A vida calma vai ela, ali no Reguengo do Alviela
Sociedade » 2018-02-03Entra-se na aldeia e sai-se como se entrou. Nem vivalma.
Quatro ruas e três travessas: eis o pequeno povoado de Reguengo do Alviela. Mas a pequenez da povoação não impede que ela seja uma das terras mais conhecidas de Portugal há uns anos a esta parte.
Basta que caiam umas chuvadas mais vigorosas e o rio Alviela, ali entre Pombalinho e São Vicente do Paúl, molhe as pernas à lezíria e a estrada que dá acesso ao Reguengo fique intransitável, o que não é preciso muito, e aí estão as televisões de armas e bagagens. À falta crónica de assunto (procurar notícias dá trabalho), aquilo que é um acontecimento trivial é elevado à categoria de facto nacional, repetido até à exaustão durante dois dias. E lá vêm as histórias conhecidas até à náusea do barco dos bombeiros de Pernes, e do carteiro que vai levar a carta, e do padeiro, enfim, e a enésima entrevista a um habitante de ocasião: “Então, a cheia muda muito o dia a dia da aldeia?”
Não, nunca muda muito. É como uma ligeira dor de cabeça que passa com um benuron, mas para as cabecinhas ocas das redacções televisivas, trata-se de um must que não se pode perder e é ver quem é o primeiro a chegar. Então, a televisão anuncia grave e solene, em pleno telejornal: “Reguengo do Alviela já esta isolado”. Num país sem catástrofes nem guerras, meio metro de água é elevado a tragédia. De substituição.
Este ano, à falta de chuva e água no nabal, ninguém se lembrou do Reguengo do Alviela. A espreguiçar ao sol, a este impressionante e luminoso sol de Janeiro, o Reguengo não deixa de parecer uma ilha: sem água à volta, mas cercado de verde a despontar, o verde de uma lezíria imensa, coração do Ribatejo, ali a centenas de metros do grande rio.
Entra-se na aldeia e sai-se como se entrou. Nem vivalma. Percorrem-se as poucas ruas, espreitam-se as travessas e os quintais, bem à hora do meio-dia, e nada. Ninguém assoma a uma janela, nada se move. Apenas um cão atira umas palavras numa linguagem universal, a lembrar ao visitante que está em território sagrado. Uma nesga sagrada onde um silêncio brutal e a quase insuportável luz da lezíria retiram aquele pedaço de mundo do bulício demasiado ruidoso do mundo. Então, o cão cala-se e o silêncio regressa. E o Reguengo do Alviela recupera outra a vez sua paz incomparável. JCL
A vida calma vai ela, ali no Reguengo do Alviela
Sociedade » 2018-02-03Entra-se na aldeia e sai-se como se entrou. Nem vivalma.
Quatro ruas e três travessas: eis o pequeno povoado de Reguengo do Alviela. Mas a pequenez da povoação não impede que ela seja uma das terras mais conhecidas de Portugal há uns anos a esta parte.
Basta que caiam umas chuvadas mais vigorosas e o rio Alviela, ali entre Pombalinho e São Vicente do Paúl, molhe as pernas à lezíria e a estrada que dá acesso ao Reguengo fique intransitável, o que não é preciso muito, e aí estão as televisões de armas e bagagens. À falta crónica de assunto (procurar notícias dá trabalho), aquilo que é um acontecimento trivial é elevado à categoria de facto nacional, repetido até à exaustão durante dois dias. E lá vêm as histórias conhecidas até à náusea do barco dos bombeiros de Pernes, e do carteiro que vai levar a carta, e do padeiro, enfim, e a enésima entrevista a um habitante de ocasião: “Então, a cheia muda muito o dia a dia da aldeia?”
Não, nunca muda muito. É como uma ligeira dor de cabeça que passa com um benuron, mas para as cabecinhas ocas das redacções televisivas, trata-se de um must que não se pode perder e é ver quem é o primeiro a chegar. Então, a televisão anuncia grave e solene, em pleno telejornal: “Reguengo do Alviela já esta isolado”. Num país sem catástrofes nem guerras, meio metro de água é elevado a tragédia. De substituição.
Este ano, à falta de chuva e água no nabal, ninguém se lembrou do Reguengo do Alviela. A espreguiçar ao sol, a este impressionante e luminoso sol de Janeiro, o Reguengo não deixa de parecer uma ilha: sem água à volta, mas cercado de verde a despontar, o verde de uma lezíria imensa, coração do Ribatejo, ali a centenas de metros do grande rio.
