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Obra do Lamego candidata ao prémio IgNobel das obras * (alterado)**

Sociedade  »  2022-05-20 

Urbanismo rejeita prémio, diz que pertence às obras

Os prémios IgNobel, atribuídos todos os anos em Setembro em paralelo com os prémios Nobel, destinam-se a premiar experiências, inovações, invenções ou factos aparentemente bizarros, insólitos, improváveis e verdadeiramente assombrosos, capazes de desafiar a ciência, o bom senso ou mesmo as probabilidades no sentido cósmico do termo.

Este ano, a Câmara de Torres Novas parece fortemente empenhada em arrebatar um galardão igNobel, na categoria de urbanismo, já que aquilo que apresenta a concurso reúne todos os ingredientes que deverá ter uma candidatura vencedora.

Vejamos. Trata-se da obra do largo do Lamego, cujo pavimento anterior, em asfalto foi totalmente esventrado para se poderem realizar as obras de regularização de esgotos, com a construção de uma pequena estação elevatória subterrânea para tirar algumas condutas de esgotos do rio e encaminhá-las para o colector central na rua Miguel Bombarda. Até aqui tudo boas intenções. Mas era só para disfarçar.

A primeira contribuição para a candidatura surgiu quando a caixa dos comandos da estação, uma caixa tipo das da EDP, mas gigante, dois metros de altura, foi implantada no meio do passeio, a tapar a montra da loja em frente (FOTO 2). Nas outras terras, onde é tudo gente maluca, estas caixas são encostadas às paredes, como é óbvio, mas esta de implantar um espantalho daqueles no meio do passeio era demasiado: só com isto, a câmara arriscava-se a levar logo uma menção honrosa, sem esforço nenhum. Era bater em mortos. Por isso, como o passeio já estava completamente calcetado, foi só rebentar outra vez com a calçada, a segunda vez, espatifar o passeio, encostar a caixa à parede e refazer o calcetamento outra vez. Nada de mais (FOTO 3).

A seguir veio a telenovela mais vistosa e emocionante. Um grupo de moradores, vendo que o pavimento tinha sido todo arrancado, viu que era boa ideia aproveitar a ocasião para refazer o pavimento do largo em calçada, aliás como estão todos os largos do centro histórico da cidade. Este do Lamego era uma excepção. Vai daí, fizeram um abaixo-assinado que foi enviado para a Câmara, a solicitar que o largo fosse pavimentado como todos os largos do centro histórico da cidade: com calçada. O presidente da Câmara nem quis ouvir outra coisa: disse logo que sim, concordava plenamente, e deu entrevistas aos jornais a dizer, preto no branco, que “a travessa do Lamego e o Largo serão calcetados à semelhança dos outros espaços da cidade e que “estavam já a fazer-se os cálculos para a implantação da calçada” (FOTO 4).

Ora, foi o que o homem da máquina do alcatrão quis ouvir: contrariando o presidente da Câmara, os engenheiros e encarregados, apareceu de sorrelfa uma manhã de nevoeiro e alcatroou tudo, travessa, largo, valetas, tudo. E o trabalho ficou tão bem feito que o homem alcatroou as tampas de esgoto e das águas e tudo (FOTO 5), mais uma contribuição decisiva para o igNobel. O asfaltamento em si foi de resto um primor, na perspectiva do prémio, já que foi dispensada a camada final, impermeável e que dá consistência final à massa, pelo que em muitos locais aquela cena manhosa preta que foi colocada já está a esfarelar-se por todo o lado, como mandam as regras dos trabalhos badalhocos que são regra nesta vilória (FOTO 6). Um exemplo ilustrador de como se consegue, quando se quer, fazer coisas horríveis (o que não está ao alcance de toda a gente), é ver como se ultrapassou tecnicamente a junção do alcatrão à calçada, quando confluem do Lamego para a rua Miguel Bombarda: um verdadeiro nojo, e mais um ponto valioso para o IgNobel (FOTO 7).

Mas o prémio estava no bom caminho, mesmo. No fim deste asfaltamento com uma borra qualquer aparentada a uma qualquer borra, foram refeitos os passeios, que eram em calçada, nomeadamente os que envolvem a loja comercial de um dos prédios. Parecia que tinha voltado a paz.

Não, tinham-se esquecido que a caixa tinha de ser ligada à corrente, portanto, fácil: rebentar outra vez com os passeios e a calçada para passar os fios eléctricos, a terceira vez. Mais um ponto valioso para o igNobel. Um dia destes, esses passeios hão-de ser repostos (FOTO 8).

Faltava a cereja no topo do bolo. Parecia difícil, depois deste extenso panorama de inacreditáveis sucessos a caminho do prémio. Mas onde elas acontecem é onde menos se esperam. Repare-se: a obra destinava-se a encaminhar para o colector geral algumas condutas de esgoto que ainda corriam para o rio. Mas, concluídas as obras, o mais insólito estava para vir. Uma das condutas do largo, uma conduta pluvial, que sempre foi uma conduta pluvial, há 30 anos uma conduta pluvial descarregando as águas das chuvas na escadaria do porto do Lamego, aparece agora a deitar dejectos de esgoto, deixando um ar insuportável junto à ponte que se alastra ao largo. Um esgoto a céu aberto, a escorrer pela escadaria, um perigo para a saúde pública, no local onde as crianças dão comer aos patos, com pais (FOTO 9). Mais um ponto valioso a caminho do igNobel, talvez decisivo.

Perante isto, não há palavras, se não aquelas que visam agradecer a todos os intervenientes neste espectáculo e esperar que o município de Torres Novas, nas pessoas de todos os envolvidos na obra, alcance o merecido prémio, que ficará como marca indelével nos anais da administração urbanística da parvónia. Assim é que se enxofra!

* protestos informais de cidadãos ligados ao urbanismo da câmara dizem-nos que o prémio é da responsabilidade do pelouro das obras e não do urbanismo.  Fica o reparo!

** o relato deste texto baseia-se exclusivamente em factos reais e verificáveis, embora não pareça.

 

 

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