Torres Novas: alterações climáticas levam câmara a anular concurso para psicóloga clínica
Sociedade » 2019-10-01
Quando, no dia 1 de Abril, dia da mentiras, a câmara de Torres Novas fazia publicar no Diário da República o aviso de abertura do concurso para admissão de uma psicóloga, jurando por todos os santinhos a necessidade premente de contratação de uma técnica desse ramo, estava longe de pensar que, escassos meses depois, o aquecimento climático, as manifestações em Hong Kong, o impeachment a Donald Trump e o despedimento de Leonel Pontes do Sporting iriam alterar as circunstâncias de tal modo que, afinal, a psicóloga já não é urgente e até nem se percebe porque é que alguém alguma vez teve semelhante ideia.
O concurso foi mesmo anulado na reunião da câmara de hoje, dia 1 de Outubro, e isto depois de dezenas de candidatos terem sido submetidos à prova escrita e de o juri ter perdido horas a avaliar os escritos de cerca de 50 pessoas que julgaram estar mesmo a participar num concurso público.
De entre os 82 candidatos inscritos para um lugar ao sol, um contrato por tempo indeterminado na função pública, faltaram à prova escrita cerca de 40, talvez descrentes nas possibilidades de contrariar o que estava escrito nas estrelas.
Meia centena aceitaram o desafio de tentar contrariar o destino, dando o seu melhor na prova escrita que seria a primeira barragem de monta a ultrapassar. E a barragem tinha demasiados perigos, na verdade, mesmo para pessoas habituadas a passar por situações emocionalmente tensas, como são os psicólogos: foi quase tudo corrido a negativas. É verdade que houve um fantástico 9,6, outro candidato conseguiu ter um 10,5, um outro averbou a estrondosa nota de 11 valores e ainda outro, esse sim, conseguiu aquilo que inteligência humana raramente atinge em concursos para a câmara de Torres Novas: 13,6 valores.
Num mar de dezenas pessoas, malta burra e incompetente, safaram-se meia dúzia de notas positivas, remediadas, pobrezinhas, mas positivas. Ah, e faltava dizer: houve um 18, uma candidata destacadíssima, que não teve qualquer dificuldade em ultrapassar as dificuldades, armadilhas e subtilezas da prova escrita e arrancou, qual campeã de triatlo, para a gloriosa nota de 18 valores. Afinal, ainda há gente capacitada neste país de medianas cabecinhas.
Só que, há sempre um só que, a referida candidata parece que é familiar de um funcionário da autarquia e logo o falatório se espalhou como fogo em palha seca por praças, corredores, esplanadas e internetes, com ameças de processos judiciais à câmara e a má língua do costume, alegando-se que não era mera coincidência a campeã dos 18 valores ser familiar de um funcionário e por aí fora.
Perante o alarme social e, para alguns, o escândalo desbragado da situação, a maioria socialista da câmara torrejana logo tratou de admitir que se enganou, que afinal não precisava nada da psicóloga por agora, atendendo ao aquecimento global e à descida de Portugal no ranking da FIFA. Na sua declaração de voto na reunião de câmara que anulou o concurso, sob a forma de uma extensa e mirabolante dissertação escrita pelos serviços, em que estes, não a câmara, vêm dizer que não, afinal não, não precisamos, pá, lá mais para a frente sim, até porque vai haver aí um programa baril com uns parceiros sociais que prevê uma catrefa de malta e pronto, não se perde pela demora, há mais marés que marinheiros. Para quem não saiba, o Pai Natal é um homem de saia encarnada que vem de trenó lá da Lapónia no início de Dezembro. É um conto que se pode sempre contar, porque é lindo e tem barbas.
Barquinha, terra de encantos mil
Entretanto, o azar dos Távoras não persegue só os socialistas torrejanos. Aqui ao lado, na encantadora vila ribeirinha do Tejo, o presidente da Câmara homologou um concurso para meter na autarquia o seu chefe de gabinete como técnico superior de engenharia civil, mas o sururu foi tal que teve de deitar abaixo o concurso. Freire foi mais refinado e pediu um parecer a uma sociedade de advogados, que disse o que era óbvio para qualquer iletrado: o concurso era irregular e estava armadilhado.
