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POLÍTICA: quem é Francisco Dinis, o novo chefe da concelhia socialista?

Sociedade  »  2022-10-17 

Com um curso de direito a tiracolo e uma carreira partidária fulgurante, caído no Parlamento em substituição de deputados eleitos, como aliás se previa, liderava a única lista que se apresentou às eleições para a concelhia socialista torrejana no passado dia 8.

A subida na carreira partidária de Francisco Dinis, na Juventude Socialista, está em linha com um histórico de confusões e casos pouco edificáveis que caracterizam a vida daquela estrutura partidária juvenil, aqui pouco distinguível da JSD. A própria actual ministra Ana Catarina Mendes deixou um rasto bem garrido na sua passagem pela JS, em conflito aceso com Jamila Madeira: perdeu as eleições para líder da organização para a sua camarada, em 2000, e queria a anulação das mesmas por confusões de boletins de voto.

 Voltemos à terra, a nossa. A primeira vez que se ouve falar de Francisco Dinis em Torres Novas não é por razões nada auspiciosas. Em Dezembro de 2016, ele tinha sido reeleito presidente da Juventude Socialista torrejana, mas essas eleições ficariam a marcar a sua história de forma pouco abonatória. O assunto saltou para a imprensa após denúncias de pais de atletas da UDR da Zona Alta e o JT escrevia em edição do princípio de Janeiro de 2017, quando o assunto já estava na praça pública:

 "As recentes eleições para a liderança da JS Torres Novas estão envoltas em desconfiança e suspeitas de fraude, na forma de utilização indevida de dados pessoais sem o conhecimento das alegadas vítimas. As referidas eleições decorreram no passado dia 7 de Novembro, na sede do PS Torres Novas, no Largo do Lamego, tendo-se apresentado um único candidato, anterior líder da concelhia que, assim, se mantém em funções por mais dois anos”.

 As suspeitas tinham sido levantadas por alguns pais e encarregados de educação de um grupo de raparigas, jogadoras e ex-jogadoras de um clube da cidade, onde colaborava o militante da JS em causa, Francisco Dinis, devido ao aparecimento de cartões de militantes da JS em várias caixas de correio, em nome das filhas, sem as menores, também alegadamente, terem assinado autorizações para integrarem as listas da JS e serem potenciais votantes nas referidas eleições. Os pais terão reportado a situação por escrito para a JS, mas não obtiveram qualquer resposta. Terão ainda relatado a situação à direcção de um dos clubes envolvidos, a UDR Zona Alta que, em reunião de direcção da colectividade, a 16 de Janeiro desse ano de 2017, confrontou o seu colaborador Francisco Dinis com os alegados factos.

 Segundo soube na altura o JT, junto da direcção do clube, o jovem militante socialista assegurou que todos os contactos que fez, relacionados com as eleições, foram feitos fora das instalações e das actividades daquele clube desportivo e envolveram também jovens de vários clubes da cidade, e terá acrescentado aos dirigentes do clube onde colaborava que decidira abandonar todos os cargos políticos que desempenhava, um dos quais era o de membro da Assembleia Municipal de Torres Novas. "É uma cabala contra mim", terá dito aos dirigentes da UDR Zona Alta, dominando, já de tenra idade, as potencialidades salvíficas e dissolventes do conceito de “cabala”, que ouvia aos grandes na televisão.

 Na altura, o JT pediu esclarecimentos à liderança local do PS, à Juventude Socialista do Ribatejo e à direcção nacional da JS, mas não obteve qualquer resposta. Apenas uma fonte do PS disse ao JT que a situação já era de certo modo conhecida, mas que o PS não tinha qualquer responsabilidade orgânica sobre a JS. Francisco Dinis, o alegadamente envolvido nos factos, foi nessa altura contactado pelo JT, mas optou por não responder à nossa tentativa de esclarecer o caso.

