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Legislativas: vitória modesta de Costa com descida da oposição

Sociedade  »  2019-10-08 

Um retrato das eleições em Torres Novas e na região

TORRES NOVAS: as contas e as dúvidas

No distrito de Santarém, o PS aumentou a sua votação em 1 921 votos, uma média de 92 votos por concelho. Em Torres Novas, o aumento foi de 90 votos: conforme. Contas mais difíceis: o Bloco perdeu 319 votos, o PCP 523, somando 842. Para onde foram, não indo para o PS, que não foram? O PAN só subiu 255 votos, umas dezenas roubadas ao Bloco, mas falta o resto. O PSD e o CDS perderam 1611 votos e as votações nos pequenos partidos são irrelevantes para estas contas. É certo que houve menos 1 794 eleitores, curiosamente a soma das perdas da direita. Mas também estavam inscritos menos 1000 eleitores, o que complica.

Seja como for, o PARTIDO SOCIALISTA não precisou de arranjar mais que 90 votos para alargar a sua distância, como aconteceu no país. Mas se os seus resultados de Torres Novas (6 801 votos) fossem exprapolados para a proporcionalidade das autárquicas, os socialistas perdiam a maioria absoluta, elegiam apenas 3 vereadores, o PSD 2, o Bloco um e o PCP recuperava o seu. Contas que podem alegrar os social-democratas e preocupar os socialistas, se bem que sejam realidades distintas. Outro dado a reter: nas autárquicas de 2017 houve 54% de votantes, agora nas legislativas votaram 56% de eleitores em Torres Novas. Os torrejanos dão mais atenção às legislativas do que às autárquicas, como acontece em todo o país, contrariando o discurso auto-bajulatório dos autarcas.

O PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, sozinho, somou 3 643 votos, acrescentou 1 000 à sua performance autárquica de 2017, mas ainda aquém da fasquia dos 4 000 votos de outros tempos, em diversas eleições. A terceira força política do concelho, o BLOCO de ESQUERDA, perdeu os tais 300 votos mas manteve-se na percentagem dos 14%, como no país manteve os 19 deputados. De resto, os bloquistas torrejanos, com os seus 2 469 votos, alargaram a sua influência no próprio partido a nível nacional: passaram a votação do Entroncamento, deixaram para trás a de Salvaterra de Magos e, da Serra do Caldeirão até à fronteira do Minho, têm a melhor percentagem de todo esse território, a terceira do país, só suplantada, por décimas, pelas de Portimão e Olhão.

O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (1 984 votos)perdeu votação em toda a linha também no concelho, parecendo ser mais vítima da demografia do que dos custos da geringonça, dada a pouca capacidade de atracção de novos eleitorados, campo em que os outros partidos vão conseguindo os mínimos.

Nunca o CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL teve grande tradição em Torres Novas, quer em autárquicas, quer em legislativas. Sempre que concorreu sozinho mostrou isso mesmo e os 652 votos que obteve estão em linha com algumas votações em anos recuados.

O PAN, por seu lado, teve uma aumento de 255 votos, chegando aos 479 no concelho, mas sem atingir os 3%.

Seguiu-se o grupo de seguidores de um comentarista de um canal de TV por cabo, à frente da Iniciativa Liberal, do partido de Santana Lopes e do Livre. Ainda acima dos 100 votos, estiveram o grupo uninominal de um conhecido animador do norte do país, que perdeu na sua aldeia para o PS, e o velhinho PCTP/MRPP, o segundo mais antigo partido da democracia portuguesa, que não deverá sobreviver a mais um ou dois actos eleitorais.

REGIÃO: Minde e Serra, duas aldeias gaulesas num mar cor de rosa

Nas 30 freguesias dos seis concelhos da área de abrangência habitual do JT, o PS arrebatou outras tantas vitórias. Sim? Não! Duas resistentes aldeias gaulesas desviaram-se da unanimidade e deram a vitória ao PSD. Isto no concelho de ALCANENA, onde o PS teve a sua votação mais fraca e os social-democratas o seu score mais elevado, exactamente o que averbaram a nível nacional. Alcanena foi um dos concelhos onde o BE subiu efectivamente a sua votação, passando o PCP, e onde o CDS ficou acima dos 5%. Na Serra de Santo António, o PCP regressou aos lendários 2 votos, que durante anos e anos foram caso sociológico de espantar.