No concurso barquinhense, o candidato vencedor e entretanto anulado é filho de um ex-vereador da câmara e actual presidente socialista da Junta de Atalaia. “Outra situação duvidosa foi a escolha da psicóloga que fez a avaliação psicológica dos candidatos, por trabalhar no Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha, que depende em algumas valências da autarquia, onde também trabalha como psicóloga a namorada do candidato”, escreveu um conceituado jornal da região, dando um picante “vieiradasilvismo” à história.
Diga-se de passagem que esta história de tentar meter na câmara um chefe de gabinete não é novidade e paga direitos de autor. Aqui há largos e bons, o presidente torrejano Rodrigues tentou meter e meteu mesmo na câmara o seu chefe de gabinete, que também surgiu destacado na frente de um pelotão de crédulos que concorreram a um concurso. Hoje, passados mais de 10 anos sobre tão divertido acontecimento, ainda está pendente na justiça um processo em que uma das concorrentes pede a anulação do concurso para contratação de um técnico superior de história.
Torres Novas: alterações climáticas levam câmara a anular concurso para psicóloga clínica
Sociedade » 2019-10-01Quando, no dia 1 de Abril, dia da mentiras, a câmara de Torres Novas fazia publicar no Diário da República o aviso de abertura do concurso para admissão de uma psicóloga, jurando por todos os santinhos a necessidade premente de contratação de uma técnica desse ramo, estava longe de pensar que, escassos meses depois, o aquecimento climático, as manifestações em Hong Kong, o impeachment a Donald Trump e o despedimento de Leonel Pontes do Sporting iriam alterar as circunstâncias de tal modo que, afinal, a psicóloga já não é urgente e até nem se percebe porque é que alguém alguma vez teve semelhante ideia.
O concurso foi mesmo anulado na reunião da câmara de hoje, dia 1 de Outubro, e isto depois de dezenas de candidatos terem sido submetidos à prova escrita e de o juri ter perdido horas a avaliar os escritos de cerca de 50 pessoas que julgaram estar mesmo a participar num concurso público.
De entre os 82 candidatos inscritos para um lugar ao sol, um contrato por tempo indeterminado na função pública, faltaram à prova escrita cerca de 40, talvez descrentes nas possibilidades de contrariar o que estava escrito nas estrelas.
Meia centena aceitaram o desafio de tentar contrariar o destino, dando o seu melhor na prova escrita que seria a primeira barragem de monta a ultrapassar. E a barragem tinha demasiados perigos, na verdade, mesmo para pessoas habituadas a passar por situações emocionalmente tensas, como são os psicólogos: foi quase tudo corrido a negativas. É verdade que houve um fantástico 9,6, outro candidato conseguiu ter um 10,5, um outro averbou a estrondosa nota de 11 valores e ainda outro, esse sim, conseguiu aquilo que inteligência humana raramente atinge em concursos para a câmara de Torres Novas: 13,6 valores.
Num mar de dezenas pessoas, malta burra e incompetente, safaram-se meia dúzia de notas positivas, remediadas, pobrezinhas, mas positivas. Ah, e faltava dizer: houve um 18, uma candidata destacadíssima, que não teve qualquer dificuldade em ultrapassar as dificuldades, armadilhas e subtilezas da prova escrita e arrancou, qual campeã de triatlo, para a gloriosa nota de 18 valores. Afinal, ainda há gente capacitada neste país de medianas cabecinhas.
Só que, há sempre um só que, a referida candidata parece que é familiar de um funcionário da autarquia e logo o falatório se espalhou como fogo em palha seca por praças, corredores, esplanadas e internetes, com ameças de processos judiciais à câmara e a má língua do costume, alegando-se que não era mera coincidência a campeã dos 18 valores ser familiar de um funcionário e por aí fora.
Perante o alarme social e, para alguns, o escândalo desbragado da situação, a maioria socialista da câmara torrejana logo tratou de admitir que se enganou, que afinal não precisava nada da psicóloga por agora, atendendo ao aquecimento global e à descida de Portugal no ranking da FIFA. Na sua declaração de voto na reunião de câmara que anulou o concurso, sob a forma de uma extensa e mirabolante dissertação escrita pelos serviços, em que estes, não a câmara, vêm dizer que não, afinal não, não precisamos, pá, lá mais para a frente sim, até porque vai haver aí um programa baril com uns parceiros sociais que prevê uma catrefa de malta e pronto, não se perde pela demora, há mais marés que marinheiros. Para quem não saiba, o Pai Natal é um homem de saia encarnada que vem de trenó lá da Lapónia no início de Dezembro. É um conto que se pode sempre contar, porque é lindo e tem barbas.
