Vai fechar a casa Alvorão, logo a seguir a Casa Espanhol
Sociedade » 2018-04-05É com mágoa que José António Pereira fala do encerramento da loja
Depois de cerca de nove décadas aberta ao público como loja de ferragens, vai fechar no fim de Maio a drogaria António Costa Alvorão, Lda, anunciou José António Pereira, actual e único empregado da firma, ele próprio há cerca de 48 anos ao balcão do estabelecimento.
É mais uma loja histórica de Torres Novas a encerrar as portas, das poucas que ainda existem. José António Pereira disse ao JT que a ausência de clientes e a falta de gente na cidade são os principais motivos que levaram à decisão. “É uma tragédia o que se passa no centro da cidade. Às quatro da tarde é o silêncio total, pode ouvir-se os saltos de uma mulher que vá a passar na rua, como se fosse noite feita. Tenho dias em que entra aqui um cliente. Num destes sábados, entraram aqui seis pessoas e só uma era cliente. Não dá para continuar assim”.
É com mágoa que José António Pereira fala do encerramento da loja. O estabelecimento funcionava como ponto de encontro de amigos e profissionais, que ali iam dar dois dedos de conversa. De resto, o próprio José António também granjeou uma enorme simpatia junto dos torrejanos, devido ao modo como atende toda a gente, sempre disponível para ajudar, esclarecer e indicar as melhores e mais baratas soluções para os problemas que lhe apresentam ao balcão. Tudo o que falta nas grandes superfícies, mas as lojas tradicionais não se governam apenas com reconhecimento, lamenta José António Pereira.
A firma António Costa Alvorão, Lda estabeleceu-se no primeiro piso que faz esquina com o Largo do Paço, cerca de 1930. António Costa Alvorão, nascido em 1905, era empregado numa loja de materiais pertencente à metalúrgica Costa Nery, situada no edifício onde hoje estão as galerias Rulys. Saíu da empresa e fundou a firma, alugando o actual espaço comercial a Camila Carvalhal (falecida há pouco tempo com 101 anos e mulher do conhecido proprietário Pedro Maia), que o havia herdado de seu pai, o comerciante que antes de Manuel Alvorão estava estabelecido no local com uma loja de tecidos. O pai de Camila, Carlos Gonçalves, o "Gato Bravo", era um galego que tinha vindo para Torres Novas para trabalhar na loja de José Lavos, actual Sofia Modas, ainda em finais do séc.XIX.
Mas a história comercial desta loja da Casa Alvorão começa muito antes. Sabe-se que em 1880 pertencia a António Bexiga, um comerciante da Nazaré que vinha ao mercado de Torres Novas e que acabou por estabelecer-se na vila, abrindo o espaço como loja de comércio geral, como era uso na época. Os actuais balcões, armários e guarnições de portas interiores são, no mínimo, do ano de 1880. É essa a data inscrita numa das portas interiores da loja, e que deverá assinalar a abertura do estabelecimento de António Bexiga.
Neste momento, a loja mais antiga aberta ininterruptamente, embora não pertencente à mesma família, é a antiga loja de José Lavos, na rua Nuno Álvares. A seguir, será este espaço comercial onde existiu a loja de António Bexiga, depois casa de tecidos do “Gato Bravo” e por fim “casa Alvorão”. Em terceiro lugar do ranking da antiguidade segue-se a loja de ferragens de Abílio Pereira Reis (ostenta no anúncio a data de 1873, ano em que fundou uma oficina em Outeiro Grande, mas só veio para a vila em 1915, abrindo a sua loja num edifício a escassos metros da loja actual, aberta esta em 1918 logo a seguir ao túnel da rua de Trás-os-Muros).
Contudo, o comerciante mais antigo de Torres Novas, ainda em funções, é João José Lopes (“João Espanhol”), à frente da sua loja, inicialmente na cave do velho teatro Virgínia, desde 1940. Mas a loja já era explorada pelo seu pai Juan Lopez (desde o início dos anos 20), que a tomara de um outro espanhol. A Casa Espanhol é, portanto, a terceira ou quarta loja mais antiga ainda em funcionamento (não se consegue apurar, por enquanto, se abriu antes ou depois da loja de Abílio Pereira Reis, de 1915).
Mas a Casa Espanhol também tem o seu encerramento anunciado, o qual deverá ocorrer antes do verão. João Espanhol, o proprietário, conta com 88 anos, mas diariamente continua a fazer trabalhos de arranjos de chaves e lâminas na velha oficina da Rua Carlos Reis.
