Central de camionagem: BE diz que gestão socialista não cobra rendas da Rodoviária há 20 anos
Sociedade » 2016-06-27A história começa há 30 anos: em 1985, o município construiu a central de camionagem e deliberou cobrar uma renda anual de 1800 contos à Rodoviária
A história começa há 30 anos: em 1985, o município construiu a central de camionagem do Nogueiral e, havendo apenas uma empresa de transportes públicos a operar, deliberou cobrar uma renda anual de 1800 contos a essa empresa, a Rodoviária Nacional, pela utilização da estação.
A renda foi inscrita no contrato de concessão, estabelecido entre o município e a empresa, mas como a Rodoviária já não tinha interesse na antiga garagem Claras, que iria deixar, e a câmara mostrou vontade em ficar com o imóvel, foi atribuído à velha garagem um valor de 12 500 contos e, no encontro de contas, a Rodoviária ficava sem pagar as rendas anuais até 1996, o que veio a acontecer. A renda compreendia não só a utilização da estação central de camionagem, mas ainda de outro terreno do município, onde a Rodoviária tem a bomba de abastecimento e a lavagem de autocarros, junto ao rio.
Acontece que, em 2000, o vereador do PSD da altura, Manuel Gonçalves, dando conta que já tinham passado quatro anos após o período de isenção e nada acontecera, propõe que a renda passasse para 6000 contos, contrapondo uma proposta do então vereador do PS, Pedro Ferreira, de 4500 contos anuais, actualizando-se assim um valor com 15 anos. O autarca do PSD argumentou que 4500 contos por ano era pouco e que mesmo os 6000 contos não era um valor excessivo, chamando até a atenção para o facto de a empresa, alegadamente sem o conhecimento oficial da câmara, ter alugado um espaço da central para um bar, cuja receita era praticamente metade do que a empresa pagaria, se pagasse, pela utilização da central. Nessa reunião, o vereador Pedro Ferreira fazia as vezes de presidente, assumiu ele próprio a proposta de 6000 contos anuais e o assunto foi à votação: resultado, a câmara deliberou uma renda de 6000 contos anuais a cobrar à Rodoviária.
A partir daqui, diz agora o Bloco de Esquerda, sucedeu-se um conjunto de protocolos difíceis de entender, entre a gestão socialista e a Rodoviária, mas cujo resultado prático foi apenas um, evitar que a câmara cobrasse durante mais alguns anos o valor das rendas anuais à empresa.
O assunto foi suscitado recentemente devido a um tema aparentemente lateral a este: a câmara teria de deliberar sobre a natureza das obras da sede social feitas pela empresa no espaço da estação e concluídas há anos, e lá vinha no processo, mais uma vez, a menção às anuidades referentes à utilização da estação de camionagem, para um eventual encontro de contas.
Na informação apensa ao processo, os serviços da autarquia contabilizam a dívida da Rodoviária em cerca de 112 mil euros, mas esse valor diz respeito a uma renda anual que terá como parâmetro os 1800 contos do contrato de 1985 e a apenas alguns anos de cobrança e não todos os que, aparentemente, deviam ter sido: vinte anos, contados desde 1996 até à actualidade.
Mais diz o extenso historial do processo, elaborado pelo Bloco de Esquerda, que se a gestão socialista tivesse dado cumprimento à deliberação do ano 2000 (6000 contos anuais, trinta mil euros), os proventos da autarquia com a concessão da estação teriam rondado nestes vinte anos cerca de 600 mil euros.
E foi na reunião da Câmara Municipal de Torres Novas, realizada em 21 de Junho, que a vereadora do BE, Helena Pinto, apresentou uma declaração política e uma proposta sobre o “Contrato de concessão de exploração da central pública de camionagem do Nogueiral à Rodoviária do Tejo”, contendo estes considerandos e este historial. O assunto esteve agendado para a reunião anterior, do passado dia 7 de Junho, tendo sido retirado pelo presidente, tendo em conta que se tratava de uma reunião descentralizada. O BE estranhou que o assunto não fosse reagendado, segundo Helena Pinto, para a reunião seguinte, e decidiu apresentar uma declaração política sobre a matéria, que considera “muito importante, tendo em conta que o município foi prejudicado em muitas centenas de milhares de euros nos últimos vinte anos.”