Barquinha, terra de encantos mil
Entretanto, o azar dos Távoras não persegue só os socialistas torrejanos. Aqui ao lado, na encantadora vila ribeirinha do Tejo, o presidente da Câmara homologou um concurso para meter na autarquia o seu chefe de gabinete como técnico superior de engenharia civil, mas o sururu foi tal que teve de deitar abaixo o concurso. Freire foi mais refinado e pediu um parecer a uma sociedade de advogados, que disse o que era óbvio para qualquer iletrado: o concurso era irregular e estava armadilhado.
No concurso barquinhense, o candidato vencedor e entretanto anulado é filho de um ex-vereador da câmara e actual presidente socialista da Junta de Atalaia. “Outra situação duvidosa foi a escolha da psicóloga que fez a avaliação psicológica dos candidatos, por trabalhar no Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha, que depende em algumas valências da autarquia, onde também trabalha como psicóloga a namorada do candidato”, escreveu um conceituado jornal da região, dando um picante “vieiradasilvismo” à história.
Diga-se de passagem que esta história de tentar meter na câmara um chefe de gabinete não é novidade e paga direitos de autor. Aqui há largos e bons, o presidente torrejano Rodrigues tentou meter e meteu mesmo na câmara o seu chefe de gabinete, que também surgiu destacado na frente de um pelotão de crédulos que concorreram a um concurso. Hoje, passados mais de 10 anos sobre tão divertido acontecimento, ainda está pendente na justiça um processo em que uma das concorrentes pede a anulação do concurso para contratação de um técnico superior de história.
Torres Novas: “Comemorações Populares” do 25 de Abril » 2024-04-22 Em simultâneo com as comemorações levadas a efeito pelo município, realizam-se também no concelho outras iniciativas: no dia 23 há um debate sobre mediação cultural no Museu Agrícola de Riachos, às 11 horas, às 19 uma sessão musical no auditório da biblioteca de Torres Novas, com a participação do coro de Alcorriol e da Banda Operária, no dia 25 de Abril um almoço comemorativo no Hotel dos Cavaleiros, uma arruada com desfile popular da praça 5 de Outubro para o Parque da Liberdade, às 15H0 e pelas 17H, no largo da Igreja Velha, em Riachos, uma sessão musical promovida pelo Paralelo 39. |
25 de Abril em Alcanena: Ana Lains com António Saiote » 2024-04-22 O programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril terá início no dia 24 de Abril, quarta-feira, com o concerto comemorativo “António Saiote convida Ana Laíns, às 21:30h, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, seguido da atuação do DJ Pedro Galinha, às 23:30h (ambos de entrada livre). |
MÚSICA: Rui Veloso em Alcanena » 2024-04-22 Integrado no programa de comemorações do 110.º aniversário da Fundação do Concelho de Alcanena, terá lugar, no dia 8 de Maio, quarta-feira, às 21h30, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, um concerto de Rui Veloso, um dos grandes nomes da música portuguesa e um dos mais influentes, com uma carreira repleta de sucessos, que atravessam gerações. |
Comemorações do 50.º aniversário do 25 de abril, em Torres Novas » 2024-04-22 O Município de Torres Novas assinala o Dia da Liberdade com um programa comemorativo do 50.º aniversário do 25 de abril de 1974, que inclui a sessão solene, a decorrer pela manhã, no Parque da Liberdade, onde à tarde serão homenageados os presos políticos naturais e residentes em Torres Novas à altura em que foram detidos. |
Renova: arquivado processo contra cidadãos que passaram dia da Espiga junto à nascente do rio Almonda » 2024-04-22 O Ministério Público mandou arquivar, por falta de provas, a participação movida pela empresa Renova contra vários cidadãos que passaram o ‘Dia da Espiga’ junto à nascente do Rio Almonda, alegando “danos e invasão de propriedade privada”. |
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Espectáculo de porcos em Riachos causa estranheza » 2024-04-08 Anunciava-se no cartaz das actividades do dia 7 de Abril, domingo, da Associação Equestre Riachense, como “porcalhada”. Mas estaria longe de imaginar-se que o espectáculo prometido seria um exercício de perseguição a um leitão, num chiqueiro, até o animal, aterrorizado, ser atirado para dentro de um recipiente situado no meio do recinto. |
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