Almonda Parque: um perigo para a saúde pública
Sociedade » 2025-04-19
A proliferação descontrolada de patos e agora pombos que colonizam os relvados do Parque Almonda faz dele um perigo para a saúde pública. Crianças são potenciais vítimas das doenças transmitidas pelas aves.
Os magníficos relvados do Almonda Parque, onde os pais deixam as crianças brincar à vontade sobretudo agora que o tempo fica melhor, estão na verdade repletos de dejectos de patos e pombos, veículo altamente transmissor de doenças várias, algumas perigosas. O hábito de as pessoas irem para o local deitar pão aos patos, atrai as ratazanas, que durante a noite sobem das margens à procura de restos. Transportam consigo a leptospirose, uma doença com levado grau de perigosidade.
É verdade que, em algumas cidades, existem patos em parques ou jardins. Só que os animais, além de poucos e controlados em número, estão remetidos a cercas onde são alimentados e onde as pessoas os podem ver, mas estão proibidas de os alimentar. Não há em lado nenhum patos e gansos às dezenas em liberdade e em meio urbano, mesmo em jardins citadinos.
Em Torres Novas, por razões que se desconhecem, acha-se que é normal os patos andarem por todos os espaços ajardinados e mesmo pelas ruas e largos da cidade, conspurcando tudo à sua volta. Não serviu de exemplo o modo como um bando de gansos derreteu completamente os espaços verdes de um troço da avenida, há uns anos. Agora, os animais estão em elevado número no Parque Almonda, e aos patos e gansos, juntam-se também bandos de pombos, que partilham um espaço de que deveria estar limpo para servir para o que foi criado. Uma verdadeira epidemia.
O caminho cor de rosa que percorre o Parque está permanentemente pejado de dejectos, tal como o mobiliário urbano. Com o bom tempo, vem um cheiro insuportável e as moscas. Mas neste caso é o que é visível. Na relva, tudo se passa mais dissimulado. Mas mesmo na relva, há zonas completamente conspurcadas de dejectos. E estamos em tempo de chuva. Onde crianças e graúdos se deitam e brincam estão escondidos as bactérias e vírus libertados pelos dejectos das aves. Quando chegar o calor, o quadro de sujidade e mau cheiro é devastador, com caminhos, bancos e decks sempre sujos dos dejectos dos animais.
O Almonda Parque foi feito para pessoas e principalmente para dotar a cidade de um espaço onde as crianças podem brincar à vontade. Ora, isso é incompatível com a situação que se vive, em que tudo é conspurcado pelos dejectos dos animais. É má imagem para a cidade, anula a função do equipamento, é um espaço propício à transmissão de doenças.
Tudo razões para a Câmara proceda com rapidez e eficiência ao controlo da situação, que passa pela captura dos animais e o seu transporte para locais afastados da cidade, com a eventual delimitação de uma cerca onde possam ficar meia dúzia.
A solução também terá de incluir cortar-se com o hábito de as pessoas irem alimentar as aves com restos de pão, aliás inapropriado para a sua alimentação. Infelizmente, já não é só restos de pão, mas paneladas de restos de comida simplesmente despejados no meio da relva. Um nojo.
Dar pão aos patos? Errado
O regime alimentar das espécies de patos, gansos e outros é composto por plantas aquáticas e pequenos animais. Uma alimentação rica em pão, sobretudo pão branco, pode causar doenças e deformações nas aves aquáticas. Aliás é preciso referir que eles têm todo o alimento que necessitam no rio. Por outro lado, a massa do pão molhada pode tornar-se um ambiente propício para a proliferação do fungo Aspergillus, que, invadindo os pulmões dos patos, lhes pode causar a morte.
Há que considerar também, os problemas que as migalhas e bocados de pão causam ao ecossistema do rio. As migalhas de pão vão potenciar o aparecimento de algas na superfície – a eutrofização. Esses organismos produzem nitratos e fosfatos, libertando toxinas que prejudicam os peixes e exalam mau cheiro. As algas também impedem que a luz do sol chegue a plantas subaquáticas, alterando o equilíbrio do ecossistema, pelo aumento de matéria orgânica e redução do oxigénio dissolvido. Pode também levar ao envenenamento de espécies e atrair outros animais, como ratos, cuja urina transmite leptospirose, doença que pode ser fatal em humanos.