Pedro Ferreira: no comments
Para o presidente da câmara, Pedro Ferreira, que esteve no centro dos acontecimentos no ano 2000, e que nessa altura fez a proposta do aumento da renda de 1800 para 6000 contos, “não foi a primeira vez nem certamente será a última que processos agendados para reunião de Câmara, a pedido da oposição ou por iniciativa do presidente, são retirados para melhor reflexão e agendados de novo”.
O autarca garante que “este processo irá ser reagendado e nessa altura a câmara pronunciar-se-á sobre o mesmo”. O presidente, para já, não faz qualquer tipo de declarações sobre o assunto: “Não teço considerações nesta fase sobre a proposta e comunicado do BE, pois o momento político da apreciação e deliberação deverá ser em reunião de Câmara”, concluindo que é necessário conhecer-se todo o processo, relativo ao património e às obras, rematando ainda que “o PS sente-se devidamente esclarecido sobre estes pontos e pronto para os analisar no momento próprio”.
Já João Quaresma, líder local do PSD, recorda que, de facto, “no mandato autárquico 1998 – 2001, o PSD de Torres Novas encontrava-se representado no executivo camarário com dois vereadores, tendo efectivamente sido colocada a questão das rendas devidas pela ocupação do espaço destinado ao terminal rodoviário de Torres Novas, o que certamente foi efectuado atenta as informações técnicas e políticas disponibilizadas nesse momento para análise de assunto da reunião”.
Quanto ao resto, o advogado diz não poder nem dever fazer qualquer comentário, já que mantém um vínculo profissional com a Rodoviária, razão que o levou, no mandato seguinte, e eleito que foi vereador, a não participar em deliberações que tivessem que ver com o tema.
Central de camionagem: BE diz que gestão socialista não cobra rendas da Rodoviária há 20 anos
Sociedade » 2016-06-27A história começa há 30 anos: em 1985, o município construiu a central de camionagem e deliberou cobrar uma renda anual de 1800 contos à Rodoviária
A história começa há 30 anos: em 1985, o município construiu a central de camionagem do Nogueiral e, havendo apenas uma empresa de transportes públicos a operar, deliberou cobrar uma renda anual de 1800 contos a essa empresa, a Rodoviária Nacional, pela utilização da estação.
A renda foi inscrita no contrato de concessão, estabelecido entre o município e a empresa, mas como a Rodoviária já não tinha interesse na antiga garagem Claras, que iria deixar, e a câmara mostrou vontade em ficar com o imóvel, foi atribuído à velha garagem um valor de 12 500 contos e, no encontro de contas, a Rodoviária ficava sem pagar as rendas anuais até 1996, o que veio a acontecer. A renda compreendia não só a utilização da estação central de camionagem, mas ainda de outro terreno do município, onde a Rodoviária tem a bomba de abastecimento e a lavagem de autocarros, junto ao rio.
Acontece que, em 2000, o vereador do PSD da altura, Manuel Gonçalves, dando conta que já tinham passado quatro anos após o período de isenção e nada acontecera, propõe que a renda passasse para 6000 contos, contrapondo uma proposta do então vereador do PS, Pedro Ferreira, de 4500 contos anuais, actualizando-se assim um valor com 15 anos. O autarca do PSD argumentou que 4500 contos por ano era pouco e que mesmo os 6000 contos não era um valor excessivo, chamando até a atenção para o facto de a empresa, alegadamente sem o conhecimento oficial da câmara, ter alugado um espaço da central para um bar, cuja receita era praticamente metade do que a empresa pagaria, se pagasse, pela utilização da central. Nessa reunião, o vereador Pedro Ferreira fazia as vezes de presidente, assumiu ele próprio a proposta de 6000 contos anuais e o assunto foi à votação: resultado, a câmara deliberou uma renda de 6000 contos anuais a cobrar à Rodoviária.
