Vexame: 20 milhões para o rio Nabão, 5 milhões para o Alviela, meio milhão para o Almonda
Sociedade » 2021-05-07
É verdade que não passam de promessa do Governo para empurrar câmaras socialistas em ano de eleições. Mas mesmo no campeonato das promessas, Torres Novas é humilhada.
Em meados de Abril, o Ministério do Ambiente anunciou querer travar a poluição do rio Nabão com um investimento de cerca de 20 milhões de euros, destinados a obras de infraestruturas de combate à poluição, cuja principal causa é atribuída à estação de tratamento de Seiça, no concelho de Ourém. Desde o início destas descargas que a autarquia tomarense vem reclamando a intervenção do Ministério do Ambiente. Segundo o Expresso, o ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou que, ainda este ano, “serão tomadas medidas para a resolução do problema”. Esta intervenção da Tejo Ambiente, com o apoio do Governo, permitirá reduzir em cerca de 80%, os focos de poluição nos concelhos de Ourém e Tomar.
Por sua vez, a LUSA anunciava a 21 de Abril que o Plano Estratégico para a Evolução do Sistema de Saneamento de Alcanena vai ter um apoio de cinco milhões de euros para execução dos projetos prioritários. Em comunicado, a empresa salienta que o plano, desenvolvido com Câmara Municipal de Alcanena, em articulação com vários parceiros locais e nacionais, “obteve o enquadramento e o apoio do Ministério do Ambiente e Transição Energética” para que possa ter o financiamento necessário para “alavancar a primeira fase” da sua execução, a decorrer entre 2021 e 2022. No total, as intervenções previstas, calendarizadas pelo seu grau de relevância, implicam um investimento na ordem dos 10,4 milhões de euros, é acrescentado.
O plano prevê “um vasto conjunto de obras em todo o sistema de saneamento de águas residuais, desde a origem dos efluentes nas unidades industriais, passando por intervenções de robustecimento e resiliência do sistema de drenagem doméstico e industrial [coletores e outros equipamentos associados]”.
Torres Novas: toma lá meio milhão
Perante números desta grandeza, anuncia-se agora e esmola de meio milhão de euros para requalificação de um troço do rio Almonda, o que indicia uma total menorização de Torres Novas face à influência política de Tomar ou até de Alcanena.
Se é verdade que grande parte do sistema de saneamento das áreas urbanas está já encaminhado previamente para Etares, no caso do rio Almonda, é igualmente verdade que o rio continua a ser objecto de graves agressões ecológicas, resultantes de descargas nas linhas de água menores e de despejos de actividades agrícolas, transformando o rio de Torres Novas, na maior parte do seu curso, numa não existência.
Esqueça-se os 200 metros de rio junto à Ribeira, outros tantos no troço urbano visível em Lapas e mais umas centenas de metros, em Torres Novas, entre a Ponte do Raro e o antigo Matadouro, tudo por junto a fazer não mais que um quilómetro. Tirando isto, o rio não existe.
A reportagem do JT, realizada na semana passada em parte considerável do trajecto do rio, dá-lhe uma ideia do seu estado lastimoso. No resto do seu curso que não aparece nas fotografias de propaganda, o Almonda não passa de uma vala imunda aqui, um charco ali, um pequeno ribeiro mais à frente. Em muitos locais, nem se consegue destrinçar sequer a presença do rio, completamente tapado por mato ou árvores que cresceram nas margens e o próprio leito. Há sítios onde nem o leito se reconhece.
Dê-se uma olhadela em cima da ponte 8 de Julho, na principal avenida da cidade: a montante, não se vê rio, com o arvoredo e o mato a esconde-lo (foto2). A jusante da ponte, anuncia-se um pouco de leito (foto3) porque a generosidade de voluntários tem feito algumas acções de limpeza no Moinho da Cova. A partir daí é o desastre total. Uma caricatura de rio.
