Imigração segura demografia dos concelhos da região, mas não trava envelhecimento
Sociedade » 2025-09-27
Entre 2021 e 2024 praticamente todos os concelhos da região conheceram um ligeiro aumento da sua população, apesar de todos registarem um saldo natural negativo. São dados de um estudo da Pordata divulgado há dias.
A questão é clara como a água: se não fosse a entrada de migrantes e um saldo migratório positivo (diferença entre os que saem e os que entram em cada concelho), todos os municípios do distrito continuariam a sua trajectória de sangria demográfica, incluindo o concelho de Benavente, o único que nos censos de 2021 detinha um crescimento populacional ainda que discreto.
Genericamente, apesar de um ligeiro aumento populacional relacionado com o saldo migratório, todos os concelhos estão em regressão demográfica e em processo de envelhecimento em resultado da baixa taxa de natalidade e do aumento do índice de envelhecimento, que mede a relação entre os grupos de idades mais jovens e o grupos e idades mais velhos na estrutura da população.
Vejamos a situação em cada concelho da região mais próxima, com base nos dados Pordata e no intervalo entre 2021 (censos) e 2024.
Torres Novas tem uma população de 34 986 habitantes, mais 648 do que em 2021. Isso deve-se ao seu saldo migratório positivo de 1518 pessoas, já que o concelho perdeu, só nestes três anos, 870 habitantes no parâmetro do saldo natural (diferença entre nascimentos e óbitos). Tem um índice de envelhecimento de 2,44.
O Entroncamento teve um deficit de 89 habitantes no seu saldo natural, mas teve um saldo migratório de 1 806 habitantes, elevando sua população para 22 604, mais 1 717 habitantes que em 2021. O índice de envelhecimento é de 1,49, apesar de tudo o mais baixo dos concelho limítrofes.
Alcanena regista um índice de envelhecimento também consolidado, 2,53. Teve nos últimos três anos um saldo natural negativo de 275 moradores, mas o saldo migratório positivo de 606 moradores atribui-lhe mais 331 habitantes do que em 2021. O concelho tem agora 12 870 habitantes.
A Barquinha parece ser o único concelho que o índice de envelhecimento conhece uma ligeira regressão, fixando-se nos 1,97. O saldo natural foi negativo, menos 99 moradores, mas o saldo migratório positivo de 839 resultou num aumento de 740 habitantes para o concelho, que tem agora 8 036 habitantes.
A Golegã está mais envelhecida, com um índice de 2,47. Teve um decréscimo de 169 no saldo natural, mas o saldo migratório de 255 habitantes redundou num aumento de 86 habitantes para a população do concelho, que se cifra em 5 488 habitantes.
O concelho mais forte em termos populacionais, Ourém, tem 46 988 habitantes, mais 1 718 do que em 2021. É certo que teve um saldo natural negativo de 878 pessoas, mas o saldo migratório de 2 596, o mais alto, deu-lhe um aumento de 1718 habitantes, também o maior aumento em números absolutos. O índice de envelhecimento é de 2,26.
Tomar apresenta o índice de envelhecimento mais alto da região, 3,3. Conheceu um salto natural brutal, menos 1 139, mas o saldo migratório de 1 632 amenizou o panorama, originando um aumento da população do concelho de 493 pessoas. Tomar tem agora 37 039 habitantes.
O panorama mais desanimador diz respeito a Abrantes, o único destes concelhos (a que se junta Mação) com decréscimo efectivo de população. Abrantes tem hoje 33 770 habitantes, menos 402 do que em 2021. Teve um saldo natural negativo considerável, menos 1168, o pior, e um baixo saldo migratório, 766, que não compensou o deficit fisiológico. O índice de envelhecimento é de 3,21, o mais alto a seguir a Tomar.