As doenças causadas pelas aves
Os pombos, patos e aves em geral, a circular em espaço público partilhado por humanos, podem transmitir várias doenças, como a criptococose, psitacose, histoplasmose, encefalite viral ou a salmonelose, por exemplo. A transmissão dessas doenças acontece por meio do contacto com as fezes dos pombos, de forma directa ou indireta, já que os excrementos podem secar e virar pó, podendo ser inalados pelas pessoas ou contaminar superfícies, água ou alimentos, fazendo com que o agente infeccioso responsável pela doença entre no organismo e cause complicações.
Criptococose
A criptococose é uma das principais doenças transmitidas pelos pombos urbanos e patos e é causada por um fungo que vive e se desenvolve nas fezes, o Cryptococcus neoformans. Quando esporos desse fungo são inalados, há afecção inicial do pulmão e à medida que o fungo se desenvolve, consegue espalhar para outros locais do corpo por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e resultar em meningite, que é uma grave complicação da criptococose.
Salmonelose
Embora a salmonelose seja mais frequente após a ingestão de alimentos mal lavados ou mal preparados, a transmissão da bactéria Salmonella também pode ocorrer devido aos dejectos das aves. Acontece porque quando as fezes secam e viram poeira, podem ser transportadas pelo vento e ficar presas em frutas e vegetais ou superfícies que, se não forem bem lavados, podem contaminar as pessoas.
Infecção por Escherichia coli
A Escherichia coli, também chamada de E. coli, é uma bactéria que vive no intestino dos humanos, mas que também está presente em grande quantidade nas fezes das aves. Para evitar este tipo de infecção é importante lavar as mãos depois de estar num ambiente com pombos e patos, como parques.
Histoplasmose
A histoplasmose é uma infecção causada pelo fungo Histoplasma capsulatum que pode ser transmitido por pombos. O contágio pelo fungo acontece ao manipular fezes desses animais, já que pode haver libertação de esporos no ambiente que podem ser inalados pela pessoa.
Psitacose
A psitacose é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia psittaci, que pode ser encontrada em pombos e outras aves, sendo transmitida para as pessoas por meio do contacto direto com as fezes secas ou secreções do trato respiratório da ave contaminada pela bactéria.
Almonda Parque: um perigo para a saúde pública
Sociedade » 2025-04-19A proliferação descontrolada de patos e agora pombos que colonizam os relvados do Parque Almonda faz dele um perigo para a saúde pública. Crianças são potenciais vítimas das doenças transmitidas pelas aves.
Os magníficos relvados do Almonda Parque, onde os pais deixam as crianças brincar à vontade sobretudo agora que o tempo fica melhor, estão na verdade repletos de dejectos de patos e pombos, veículo altamente transmissor de doenças várias, algumas perigosas. O hábito de as pessoas irem para o local deitar pão aos patos, atrai as ratazanas, que durante a noite sobem das margens à procura de restos. Transportam consigo a leptospirose, uma doença com levado grau de perigosidade.
É verdade que, em algumas cidades, existem patos em parques ou jardins. Só que os animais, além de poucos e controlados em número, estão remetidos a cercas onde são alimentados e onde as pessoas os podem ver, mas estão proibidas de os alimentar. Não há em lado nenhum patos e gansos às dezenas em liberdade e em meio urbano, mesmo em jardins citadinos.
Em Torres Novas, por razões que se desconhecem, acha-se que é normal os patos andarem por todos os espaços ajardinados e mesmo pelas ruas e largos da cidade, conspurcando tudo à sua volta. Não serviu de exemplo o modo como um bando de gansos derreteu completamente os espaços verdes de um troço da avenida, há uns anos. Agora, os animais estão em elevado número no Parque Almonda, e aos patos e gansos, juntam-se também bandos de pombos, que partilham um espaço de que deveria estar limpo para servir para o que foi criado. Uma verdadeira epidemia.
