Entroncamento, autárquicas, todos os resultados: Jorge Faria, a maioria absoluta mais estreita
Sociedade » 2017-10-04
Havia algum motivo para o nervoso miudinho dos socialistas da capital do comboio e os números deram razão a esse ligeiro sobressalto pré-eleitoral: a vitória socialista no Entroncamento foi a menos expressiva na região envolvente. Ainda assim, Jorge Faria chegou à maioria absoluta, não nos votos, mas nos mandatos para o executivo. O PS fica com 4, repartindo-se os restantes para a lista social-democrata de Jaime Ramos (2) e para o Bloco de Esquerda (1). A votação do BE, tradicionalmente forte no Entroncamento, era uma das curiosidades deste ano, com o regresso do prestigiado Henrique Leal à vida política mais directa. Leal averbou uma excelente votação (12,1%), mas ainda assim aquém de um passado recente em que os bloquistas eram mais fortes localmente, dando esse lugar aos seus camaradas de Torres Novas. Mais decepcionante foi a votação da CDU, a mais baixa em todos os concelhos envolventes e a remeter os comunistas para o último lugar, mesmo atrás do CDS, o que não se coaduna com os pergaminhos do PCP na cidade ferroviária.
Na assembleia municipal, em que a votação do PS foi ainda mais fraca, a oposição está em maioria nos membros eleitos: o PS tem 10 vogais e os partidos da oposição 11 no seu conjunto: 6 do PSD, 3 do BE, 1 do CDS e 1 da CDU. É um caso flagrante de como a vontade popular e o sentido de voto expresso pelo eleitorado, que quis a oposição em maioria para servir de contraponto, vão ser viciados e adulterados por um sistema que dá lugares por inerência aos presidentes das juntas na assembleia municipal. Deste modo, o PS conta com mais dois votos para aprovar medida importantes, votos que não representam a população que votou para a assembleia municipal e vindos de autarcas eleitos apenas com os votos das suas freguesias para uma eleição à junta de freguesia.
Tudo para dizer que o PS venceu para as duas freguesias da cidade, Nossa Senhora de Fátima e São João Batista, e neste caso os partidos da oposição tiveram resultados ligeiramente acima do score para câmara, mas o PS leva no bornal as duas juntas mesmo que nalgum caso precise de acordos para a formar.
Por junto, pode dizer-se que embora a vitória do PS não tenha tido a dimensão que se verificou na Barquinha ou na Golegã, ou mesmo em Torres Novas, a oposição vai ter de se recompor e trabalhar com vista ao futuro. Jaime Ramos dará por encerrada a sua vida política a nível local, a CDU vai ter de recomeçar tudo de novo e o próprio Bloco de Esquerda também terá um difícil caminho pela frente se quiser recuperar o que perdeu.
Entroncamento, autárquicas, todos os resultados: Jorge Faria, a maioria absoluta mais estreita
Sociedade » 2017-10-04Havia algum motivo para o nervoso miudinho dos socialistas da capital do comboio e os números deram razão a esse ligeiro sobressalto pré-eleitoral: a vitória socialista no Entroncamento foi a menos expressiva na região envolvente. Ainda assim, Jorge Faria chegou à maioria absoluta, não nos votos, mas nos mandatos para o executivo. O PS fica com 4, repartindo-se os restantes para a lista social-democrata de Jaime Ramos (2) e para o Bloco de Esquerda (1). A votação do BE, tradicionalmente forte no Entroncamento, era uma das curiosidades deste ano, com o regresso do prestigiado Henrique Leal à vida política mais directa. Leal averbou uma excelente votação (12,1%), mas ainda assim aquém de um passado recente em que os bloquistas eram mais fortes localmente, dando esse lugar aos seus camaradas de Torres Novas. Mais decepcionante foi a votação da CDU, a mais baixa em todos os concelhos envolventes e a remeter os comunistas para o último lugar, mesmo atrás do CDS, o que não se coaduna com os pergaminhos do PCP na cidade ferroviária.
Na assembleia municipal, em que a votação do PS foi ainda mais fraca, a oposição está em maioria nos membros eleitos: o PS tem 10 vogais e os partidos da oposição 11 no seu conjunto: 6 do PSD, 3 do BE, 1 do CDS e 1 da CDU. É um caso flagrante de como a vontade popular e o sentido de voto expresso pelo eleitorado, que quis a oposição em maioria para servir de contraponto, vão ser viciados e adulterados por um sistema que dá lugares por inerência aos presidentes das juntas na assembleia municipal. Deste modo, o PS conta com mais dois votos para aprovar medida importantes, votos que não representam a população que votou para a assembleia municipal e vindos de autarcas eleitos apenas com os votos das suas freguesias para uma eleição à junta de freguesia.
Tudo para dizer que o PS venceu para as duas freguesias da cidade, Nossa Senhora de Fátima e São João Batista, e neste caso os partidos da oposição tiveram resultados ligeiramente acima do score para câmara, mas o PS leva no bornal as duas juntas mesmo que nalgum caso precise de acordos para a formar.
Por junto, pode dizer-se que embora a vitória do PS não tenha tido a dimensão que se verificou na Barquinha ou na Golegã, ou mesmo em Torres Novas, a oposição vai ter de se recompor e trabalhar com vista ao futuro. Jaime Ramos dará por encerrada a sua vida política a nível local, a CDU vai ter de recomeçar tudo de novo e o próprio Bloco de Esquerda também terá um difícil caminho pela frente se quiser recuperar o que perdeu.
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