A ponte dos Mesiões é bonita, mas ela própria em breve estará invadida pela vegetação (foto 4). Mas o rio, naquela que foi a praia de Torres Novas, é uma miséria (foto 5): não se vê, o leito totalmente assoreado, invadido e cheio de lixo, a levada do antigo moinho entupida.
Caminhemos até à quinta do Peru em cima da ponte olhe-se para montante (foto 6): o panorama continua o mesmo e tem de dizer-se que, apesar de tudo, ao pé das pontes ainda não é o pior.
Na ponte que liga o Casal Vale a Riachos, de um lado (foto 7) consegue-se vislumbrar uma língua de leito entre o arvoredo invasor do leito, do outro lado (foto 8) lá vai o rio Almondinha, uma singela vala que começa a partir daqui a ganhar tonalidades estranhas.
Na ponte junto à Quinta da Broa, já a caminho da Azinhaga é preciso atenção para se conseguir saber que está ali um rio (fotos 10 e11), um charco entre árvores de um lado, uma linha de água acumulada junto à ponte, água preta e a cheirar mal.
À medida que se caminha para Azinhaga (foto 12), aqui e ali perde-se o rasto ao rio, é preciso seguir aquilo que parece um ridículo ribeiro a furar por entre árvores e lixo. Na aldeia, aí sim, houve há uns anos um trabalho de limpeza do leito pela autarquia local no troço urbano, antes de o rio Almonda voltar ao seu triste destino até à foz.
A limpeza e valorização do rio Almonda e o seu aproveitamento para fins turísticos e desportivos fazem parte, há 30 anos, dos programas eleitorais do Partido Socialista, e apresentados sempre como grande bandeira da identidade territorial do concelho e das comunidades ribeirinhas do Almonda.
Durante estes quase 30 anos, a única acção autárquica de limpeza do rio ocorreu há 20 anos, no troço entre a ponte do Raro e o Açude Real e junto ao Lamego. Recentemente, no âmbito da requalificação da margem no Almonda Parque, o leito foi deixado como está por baixo das águas: imundo e atulhado de lixo.
Vexame: 20 milhões para o rio Nabão, 5 milhões para o Alviela, meio milhão para o Almonda
Sociedade » 2021-05-07É verdade que não passam de promessa do Governo para empurrar câmaras socialistas em ano de eleições. Mas mesmo no campeonato das promessas, Torres Novas é humilhada.
Em meados de Abril, o Ministério do Ambiente anunciou querer travar a poluição do rio Nabão com um investimento de cerca de 20 milhões de euros, destinados a obras de infraestruturas de combate à poluição, cuja principal causa é atribuída à estação de tratamento de Seiça, no concelho de Ourém. Desde o início destas descargas que a autarquia tomarense vem reclamando a intervenção do Ministério do Ambiente. Segundo o Expresso, o ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou que, ainda este ano, “serão tomadas medidas para a resolução do problema”. Esta intervenção da Tejo Ambiente, com o apoio do Governo, permitirá reduzir em cerca de 80%, os focos de poluição nos concelhos de Ourém e Tomar.
Por sua vez, a LUSA anunciava a 21 de Abril que o Plano Estratégico para a Evolução do Sistema de Saneamento de Alcanena vai ter um apoio de cinco milhões de euros para execução dos projetos prioritários. Em comunicado, a empresa salienta que o plano, desenvolvido com Câmara Municipal de Alcanena, em articulação com vários parceiros locais e nacionais, “obteve o enquadramento e o apoio do Ministério do Ambiente e Transição Energética” para que possa ter o financiamento necessário para “alavancar a primeira fase” da sua execução, a decorrer entre 2021 e 2022. No total, as intervenções previstas, calendarizadas pelo seu grau de relevância, implicam um investimento na ordem dos 10,4 milhões de euros, é acrescentado.
O plano prevê “um vasto conjunto de obras em todo o sistema de saneamento de águas residuais, desde a origem dos efluentes nas unidades industriais, passando por intervenções de robustecimento e resiliência do sistema de drenagem doméstico e industrial [coletores e outros equipamentos associados]”.