Vai fechar a casa Alvorão, logo a seguir a Casa Espanhol
Sociedade » 2018-04-05É com mágoa que José António Pereira fala do encerramento da loja
Depois de cerca de nove décadas aberta ao público como loja de ferragens, vai fechar no fim de Maio a drogaria António Costa Alvorão, Lda, anunciou José António Pereira, actual e único empregado da firma, ele próprio há cerca de 48 anos ao balcão do estabelecimento.
É mais uma loja histórica de Torres Novas a encerrar as portas, das poucas que ainda existem. José António Pereira disse ao JT que a ausência de clientes e a falta de gente na cidade são os principais motivos que levaram à decisão. “É uma tragédia o que se passa no centro da cidade. Às quatro da tarde é o silêncio total, pode ouvir-se os saltos de uma mulher que vá a passar na rua, como se fosse noite feita. Tenho dias em que entra aqui um cliente. Num destes sábados, entraram aqui seis pessoas e só uma era cliente. Não dá para continuar assim”.
É com mágoa que José António Pereira fala do encerramento da loja. O estabelecimento funcionava como ponto de encontro de amigos e profissionais, que ali iam dar dois dedos de conversa. De resto, o próprio José António também granjeou uma enorme simpatia junto dos torrejanos, devido ao modo como atende toda a gente, sempre disponível para ajudar, esclarecer e indicar as melhores e mais baratas soluções para os problemas que lhe apresentam ao balcão. Tudo o que falta nas grandes superfícies, mas as lojas tradicionais não se governam apenas com reconhecimento, lamenta José António Pereira.
A firma António Costa Alvorão, Lda estabeleceu-se no primeiro piso que faz esquina com o Largo do Paço, cerca de 1930. António Costa Alvorão, nascido em 1905, era empregado numa loja de materiais pertencente à metalúrgica Costa Nery, situada no edifício onde hoje estão as galerias Rulys. Saíu da empresa e fundou a firma, alugando o actual espaço comercial a Camila Carvalhal (falecida há pouco tempo com 101 anos e mulher do conhecido proprietário Pedro Maia), que o havia herdado de seu pai, o comerciante que antes de Manuel Alvorão estava estabelecido no local com uma loja de tecidos. O pai de Camila, Carlos Gonçalves, o "Gato Bravo", era um galego que tinha vindo para Torres Novas para trabalhar na loja de José Lavos, actual Sofia Modas, ainda em finais do séc.XIX.
Mas a história comercial desta loja da Casa Alvorão começa muito antes. Sabe-se que em 1880 pertencia a António Bexiga, um comerciante da Nazaré que vinha ao mercado de Torres Novas e que acabou por estabelecer-se na vila, abrindo o espaço como loja de comércio geral, como era uso na época. Os actuais balcões, armários e guarnições de portas interiores são, no mínimo, do ano de 1880. É essa a data inscrita numa das portas interiores da loja, e que deverá assinalar a abertura do estabelecimento de António Bexiga.
Neste momento, a loja mais antiga aberta ininterruptamente, embora não pertencente à mesma família, é a antiga loja de José Lavos, na rua Nuno Álvares. A seguir, será este espaço comercial onde existiu a loja de António Bexiga, depois casa de tecidos do “Gato Bravo” e por fim “casa Alvorão”. Em terceiro lugar do ranking da antiguidade segue-se a loja de ferragens de Abílio Pereira Reis (ostenta no anúncio a data de 1873, ano em que fundou uma oficina em Outeiro Grande, mas só veio para a vila em 1915, abrindo a sua loja num edifício a escassos metros da loja actual, aberta esta em 1918 logo a seguir ao túnel da rua de Trás-os-Muros).
Contudo, o comerciante mais antigo de Torres Novas, ainda em funções, é João José Lopes (“João Espanhol”), à frente da sua loja, inicialmente na cave do velho teatro Virgínia, desde 1940. Mas a loja já era explorada pelo seu pai Juan Lopez (desde o início dos anos 20), que a tomara de um outro espanhol. A Casa Espanhol é, portanto, a terceira ou quarta loja mais antiga ainda em funcionamento (não se consegue apurar, por enquanto, se abriu antes ou depois da loja de Abílio Pereira Reis, de 1915).
Mas a Casa Espanhol também tem o seu encerramento anunciado, o qual deverá ocorrer antes do verão. João Espanhol, o proprietário, conta com 88 anos, mas diariamente continua a fazer trabalhos de arranjos de chaves e lâminas na velha oficina da Rua Carlos Reis.
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