A GOLEGÃ foi o outro concelho onde os centristas ficaram acima dos 5%, não fosse a capital do cavalo um dos últimos redutos de um certo marialvismo beto conotado com o partido da lavoura. No entanto, terra de enormes antagonismos de outros tempos, entre os assalariados rurais e os senhores das quintas, a Golegã deu ao PCP a sua votação mais alta nestes seis concelhos, uma memória dos tempos gaibéus, que subsiste nas a´reas ruaras da Azinhaga e do Pombalinho. O PS ganhou com registo de 40% e o PSD foi-se abaixo das canetas.

Na BARQUINHA, cor de rosa até à quinta casa, mora a freguesia que cabe num bloco de apartamentos de Torres Novas ou Entroncamento. Tancos, antigo concelhinho medieval, tem agora apenas 193 eleitores, dos quais votaram 69. A Barquinha deu a segunda votação mais forte ao PS, desta vez ultrapassada por Constância, e a segunda mais baixa ao PSD. Foi também na Barquinha que o agrupamento anti-ciganos conseguiu uma votação acima dos 3%.

Na vila-poema de CONSTÂNCIA, os socialistas atingiram o sétimo céu eleitoral com quase 45% dos votos, deixando o PSD com míseros 13%. Beneficiando do rasto da sua influência autárquica durante décadas, o PCP conseguiu aqui mais de 11,5% dos votos, situando-se ligeiramente acima do Bloco.

No ENTRONCAMENTO não houve fenómenos a assinalar, a não ser a grande queda do PCP, a maior no conjunto destes seis concelhos. Numa terra de enorme tradição ferroviária e de grande concentração de trabalhadores, foi o concelho onde o PCP averbou a sua mais baixa votação. O Bloco também baixou consideravelmente os seus votos, sendo ultrapassado por Torres Novas que é agora o concelho do distrito com mais influência eleitoral dos bloquistas (13,9% na terra dos comboios contra os 14,01 na capital do Almonda). Há uma subtil dualidade no Entroncamento: a freguesia de São João Batista parece ser a mais esquerdista, nela o PS e o PCP têm as votações mais altas. Na de Nossa Senhora de Fátima é um pouco o contrário, com votação mais baixa dos socialistas e do PCP e scores um pouco mais altos do PSD, do CDS, da IL e sobretudo do grupo do comentarista do Benfica, que averbou 3,95% dos votos, a que não será estranha, no Entroncamento, uma certa animosidade de sectores da população contra a etnia cigana.

No global do DISTRITO, os resultados, à excepção do PAN, estiveram próximos da média nacional. A primeira novidade é a não eleição de um deputado pelo CDS. De resto, houve uma troca: o PS passou a ter 4, o PSD 3, Bloco e PCP mantiveram os seus deputados. O PAN quase duplicou a sua votação, o PS aumentou 2 mil votos nos 21 concelhos, o Bloco perdeu 3 mil, o PCP teve uma queda desastrosa de mais de 6 mil votos, enquanto o PSD e o CDS, por junto, perderam no distrito quase 20 mil votos (81 544 em 2015 para 61 934 no dia 6), o que é uma verdadeira hecatombe, apesar da boa recuperação do PSD aqui e ali.

Aliás, a vitória do PS no PAÍS teve mais que ver com as descidas de votação de outros partidos do que outra coisa, já que Costa venceu agora praticamente com os votos com que tinha sido derrotado em 2015. Os cento e tal mil votos a mais que teve agora, no conjunto do país, são quantitativamente pouco significativos, daí a ausência de foguetório dos socialistas passado o momento do punho no ar para a televisão. A verdade é que o PS não vai conseguir governar, como queria e gostava, sem o Bloco e o PCP, ou sem um dos dois, e por isso está no mesmo sítio onde já estava. Os resultados eleitorais dizem que esta é que é a realidade, como diria um Coelho.

NA EDIÇÃO EM PAPEL, todos os quadros por concelhos e por freguesias

 

 

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