A partir daqui, diz agora o Bloco de Esquerda, sucedeu-se um conjunto de protocolos difíceis de entender, entre a gestão socialista e a Rodoviária, mas cujo resultado prático foi apenas um, evitar que a câmara cobrasse durante mais alguns anos o valor das rendas anuais à empresa.
O assunto foi suscitado recentemente devido a um tema aparentemente lateral a este: a câmara teria de deliberar sobre a natureza das obras da sede social feitas pela empresa no espaço da estação e concluídas há anos, e lá vinha no processo, mais uma vez, a menção às anuidades referentes à utilização da estação de camionagem, para um eventual encontro de contas.
Na informação apensa ao processo, os serviços da autarquia contabilizam a dívida da Rodoviária em cerca de 112 mil euros, mas esse valor diz respeito a uma renda anual que terá como parâmetro os 1800 contos do contrato de 1985 e a apenas alguns anos de cobrança e não todos os que, aparentemente, deviam ter sido: vinte anos, contados desde 1996 até à actualidade.
Mais diz o extenso historial do processo, elaborado pelo Bloco de Esquerda, que se a gestão socialista tivesse dado cumprimento à deliberação do ano 2000 (6000 contos anuais, trinta mil euros), os proventos da autarquia com a concessão da estação teriam rondado nestes vinte anos cerca de 600 mil euros.
E foi na reunião da Câmara Municipal de Torres Novas, realizada em 21 de Junho, que a vereadora do BE, Helena Pinto, apresentou uma declaração política e uma proposta sobre o “Contrato de concessão de exploração da central pública de camionagem do Nogueiral à Rodoviária do Tejo”, contendo estes considerandos e este historial. O assunto esteve agendado para a reunião anterior, do passado dia 7 de Junho, tendo sido retirado pelo presidente, tendo em conta que se tratava de uma reunião descentralizada. O BE estranhou que o assunto não fosse reagendado, segundo Helena Pinto, para a reunião seguinte, e decidiu apresentar uma declaração política sobre a matéria, que considera “muito importante, tendo em conta que o município foi prejudicado em muitas centenas de milhares de euros nos últimos vinte anos.”
Pedro Ferreira: no comments
Para o presidente da câmara, Pedro Ferreira, que esteve no centro dos acontecimentos no ano 2000, e que nessa altura fez a proposta do aumento da renda de 1800 para 6000 contos, “não foi a primeira vez nem certamente será a última que processos agendados para reunião de Câmara, a pedido da oposição ou por iniciativa do presidente, são retirados para melhor reflexão e agendados de novo”.
O autarca garante que “este processo irá ser reagendado e nessa altura a câmara pronunciar-se-á sobre o mesmo”. O presidente, para já, não faz qualquer tipo de declarações sobre o assunto: “Não teço considerações nesta fase sobre a proposta e comunicado do BE, pois o momento político da apreciação e deliberação deverá ser em reunião de Câmara”, concluindo que é necessário conhecer-se todo o processo, relativo ao património e às obras, rematando ainda que “o PS sente-se devidamente esclarecido sobre estes pontos e pronto para os analisar no momento próprio”.
Já João Quaresma, líder local do PSD, recorda que, de facto, “no mandato autárquico 1998 – 2001, o PSD de Torres Novas encontrava-se representado no executivo camarário com dois vereadores, tendo efectivamente sido colocada a questão das rendas devidas pela ocupação do espaço destinado ao terminal rodoviário de Torres Novas, o que certamente foi efectuado atenta as informações técnicas e políticas disponibilizadas nesse momento para análise de assunto da reunião”.
Quanto ao resto, o advogado diz não poder nem dever fazer qualquer comentário, já que mantém um vínculo profissional com a Rodoviária, razão que o levou, no mandato seguinte, e eleito que foi vereador, a não participar em deliberações que tivessem que ver com o tema.
