Escândalo político: Rodrigues diz-se vítima de “usurpação” de domínio de email da campanha por dirigente do PS de Torres Novas
Sociedade » 2021-04-15
A comprovar-se tudo o que está em causa neste episódio em que se cruzam a campanha de António Rodrigues e um dirigente do PS torrejano, trata-se de um escândalo político sem precedentes, envolvendo tentativa de boicote e espionagem política.
Em comunicado distribuído à imprensa ontem, dia 14 de Abril, o Movimento P’la Nossa Terra “lamenta o que na segunda-feira, 12 de Abril, aconteceu a António Rodrigues”.
Como se sabe, António Rodrigues enviou uma “carta aos torrejanos de todo o concelho”, distribuída massivamente, nela assumindo que pondera uma eventual candidatura à presidência da Câmara de Torres Novas.
Ainda não sendo candidato, diz o Movimento Pela Nossa Terra, Rodrigues já foi “vítima de usurpação grave indevida”, tecnicamente considerada “apropriação abusiva e com má-fé” do email que naquela carta colocou ao dispor dos torrejanos para com ele poderem contactar.
“Sim, alguém indevidamente foi à pressa, utilizando o nome de António Rodrigues, registar o domínio “António Rodrigues 2021”. Este grave procedimento que seguirá na justiça os trâmites normais, assegura Rodrigues, “foi executado por uma empresa detida por um elemento pertencente a organização política dominante no concelho”.
Na prática, o que aconteceu foi que, antes de a campanha de Rodrigues ter feito o registo do domínio para correio electrónico, alguém o ter feito logo que viu a carta distribuída na segunda-feira de manhã. Através de uma sua empresa, registou para si o domínio antoniorodrigues2021.pt e tecnicamente, repita-se, tecnicamente ficou habilitado a receber todos os emails enviados para a campanha de Rodrigues, tomando conhecimento do conteúdo de mensagens privadas e até a responder aos mesmos emails como se fosse a campanha do antigo presidente da Câmara.
Nessa tarde, quando a candidatura se preparava para operar o domínio antoniorodrigues2021, bateu na parede. Esse nome para domínio já estava registado por outrem, e o rasto ia dar a uma empresa sediada em Torres Novas, no edifício Galinha.
“Lamenta-se este tipo de comportamento indigno e inapropriado; não é este necessariamente o melhor exemplo e caminho a seguir na campanha autárquica que se avizinha”, remata o comunicado.
A organização política dominante
António Rodrigues não nomeia a força política que é dominante no concelho, mas obviamente que se refere ao PS e diz que é do Partido Socialista a pessoa que através de uma sua empresa, usurpou o seu nome para registar, como domínio, o nome para o domínio da campanha do seu movimento.
Não falando no nome do dirigente socialista alegadamente envolvido naquilo que, a provar-se, é um caso de, diz o movimento Pela Nossa Terra, “usurpação abusiva de nome de outrem e má fé”, no registo de um domínio do nome de outra pessoa, conhecida e reconhecida, com possível acção criminal por danos ao visado, a alusão de António Rodrigues e uma simples pesquisa na internet apontam para a empresa LusoWeb, sediada em Torres Novas e registada em nome de Nuno Miguel da Silva Cabrita Gomes Carpentier, aliás sediada na mesma sala de outra empresa também a ele pertencente. Nuno Carpentier é dirigente do PS, faz parte da comissão política concelhia e é eleito pelo partido na Assembleia Municipal de Torres Novas, onde integra a mesa da assembleia. Nuno Carpentier é também funcionário na Câmara Municipal de Torres Novas, onde tem a categoria de especialista de informática.
Por isso, independentemente de existirem ou não queixas judiciais, politicamente falando trata-se de uma tentativa de boicote (impedir o registo de domínio pretendido por Rodrigues) e espionagem política (a habilitação técnica para conhecer conteúdo de emails) de um dirigente do PS a um provável candidato autárquico, o que consubstancia um escândalo político de potenciais consequências devastadoras para a credibilidade e idoneidade da liderança socialista torrejana, onde se incluem, na comissão política concelhia, o presidente da Câmara, o vice-presidente da Câmara Luís Silva, líder máximo, e o próprio Nuno Carpentier, entre outros.
Especialista em fraude
Ironicamente, Nuno Carpentier já desempenhou funções técnicas como especialista em fraude. A crer na sua biografia profissional publicada no Linkedin, começou mesmo por aí: em 1999 foi “fraud specialist” e “fraud manager” na TMN, onde permaneceu cerca de três anos, em 2003 estava também como “fraud manager” na OniWay e dois anos depois ainda como “fraud manager” na Radiomóvel. Neste ano de 2003 cria a LusoWeb, a empresa que “capturou”, antecipando-se, o domínio de email pretendido e anunciado pela campanha de António Rodrigues.