 Concelhia do PS questionou direcção nacional

Localmente, o Partido Socialista, temendo que o escândalo causasse ainda mais danos políticos, tentou uma orientação vinda de cima. Em 26 de Outubro de 2017, já a granada tinha rebentado há muito, o presidente da comissão política concelhia, na altura António Rodrigues, expôs o caso à direcção nacional do PS, para que o esclarecessem “relativamente ao elemento que preside à Juventude Socialista desta concelhia, Francisco Dinis. Presumo, continuará a ser alvo de procedimento disciplinar interno daquela estrutura, por eventual falsificação (ao que parece, provada) de várias assinaturas de menores deste e de outro concelho vizinho. Essas falsificações deram origem a vários cartões falsos de militância, ainda na posse dos encarregados de educação, das menores em causa”, dizia a carta, a que o PS nacional fez orelhas moucas.

Rodrigues pedia ainda que fosse esclarecido como se devia proceder relativamente a este elemento, “uma vez que tem assento e direito de voto na comissão política do PS, por inerência de funções”

 Ia abandonar tudo, disse Dinis...

 Sobre o que terá dito Francisco Dinis aos dirigentes da UDR Zona Alta, de que iria abandonar todos os cargos políticos (talvez para atenuar a ira destes e evitar males maiores), era uma redonda mentira. Manteve-se ao largo da Assembleia Municipal de Torres Novas, para deixar assentar a poeira, mas de fininho continuava a tecer os caminhos que o levaram onde acabaria por chegar.

 Logo em Dezembro de 2017, embora já com 27 anos, era eleito no Cartaxo presidente da federação de Santarém da Juventude Socialista, isto é, subia na hierarquia partidária. Para quem ia abandonar tudo, não estava nada mau. Nesse mesmo ano de 2017, subia na hierarquia socialista torrejana, aparecendo em 5.º lugar na lista da assembleia municipal para as autárquicas. Era o prémio da sua contribuição sobre métodos e técnicas de ganhar eleições com recurso a uma criatividade sob todos os aspectos admirável e espantosa. Em 2019, com 29 anos, era reeleito presidente da federação distrital da juventude socialista, lugar que lhe iria dar acesso a voos mais largos, bastaria esperar sentado. Nesse ano, já era assessor jurídico da obscura e apagada Associação de Municípios do Vale do Tejo e no início de 2020 começava a trabalhar para o governo socialista, alegadamente como técnico especialista, no Gabinete do secretário de Estado da Administração Pública.

Em 2021, galga mais terreno e é terceiro na lista do PS à assembleia municipal de Torres Novas, mas o melhor para vir estava guardado, desde que se fizera líder distrital da JS no Cartaxo ou, se quisermos, desde que se fizera líder da concelhia torrejana da JS com recurso a métodos criativos: aparecia finalmente na lista dos candidatos a deputados do PS à assembleia da República em 6.º lugar, a vaga atribuída à Juventude Socialista.

 Nas legislativas de Outubro desse ano, o PS arrancaria a maioria absoluta e no distrito elegeria cinco deputados. Mais uma vez, para Francisco Dinis, bastava esperar sentado, numa cadeira preparada meticulosamente durante anos. Logo que Céu Albuquerque saltou para ministra da Agricultura pela segunda vez, deixando vago o seu lugar de deputada eleita, abria-se o caminho a uma substituição e aí estava Francisco Dinis de carrinho, directo a São Bento, apesar da cabala que sobre ele se tinha abatido em 2017. Acumula o cargo com o de membro da assembleia municipal de Torres Novas e, ainda, com o de membro da assembleia da União das Freguesias de São Pedro.

 É a este jovem de pouco mais de 30 anos, com este brilhante currículo partidário, não há dúvidas nenhumas, que o PS, com mais de trinta anos de poder em Torres Novas, entregou no dia 8 de Outubro os destinos do partido a nível local.

 

 

 

 

 

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