Entra-se na aldeia e sai-se como se entrou. Nem vivalma. Percorrem-se as poucas ruas, espreitam-se as travessas e os quintais, bem à hora do meio-dia, e nada. Ninguém assoma a uma janela, nada se move. Apenas um cão atira umas palavras numa linguagem universal, a lembrar ao visitante que está em território sagrado. Uma nesga sagrada onde um silêncio brutal e a quase insuportável luz da lezíria retiram aquele pedaço de mundo do bulício demasiado ruidoso do mundo. Então, o cão cala-se e o silêncio regressa. E o Reguengo do Alviela recupera outra a vez sua paz incomparável. JCL
Torres Novas: “Comemorações Populares” do 25 de Abril » 2024-04-22 Em simultâneo com as comemorações levadas a efeito pelo município, realizam-se também no concelho outras iniciativas: no dia 23 há um debate sobre mediação cultural no Museu Agrícola de Riachos, às 11 horas, às 19 uma sessão musical no auditório da biblioteca de Torres Novas, com a participação do coro de Alcorriol e da Banda Operária, no dia 25 de Abril um almoço comemorativo no Hotel dos Cavaleiros, uma arruada com desfile popular da praça 5 de Outubro para o Parque da Liberdade, às 15H0 e pelas 17H, no largo da Igreja Velha, em Riachos, uma sessão musical promovida pelo Paralelo 39. |
25 de Abril em Alcanena: Ana Lains com António Saiote » 2024-04-22 O programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril terá início no dia 24 de Abril, quarta-feira, com o concerto comemorativo “António Saiote convida Ana Laíns, às 21:30h, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, seguido da atuação do DJ Pedro Galinha, às 23:30h (ambos de entrada livre). |
MÚSICA: Rui Veloso em Alcanena » 2024-04-22 Integrado no programa de comemorações do 110.º aniversário da Fundação do Concelho de Alcanena, terá lugar, no dia 8 de Maio, quarta-feira, às 21h30, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, um concerto de Rui Veloso, um dos grandes nomes da música portuguesa e um dos mais influentes, com uma carreira repleta de sucessos, que atravessam gerações. |
Comemorações do 50.º aniversário do 25 de abril, em Torres Novas » 2024-04-22 O Município de Torres Novas assinala o Dia da Liberdade com um programa comemorativo do 50.º aniversário do 25 de abril de 1974, que inclui a sessão solene, a decorrer pela manhã, no Parque da Liberdade, onde à tarde serão homenageados os presos políticos naturais e residentes em Torres Novas à altura em que foram detidos. |
Renova: arquivado processo contra cidadãos que passaram dia da Espiga junto à nascente do rio Almonda » 2024-04-22 O Ministério Público mandou arquivar, por falta de provas, a participação movida pela empresa Renova contra vários cidadãos que passaram o ‘Dia da Espiga’ junto à nascente do Rio Almonda, alegando “danos e invasão de propriedade privada”. |
PUBLICIDADE INSTITUCIONAL - Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA » 2024-04-10 Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 29.º, alínea a, do número 2, convoco as/os Exma(o)s associada(o)s para uma Assembleia Geral ordinária, a realizar no próximo dia 28 de abril de 2024, pelas 15H00, nas instalações do Centro. |
Espectáculo de porcos em Riachos causa estranheza » 2024-04-08 Anunciava-se no cartaz das actividades do dia 7 de Abril, domingo, da Associação Equestre Riachense, como “porcalhada”. Mas estaria longe de imaginar-se que o espectáculo prometido seria um exercício de perseguição a um leitão, num chiqueiro, até o animal, aterrorizado, ser atirado para dentro de um recipiente situado no meio do recinto. |
Bombeiros: nova direcção, velhos hábitos » 2024-03-21 Chegou ao fim a guerra nos Bombeiros Voluntários Torrejanos. Pelo menos, para já. A nova direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos tomou posse ao fim da tarde de hoje, 21 de Março, Dia Mundial da Poesia. |
Paulo Ganhão Simões, presidente da Junta de Pedrógão: “Só se consegue tentar reverter a desertificação com mais investimento público” » 2024-03-21 Diz que é uma pessoa diferente após esta já longa carreira de autarca e que também ficou com uma percepção mais rica do que é o território da sua freguesia. Considera que contribuiu para mitigar antigos antagonismos, faz um balanço positivo da sua acção, mas ainda tem projectos por finalizar, entre eles uma melhor ligação à sede do concelho. |
Bombeiros: a saga continua, agora para destituição da mesa da assembleia geral » 2024-03-20 Quando se pensava que as eleições para a direcção da AHBVT iriam dar lugar a um momento de acalmia na vida da associação, eis que um grupo de associados pediu a Arnaldo Santos, presidente da assembleia geral, a convocação de uma assembleia geral extraordinária para destituir, note-se, a própria mesa da assembleia geral. |