Em resumo, Ourém é o concelho mais populoso do Médio Tejo, seguido de Tomar, Torres Novas e Abrantes, uma ordem diferente de há poucas décadas atrás, em que Abrantes e Tomar estavam na dianteira. Entretanto Torres Novas ultrapassou Abrantes e tem vindo a aproximar-se gradualmente de Tomar, mas Ourém está agora na dianteira de forma consolidada. No entanto, em termos relativos, Entroncamento foi o concelho que cresceu mais. Em proporção, foi aquele que teve um maior aumento do saldo migratório, a que se juntou um saldo natural negativo mas pouco significativo.
Registe-se que o conceito de saldo migratório não significa obrigatoriamente que estejamos a falar de “imigrantes” ou “estrangeiros”. Mas, nas circunstâncias actuais, é óbvio que os saldos migratórios dos concelhos da região, diz a magnitude dos números, reflectem sobretudo o afluxo de trabalhadores estrangeiros e não apenas a simples “circulação” de pessoas de uns para outros concelhos.
Também em síntese, à excepção da Barquinha, todos os concelhos estão em processo de envelhecimento (apesar do circunstancial aumento demográfico), com particular destaque, neste parâmetro, para Tomar e Abrantes. Estes dois concelho têm grandes extensões rurais e é natural que os efeitos negativos da ruralidade (falando de demografia, claro) sejam mais vincados.
Pelo contrário, o Entroncamento é apenas uma cidade, sem termo rural, pelo que não sofre as consequências sociais da desertificação e envelhecimento do meio rural. Dos pequenos concelhos, foi a Barquinha que registou um maior aumento proporcional da sua população.
A título de curiosidade, refiram-se os dados de Santarém. O concelho continua ser, de longe, o mais populoso do distrito, com 61 664 habitantes, mais 1 900 que em 2021. Teve uma saldo natural negativo de 903 habitantes, mas o elevado saldo migratório de 2 830 compensou as perdas. O índice de envelhecimento é de 2,08.
[foto Pordata]
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Imigração segura demografia dos concelhos da região, mas não trava envelhecimento
Sociedade » 2025-09-27
Entre 2021 e 2024 praticamente todos os concelhos da região conheceram um ligeiro aumento da sua população, apesar de todos registarem um saldo natural negativo. São dados de um estudo da Pordata divulgado há dias.
A questão é clara como a água: se não fosse a entrada de migrantes e um saldo migratório positivo (diferença entre os que saem e os que entram em cada concelho), todos os municípios do distrito continuariam a sua trajectória de sangria demográfica, incluindo o concelho de Benavente, o único que nos censos de 2021 detinha um crescimento populacional ainda que discreto.
Genericamente, apesar de um ligeiro aumento populacional relacionado com o saldo migratório, todos os concelhos estão em regressão demográfica e em processo de envelhecimento em resultado da baixa taxa de natalidade e do aumento do índice de envelhecimento, que mede a relação entre os grupos de idades mais jovens e o grupos e idades mais velhos na estrutura da população.
Vejamos a situação em cada concelho da região mais próxima, com base nos dados Pordata e no intervalo entre 2021 (censos) e 2024.
Torres Novas tem uma população de 34 986 habitantes, mais 648 do que em 2021. Isso deve-se ao seu saldo migratório positivo de 1518 pessoas, já que o concelho perdeu, só nestes três anos, 870 habitantes no parâmetro do saldo natural (diferença entre nascimentos e óbitos). Tem um índice de envelhecimento de 2,44.
O Entroncamento teve um deficit de 89 habitantes no seu saldo natural, mas teve um saldo migratório de 1 806 habitantes, elevando sua população para 22 604, mais 1 717 habitantes que em 2021. O índice de envelhecimento é de 1,49, apesar de tudo o mais baixo dos concelho limítrofes.
Alcanena regista um índice de envelhecimento também consolidado, 2,53. Teve nos últimos três anos um saldo natural negativo de 275 moradores, mas o saldo migratório positivo de 606 moradores atribui-lhe mais 331 habitantes do que em 2021. O concelho tem agora 12 870 habitantes.