Torres Novas: “Comemorações Populares” do 25 de Abril » 2024-04-22 Em simultâneo com as comemorações levadas a efeito pelo município, realizam-se também no concelho outras iniciativas: no dia 23 há um debate sobre mediação cultural no Museu Agrícola de Riachos, às 11 horas, às 19 uma sessão musical no auditório da biblioteca de Torres Novas, com a participação do coro de Alcorriol e da Banda Operária, no dia 25 de Abril um almoço comemorativo no Hotel dos Cavaleiros, uma arruada com desfile popular da praça 5 de Outubro para o Parque da Liberdade, às 15H0 e pelas 17H, no largo da Igreja Velha, em Riachos, uma sessão musical promovida pelo Paralelo 39. |
25 de Abril em Alcanena: Ana Lains com António Saiote » 2024-04-22 O programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril terá início no dia 24 de Abril, quarta-feira, com o concerto comemorativo “António Saiote convida Ana Laíns, às 21:30h, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, seguido da atuação do DJ Pedro Galinha, às 23:30h (ambos de entrada livre). |
MÚSICA: Rui Veloso em Alcanena » 2024-04-22 Integrado no programa de comemorações do 110.º aniversário da Fundação do Concelho de Alcanena, terá lugar, no dia 8 de Maio, quarta-feira, às 21h30, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, um concerto de Rui Veloso, um dos grandes nomes da música portuguesa e um dos mais influentes, com uma carreira repleta de sucessos, que atravessam gerações. |
Comemorações do 50.º aniversário do 25 de abril, em Torres Novas » 2024-04-22 O Município de Torres Novas assinala o Dia da Liberdade com um programa comemorativo do 50.º aniversário do 25 de abril de 1974, que inclui a sessão solene, a decorrer pela manhã, no Parque da Liberdade, onde à tarde serão homenageados os presos políticos naturais e residentes em Torres Novas à altura em que foram detidos. |
Renova: arquivado processo contra cidadãos que passaram dia da Espiga junto à nascente do rio Almonda » 2024-04-22 O Ministério Público mandou arquivar, por falta de provas, a participação movida pela empresa Renova contra vários cidadãos que passaram o ‘Dia da Espiga’ junto à nascente do Rio Almonda, alegando “danos e invasão de propriedade privada”. |
PUBLICIDADE INSTITUCIONAL - Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA » 2024-04-10 Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 29.º, alínea a, do número 2, convoco as/os Exma(o)s associada(o)s para uma Assembleia Geral ordinária, a realizar no próximo dia 28 de abril de 2024, pelas 15H00, nas instalações do Centro. |
Espectáculo de porcos em Riachos causa estranheza » 2024-04-08 Anunciava-se no cartaz das actividades do dia 7 de Abril, domingo, da Associação Equestre Riachense, como “porcalhada”. Mas estaria longe de imaginar-se que o espectáculo prometido seria um exercício de perseguição a um leitão, num chiqueiro, até o animal, aterrorizado, ser atirado para dentro de um recipiente situado no meio do recinto. |
Bombeiros: nova direcção, velhos hábitos » 2024-03-21 Chegou ao fim a guerra nos Bombeiros Voluntários Torrejanos. Pelo menos, para já. A nova direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos tomou posse ao fim da tarde de hoje, 21 de Março, Dia Mundial da Poesia. |
Paulo Ganhão Simões, presidente da Junta de Pedrógão: “Só se consegue tentar reverter a desertificação com mais investimento público” » 2024-03-21 Diz que é uma pessoa diferente após esta já longa carreira de autarca e que também ficou com uma percepção mais rica do que é o território da sua freguesia. Considera que contribuiu para mitigar antigos antagonismos, faz um balanço positivo da sua acção, mas ainda tem projectos por finalizar, entre eles uma melhor ligação à sede do concelho. |
Bombeiros: a saga continua, agora para destituição da mesa da assembleia geral » 2024-03-20 Quando se pensava que as eleições para a direcção da AHBVT iriam dar lugar a um momento de acalmia na vida da associação, eis que um grupo de associados pediu a Arnaldo Santos, presidente da assembleia geral, a convocação de uma assembleia geral extraordinária para destituir, note-se, a própria mesa da assembleia geral. |