Em 2005, passa a ser também CEO [sic] da Clínica Médica Dentária do Nogueiral, sita no edifício Galinha, poiso das empresas do próprio Carpentier. Neste ano de 2005 está na Câmara de Ourém, como especialista de informática e onde acederá a um cargo de chefia, como chefe de Divisão.
Entretanto, os ventos começam a soprar adversos para os socialistas em Ourém e Carpentier fixa-se politicamente em Torres Novas como membro da assembleia municipal. Em 2017, era ele membro daquele órgão, volta a concorrer nas listas do PS à assembleia municipal de Torres Novas. Mas antes das eleições desse ano, e já enquanto autarca eleito pelo PS em Torres Novas, dá entrada como técnico especialista de informática na Câmara de Torres Novas, ocupando um lugar do quadro cuja criação ele próprio votou e aprovou, como membro da assembleia municipal, para dele tomar posse quase de imediato, mas na verdade pedindo a seguir licença eleitoral para realizar a campanha eleitoral do PS desse ano de 2017, tudo dados que constam de uma queixa apresentada à Inspecção Geral de Finanças na sequência destes acontecimentos.
Reeleito em 2017, ascende ao cargo de membro da mesa da Assembleia Municipal de Torres Novas, integra a concelhia socialista torrejana e é colocado na Rádio Torres Novas FM para acompanhar a vida daquela estação emissora. Surge também como presidente da Banda Operária Torrejana, terminando com as eleições de há uma semana o seu mandato, que suscitou alguma polémica e que o terá impedido de conseguir reunir uma lista que se candidatasse de novo aos corpos sociais da filarmónica torrejana.
Entretanto, e para além das actividades empresariais já citadas, o especialista de informática e “fraud manager” mantém a sua empresa, uma outra além da LusoWeb, a “Nuno Miguel da Silva Cabrita Gomes Carpentier”, localizada em Torres Novas, uma empresa de consultoria informática com o CAE 62090 e morada no Edifício Galinha, em Torres Novas.
É este homem, funcionário da área de informática da autarquia, e que faz parte da mesa da Assembleia Municipal de Torres Novas, que o presidente da câmara, Pedro Ferreira, nomeou há cerca de dois anos encarregado da Protecção de Dados no município de Torres Novas, como consta na informação oficial do site.
O JT tentou durante a tarde ouvir a versão dos factos de Nuno Carpentier, através de e-mails enviados paro o próprio e para a LusoWeb, mas não logrou obter qualquer resposta do dirigente socialista.
Escândalo político: Rodrigues diz-se vítima de “usurpação” de domínio de email da campanha por dirigente do PS de Torres Novas
Sociedade » 2021-04-15A comprovar-se tudo o que está em causa neste episódio em que se cruzam a campanha de António Rodrigues e um dirigente do PS torrejano, trata-se de um escândalo político sem precedentes, envolvendo tentativa de boicote e espionagem política.
Em comunicado distribuído à imprensa ontem, dia 14 de Abril, o Movimento P’la Nossa Terra “lamenta o que na segunda-feira, 12 de Abril, aconteceu a António Rodrigues”.
Como se sabe, António Rodrigues enviou uma “carta aos torrejanos de todo o concelho”, distribuída massivamente, nela assumindo que pondera uma eventual candidatura à presidência da Câmara de Torres Novas.
Ainda não sendo candidato, diz o Movimento Pela Nossa Terra, Rodrigues já foi “vítima de usurpação grave indevida”, tecnicamente considerada “apropriação abusiva e com má-fé” do email que naquela carta colocou ao dispor dos torrejanos para com ele poderem contactar.
“Sim, alguém indevidamente foi à pressa, utilizando o nome de António Rodrigues, registar o domínio “António Rodrigues 2021”. Este grave procedimento que seguirá na justiça os trâmites normais, assegura Rodrigues, “foi executado por uma empresa detida por um elemento pertencente a organização política dominante no concelho”.
Na prática, o que aconteceu foi que, antes de a campanha de Rodrigues ter feito o registo do domínio para correio electrónico, alguém o ter feito logo que viu a carta distribuída na segunda-feira de manhã. Através de uma sua empresa, registou para si o domínio antoniorodrigues2021.pt e tecnicamente, repita-se, tecnicamente ficou habilitado a receber todos os emails enviados para a campanha de Rodrigues, tomando conhecimento do conteúdo de mensagens privadas e até a responder aos mesmos emails como se fosse a campanha do antigo presidente da Câmara.
Nessa tarde, quando a candidatura se preparava para operar o domínio antoniorodrigues2021, bateu na parede. Esse nome para domínio já estava registado por outrem, e o rasto ia dar a uma empresa sediada em Torres Novas, no edifício Galinha.
“Lamenta-se este tipo de comportamento indigno e inapropriado; não é este necessariamente o melhor exemplo e caminho a seguir na campanha autárquica que se avizinha”, remata o comunicado.