O caminho cor de rosa que percorre o Parque está permanentemente pejado de dejectos, tal como o mobiliário urbano. Com o bom tempo, vem um cheiro insuportável e as moscas. Mas neste caso é o que é visível. Na relva, tudo se passa mais dissimulado. Mas mesmo na relva, há zonas completamente conspurcadas de dejectos. E estamos em tempo de chuva. Onde crianças e graúdos se deitam e brincam estão escondidos as bactérias e vírus libertados pelos dejectos das aves. Quando chegar o calor, o quadro de sujidade e mau cheiro é devastador, com caminhos, bancos e decks sempre sujos dos dejectos dos animais.
O Almonda Parque foi feito para pessoas e principalmente para dotar a cidade de um espaço onde as crianças podem brincar à vontade. Ora, isso é incompatível com a situação que se vive, em que tudo é conspurcado pelos dejectos dos animais. É má imagem para a cidade, anula a função do equipamento, é um espaço propício à transmissão de doenças.
Tudo razões para a Câmara proceda com rapidez e eficiência ao controlo da situação, que passa pela captura dos animais e o seu transporte para locais afastados da cidade, com a eventual delimitação de uma cerca onde possam ficar meia dúzia.
A solução também terá de incluir cortar-se com o hábito de as pessoas irem alimentar as aves com restos de pão, aliás inapropriado para a sua alimentação. Infelizmente, já não é só restos de pão, mas paneladas de restos de comida simplesmente despejados no meio da relva. Um nojo.
Dar pão aos patos? Errado
O regime alimentar das espécies de patos, gansos e outros é composto por plantas aquáticas e pequenos animais. Uma alimentação rica em pão, sobretudo pão branco, pode causar doenças e deformações nas aves aquáticas. Aliás é preciso referir que eles têm todo o alimento que necessitam no rio. Por outro lado, a massa do pão molhada pode tornar-se um ambiente propício para a proliferação do fungo Aspergillus, que, invadindo os pulmões dos patos, lhes pode causar a morte.
Há que considerar também, os problemas que as migalhas e bocados de pão causam ao ecossistema do rio. As migalhas de pão vão potenciar o aparecimento de algas na superfície – a eutrofização. Esses organismos produzem nitratos e fosfatos, libertando toxinas que prejudicam os peixes e exalam mau cheiro. As algas também impedem que a luz do sol chegue a plantas subaquáticas, alterando o equilíbrio do ecossistema, pelo aumento de matéria orgânica e redução do oxigénio dissolvido. Pode também levar ao envenenamento de espécies e atrair outros animais, como ratos, cuja urina transmite leptospirose, doença que pode ser fatal em humanos.
As doenças causadas pelas aves
Os pombos, patos e aves em geral, a circular em espaço público partilhado por humanos, podem transmitir várias doenças, como a criptococose, psitacose, histoplasmose, encefalite viral ou a salmonelose, por exemplo. A transmissão dessas doenças acontece por meio do contacto com as fezes dos pombos, de forma directa ou indireta, já que os excrementos podem secar e virar pó, podendo ser inalados pelas pessoas ou contaminar superfícies, água ou alimentos, fazendo com que o agente infeccioso responsável pela doença entre no organismo e cause complicações.
Criptococose
A criptococose é uma das principais doenças transmitidas pelos pombos urbanos e patos e é causada por um fungo que vive e se desenvolve nas fezes, o Cryptococcus neoformans. Quando esporos desse fungo são inalados, há afecção inicial do pulmão e à medida que o fungo se desenvolve, consegue espalhar para outros locais do corpo por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e resultar em meningite, que é uma grave complicação da criptococose.
Salmonelose
Embora a salmonelose seja mais frequente após a ingestão de alimentos mal lavados ou mal preparados, a transmissão da bactéria Salmonella também pode ocorrer devido aos dejectos das aves. Acontece porque quando as fezes secam e viram poeira, podem ser transportadas pelo vento e ficar presas em frutas e vegetais ou superfícies que, se não forem bem lavados, podem contaminar as pessoas.
