídio ou financia um funcionário, por parte do município, deveríamos ter acesso ao mesmo valor para cada uma das freguesias, porque no fundo não perderam a sua identidade social e demográfica. Temos uma área muito extensa e que devia ser privilegiada em termos camarários.

 Dá conta de continuarem a existir sinais de descontentamento das populações das áreas não citadinas face à acção, mais próxima da Câmara, na cidade?

 O maior descontentamento da nossa população é o saneamento básico na freguesia de Parceiros da Igreja, Cardais e Charneca de Alcorochel, desgaste ou inexistência de alcatrão para acesso a habitações consideradas como residência principal de alguns moradores.

 Acumulou uma experiência de quase 12 anos à frente da Junta. Que acções ou obras, da competência estrita das juntas, considera de assinalar ao longo deste tempo destes seus mandatos?

 Encontrei cemitérios degradados, sendo sempre uma promessa minha, pessoal, manter os mesmos com a devida dignidade, que merecem. É um sítio que a todos diz respeito e que devemos preservar, demonstrando o carinho que temos por quem já partiu e que lá jaz.

 Alcorochel, Parceiros e Brogueira são, com a Zibreira, as freguesias do concelho que nunca tiveram uma filarmónica. Também nenhuma delas tem uma coletividade com algum peso. Tem explicação para este facto?

 Qualquer colectividade tem o seu peso, poderão distinguir-se entre si nas valências prestadas à população. Alcorochel, em tempos, anos 90, teve uma banda denominada Orquestra Ligeira de Alcorochel. As colectividades que existem na nossa freguesia, de um modo geral são dinâmicas e prestam serviço público e dinamizam a vida das nossas aldeias. Devo destacar que apoiamos todas as coletividades, sempre que nos é solicitado.

 Nos dois últimos censos verifica-se que a união de freguesias continua a perder população. Tem explicação para isso, para além da causa comum, uma taxa de natalidade reduzida transversal ao concelho e ao país?

 Estamos perante um fenómeno global, o facto de as crianças frequentarem grandes centros escolares, envoltas em actividades extracurriculares, leva a que os pais dispensem mais tempo na cidade e aí venham a adquirir casa. A venda imobiliária a elevados preços, mesmo de prédios devolutos, não contribui para a fixação de jovens. Uma das medidas adoptadas foi o “Cheque Bebé”, mas sabemos que isto não basta para fixar os jovens.

 O que acha que poderia dar algum incremento à economia local das principais localidades da união?

Criação de apoios ao pequeno comércio, tal como já é praticado com o centro histórico de Torres Novas, ou o incentivo à fixação de empresas de maiores dimensões.

 Que obra, equipamento ou acção ainda não conseguiu concretizar, mas gostaria de o ter feito?

 São vários os sonhos e ambições. Destaco a criação de um parque infantil em Alcorochel, reabilitação dos parques infantis já existentes e terminar as obras já iniciadas, tais como a requalificação da escola primária de São João, início nas de Charneca de Alcorochel e Parceiros da Igreja. E não posso deixar de relembrar o executivo camarário das dezenas de estradas não pavimentadas e outras tantas degradas, que a todos incomoda diariamente.

 Tendo deixado de haver economia rural nas aldeias do concelho, como acha que se poderia travar o despovoamento das aldeias e travar um processo até agora imparável?

 Incentivando à reconstrução de prédios devolutos, com apoio camarário e simplificação do processo de autorização para obras.

A pouco mais de ano e meio do termo do seu mandato, e uma vez que não poderá recandidatar-se, o que pensa ainda poder concretizar na sua freguesia?

Fica por regularizar, em termos legais, a questão da Cratoliva, que incomoda as pessoas que por cá vivem, dada a poluição hídrica e maus cheiros. Fica por concretizar o alcatroamento entre Casais Novos e Alcorochel, assim como arruamentos diversos.

 É uma pessoa conhecida por dizer o que tem a dizer, sem obedecer muito a cartilhas partidárias. Continua fiel às ideias socialistas e isso tem alguma coisa a ver com as suas raízes operárias?

 Como sabem, concorri como independente, apoiado pelo Partido Socialista. Contudo, sou uma pessoa livre no pensamento, podendo aferir ou não da opinião do partido. Estou cá para responder às solicitações dos nossos fregueses e não do partido. É isso que me faz feliz no desempenho das funções de autarca.

 

 

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