A organização política dominante
António Rodrigues não nomeia a força política que é dominante no concelho, mas obviamente que se refere ao PS e diz que é do Partido Socialista a pessoa que através de uma sua empresa, usurpou o seu nome para registar, como domínio, o nome para o domínio da campanha do seu movimento.
Não falando no nome do dirigente socialista alegadamente envolvido naquilo que, a provar-se, é um caso de, diz o movimento Pela Nossa Terra, “usurpação abusiva de nome de outrem e má fé”, no registo de um domínio do nome de outra pessoa, conhecida e reconhecida, com possível acção criminal por danos ao visado, a alusão de António Rodrigues e uma simples pesquisa na internet apontam para a empresa LusoWeb, sediada em Torres Novas e registada em nome de Nuno Miguel da Silva Cabrita Gomes Carpentier, aliás sediada na mesma sala de outra empresa também a ele pertencente. Nuno Carpentier é dirigente do PS, faz parte da comissão política concelhia e é eleito pelo partido na Assembleia Municipal de Torres Novas, onde integra a mesa da assembleia. Nuno Carpentier é também funcionário na Câmara Municipal de Torres Novas, onde tem a categoria de especialista de informática.
Por isso, independentemente de existirem ou não queixas judiciais, politicamente falando trata-se de uma tentativa de boicote (impedir o registo de domínio pretendido por Rodrigues) e espionagem política (a habilitação técnica para conhecer conteúdo de emails) de um dirigente do PS a um provável candidato autárquico, o que consubstancia um escândalo político de potenciais consequências devastadoras para a credibilidade e idoneidade da liderança socialista torrejana, onde se incluem, na comissão política concelhia, o presidente da Câmara, o vice-presidente da Câmara Luís Silva, líder máximo, e o próprio Nuno Carpentier, entre outros.
Especialista em fraude
Ironicamente, Nuno Carpentier já desempenhou funções técnicas como especialista em fraude. A crer na sua biografia profissional publicada no Linkedin, começou mesmo por aí: em 1999 foi “fraud specialist” e “fraud manager” na TMN, onde permaneceu cerca de três anos, em 2003 estava também como “fraud manager” na OniWay e dois anos depois ainda como “fraud manager” na Radiomóvel. Neste ano de 2003 cria a LusoWeb, a empresa que “capturou”, antecipando-se, o domínio de email pretendido e anunciado pela campanha de António Rodrigues.
Em 2005, passa a ser também CEO [sic] da Clínica Médica Dentária do Nogueiral, sita no edifício Galinha, poiso das empresas do próprio Carpentier. Neste ano de 2005 está na Câmara de Ourém, como especialista de informática e onde acederá a um cargo de chefia, como chefe de Divisão.
Entretanto, os ventos começam a soprar adversos para os socialistas em Ourém e Carpentier fixa-se politicamente em Torres Novas como membro da assembleia municipal. Em 2017, era ele membro daquele órgão, volta a concorrer nas listas do PS à assembleia municipal de Torres Novas. Mas antes das eleições desse ano, e já enquanto autarca eleito pelo PS em Torres Novas, dá entrada como técnico especialista de informática na Câmara de Torres Novas, ocupando um lugar do quadro cuja criação ele próprio votou e aprovou, como membro da assembleia municipal, para dele tomar posse quase de imediato, mas na verdade pedindo a seguir licença eleitoral para realizar a campanha eleitoral do PS desse ano de 2017, tudo dados que constam de uma queixa apresentada à Inspecção Geral de Finanças na sequência destes acontecimentos.
Reeleito em 2017, ascende ao cargo de membro da mesa da Assembleia Municipal de Torres Novas, integra a concelhia socialista torrejana e é colocado na Rádio Torres Novas FM para acompanhar a vida daquela estação emissora. Surge também como presidente da Banda Operária Torrejana, terminando com as eleições de há uma semana o seu mandato, que suscitou alguma polémica e que o terá impedido de conseguir reunir uma lista que se candidatasse de novo aos corpos sociais da filarmónica torrejana.
Entretanto, e para além das actividades empresariais já citadas, o especialista de informática e “fraud manager” mantém a sua empresa, uma outra além da LusoWeb, a “Nuno Miguel da Silva Cabrita Gomes Carpentier”, localizada em Torres Novas, uma empresa de consultoria informática com o CAE 62090 e morada no Edifício Galinha, em Torres Novas.
É este homem, funcionário da área de informática da autarquia, e que faz parte da mesa da Assembleia Municipal de Torres Novas, que o presidente da câmara, Pedro Ferreira, nomeou há cerca de dois anos encarregado da Protecção de Dados no município de Torres Novas, como consta na informação oficial do site.
O JT tentou durante a tarde ouvir a versão dos factos de Nuno Carpentier, através de e-mails enviados paro o próprio e para a LusoWeb, mas não logrou obter qualquer resposta do dirigente socialista.
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