Infecção por Escherichia coli
A Escherichia coli, também chamada de E. coli, é uma bactéria que vive no intestino dos humanos, mas que também está presente em grande quantidade nas fezes das aves. Para evitar este tipo de infecção é importante lavar as mãos depois de estar num ambiente com pombos e patos, como parques.
Histoplasmose
A histoplasmose é uma infecção causada pelo fungo Histoplasma capsulatum que pode ser transmitido por pombos. O contágio pelo fungo acontece ao manipular fezes desses animais, já que pode haver libertação de esporos no ambiente que podem ser inalados pela pessoa.
Psitacose
A psitacose é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia psittaci, que pode ser encontrada em pombos e outras aves, sendo transmitida para as pessoas por meio do contacto direto com as fezes secas ou secreções do trato respiratório da ave contaminada pela bactéria.
![]() A obra começou logo com a promessa da brevidade aposta em cartaz. Andou uns meses. Depois, subitamente, parou. A promessa foi redobrada com novo cartaz e novas desculpas. Passaram mais meses, nada mexe. Ninguém diz nada. Um trambolho a atravancar o trânsito num sítio sensível. |
![]() Entre as paredes do super Docemel e da antiga ourivesaria Campião, no principal eixo de atravessamento da cidade, crescem ervas já arbustos mais altos que uma pessoa. Aliás, como noutras ruas da cidade. É o corredor ecológico urbano, uma inovação conceptual que alia a estética da cidade moderna ao bucolismo do campo, dois em um. |
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Pode parecer duro o título escolhido para esta apreciação à proposta de revisão do Plano Diretor Municipal. Numa primeira vista de olhos, a proposta de plano traz uma espécie de bondade voluntariosa na definição do desenho e do regulamento do PDM, muito para muitos em muitos lados. |
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Foi na passada terça-feira que o Movimento Pela Nossa Terra apresentou os principais candidatos às autárquicas de 12 de Outubro, na presença de alguns apoiantes e sob a batuta de António Rodrigues, o mandatário do movimento. |
![]() Sem qualquer cisão aparente com o passado recente (há aliás candidatos que ditam a continuidade do actual executivo), a verdade é que a candidatura de José Trincão Marques carrega uma sensação de mudança. |
![]() As candidaturas de Tiago Ferreira à Câmara e a de André Valentim à Assembleia Municipal de Torres Novas eram já conhecidas. Hoje, dia 5 de Julho, foram apresentados os cabeças de lista a nove das dez freguesias do concelho e ainda a equipa que acompanha Tiago Ferreira na corrida à Câmara Municipal. |
![]() O Município de Torres Novas vai promover, ao longo do dia 8 de Julho, um programa de comemorações para assinalar os 40 anos da elevação a cidade (1985-2025). A iniciativa tem início às 9h30, junto à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, com o hastear da bandeira ao som do hino de Torres Novas. |
![]() A maioria socialista da Câmara Municipal de Torres Novas fez aprovar na reunião extraordinária de ontem, segunda-feira, um pacote de galardões honoríficos a pessoas e instituições do concelho, mas as deliberações foram tecnicamente nulas por não cumprirem o estipulado no próprio regulamento municipal em vigor. |
![]() A Fótica, emblemática loja do centro histórico de Torres Novas, entrou da melhor maneira neste Verão, com mais uma iniciativa de promoção do comércio tradicional que realizou na passado sábado, dia 21, exactamente o dia do solstício. |
![]() A assembleia de aderentes do Bloco de Esquerda no concelho de Torres Novas reuniu no passado dia 10 de Junho, tendo sido "objectivo central dessa sssembleia debater a constituição das listas a apresentar nas próximas eleições para as autarquias locais e votar os nomes de quem vai encabeçar as listas à Câmara Municipal e Assembleia Municipal”, começa por informar a nota de imprensa bloquista. |