Torres Novas: toma lá meio milhão
Perante números desta grandeza, anuncia-se agora e esmola de meio milhão de euros para requalificação de um troço do rio Almonda, o que indicia uma total menorização de Torres Novas face à influência política de Tomar ou até de Alcanena.
Se é verdade que grande parte do sistema de saneamento das áreas urbanas está já encaminhado previamente para Etares, no caso do rio Almonda, é igualmente verdade que o rio continua a ser objecto de graves agressões ecológicas, resultantes de descargas nas linhas de água menores e de despejos de actividades agrícolas, transformando o rio de Torres Novas, na maior parte do seu curso, numa não existência.
Esqueça-se os 200 metros de rio junto à Ribeira, outros tantos no troço urbano visível em Lapas e mais umas centenas de metros, em Torres Novas, entre a Ponte do Raro e o antigo Matadouro, tudo por junto a fazer não mais que um quilómetro. Tirando isto, o rio não existe.
A reportagem do JT, realizada na semana passada em parte considerável do trajecto do rio, dá-lhe uma ideia do seu estado lastimoso. No resto do seu curso que não aparece nas fotografias de propaganda, o Almonda não passa de uma vala imunda aqui, um charco ali, um pequeno ribeiro mais à frente. Em muitos locais, nem se consegue destrinçar sequer a presença do rio, completamente tapado por mato ou árvores que cresceram nas margens e o próprio leito. Há sítios onde nem o leito se reconhece.
Dê-se uma olhadela em cima da ponte 8 de Julho, na principal avenida da cidade: a montante, não se vê rio, com o arvoredo e o mato a esconde-lo (foto2). A jusante da ponte, anuncia-se um pouco de leito (foto3) porque a generosidade de voluntários tem feito algumas acções de limpeza no Moinho da Cova. A partir daí é o desastre total. Uma caricatura de rio.
A ponte dos Mesiões é bonita, mas ela própria em breve estará invadida pela vegetação (foto 4). Mas o rio, naquela que foi a praia de Torres Novas, é uma miséria (foto 5): não se vê, o leito totalmente assoreado, invadido e cheio de lixo, a levada do antigo moinho entupida.
Caminhemos até à quinta do Peru em cima da ponte olhe-se para montante (foto 6): o panorama continua o mesmo e tem de dizer-se que, apesar de tudo, ao pé das pontes ainda não é o pior.
Na ponte que liga o Casal Vale a Riachos, de um lado (foto 7) consegue-se vislumbrar uma língua de leito entre o arvoredo invasor do leito, do outro lado (foto 8) lá vai o rio Almondinha, uma singela vala que começa a partir daqui a ganhar tonalidades estranhas.
Na ponte junto à Quinta da Broa, já a caminho da Azinhaga é preciso atenção para se conseguir saber que está ali um rio (fotos 10 e11), um charco entre árvores de um lado, uma linha de água acumulada junto à ponte, água preta e a cheirar mal.
À medida que se caminha para Azinhaga (foto 12), aqui e ali perde-se o rasto ao rio, é preciso seguir aquilo que parece um ridículo ribeiro a furar por entre árvores e lixo. Na aldeia, aí sim, houve há uns anos um trabalho de limpeza do leito pela autarquia local no troço urbano, antes de o rio Almonda voltar ao seu triste destino até à foz.
A limpeza e valorização do rio Almonda e o seu aproveitamento para fins turísticos e desportivos fazem parte, há 30 anos, dos programas eleitorais do Partido Socialista, e apresentados sempre como grande bandeira da identidade territorial do concelho e das comunidades ribeirinhas do Almonda.
Durante estes quase 30 anos, a única acção autárquica de limpeza do rio ocorreu há 20 anos, no troço entre a ponte do Raro e o Açude Real e junto ao Lamego. Recentemente, no âmbito da requalificação da margem no Almonda Parque, o leito foi deixado como está por baixo das águas: imundo e atulhado de lixo.
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