A Barquinha parece ser o único concelho que o índice de envelhecimento conhece uma ligeira regressão, fixando-se nos 1,97. O saldo natural foi negativo, menos 99 moradores, mas o saldo migratório positivo de 839 resultou num aumento de 740 habitantes para o concelho, que tem agora 8 036 habitantes.
A Golegã está mais envelhecida, com um índice de 2,47. Teve um decréscimo de 169 no saldo natural, mas o saldo migratório de 255 habitantes redundou num aumento de 86 habitantes para a população do concelho, que se cifra em 5 488 habitantes.
O concelho mais forte em termos populacionais, Ourém, tem 46 988 habitantes, mais 1 718 do que em 2021. É certo que teve um saldo natural negativo de 878 pessoas, mas o saldo migratório de 2 596, o mais alto, deu-lhe um aumento de 1718 habitantes, também o maior aumento em números absolutos. O índice de envelhecimento é de 2,26.
Tomar apresenta o índice de envelhecimento mais alto da região, 3,3. Conheceu um salto natural brutal, menos 1 139, mas o saldo migratório de 1 632 amenizou o panorama, originando um aumento da população do concelho de 493 pessoas. Tomar tem agora 37 039 habitantes.
O panorama mais desanimador diz respeito a Abrantes, o único destes concelhos (a que se junta Mação) com decréscimo efectivo de população. Abrantes tem hoje 33 770 habitantes, menos 402 do que em 2021. Teve um saldo natural negativo considerável, menos 1168, o pior, e um baixo saldo migratório, 766, que não compensou o deficit fisiológico. O índice de envelhecimento é de 3,21, o mais alto a seguir a Tomar.
Em resumo, Ourém é o concelho mais populoso do Médio Tejo, seguido de Tomar, Torres Novas e Abrantes, uma ordem diferente de há poucas décadas atrás, em que Abrantes e Tomar estavam na dianteira. Entretanto Torres Novas ultrapassou Abrantes e tem vindo a aproximar-se gradualmente de Tomar, mas Ourém está agora na dianteira de forma consolidada. No entanto, em termos relativos, Entroncamento foi o concelho que cresceu mais. Em proporção, foi aquele que teve um maior aumento do saldo migratório, a que se juntou um saldo natural negativo mas pouco significativo.
Registe-se que o conceito de saldo migratório não significa obrigatoriamente que estejamos a falar de “imigrantes” ou “estrangeiros”. Mas, nas circunstâncias actuais, é óbvio que os saldos migratórios dos concelhos da região, diz a magnitude dos números, reflectem sobretudo o afluxo de trabalhadores estrangeiros e não apenas a simples “circulação” de pessoas de uns para outros concelhos.
Também em síntese, à excepção da Barquinha, todos os concelhos estão em processo de envelhecimento (apesar do circunstancial aumento demográfico), com particular destaque, neste parâmetro, para Tomar e Abrantes. Estes dois concelho têm grandes extensões rurais e é natural que os efeitos negativos da ruralidade (falando de demografia, claro) sejam mais vincados.
Pelo contrário, o Entroncamento é apenas uma cidade, sem termo rural, pelo que não sofre as consequências sociais da desertificação e envelhecimento do meio rural. Dos pequenos concelhos, foi a Barquinha que registou um maior aumento proporcional da sua população.
A título de curiosidade, refiram-se os dados de Santarém. O concelho continua ser, de longe, o mais populoso do distrito, com 61 664 habitantes, mais 1 900 que em 2021. Teve uma saldo natural negativo de 903 habitantes, mas o elevado saldo migratório de 2 830 compensou as perdas. O índice de envelhecimento é de 2,08.
[foto Pordata]
Tiago Ferreira: Trincão Marques informou-nos que não equacionava cenário de acordo governativo
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Câmara de Torres Novas: PSD queria 3 vereadores a tempo inteiro e a vice-presidência
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O acordo para uma maioria governativa estável, proposto pelo PSD ao Partido Socialista, foi ousado e desproporcionado, segundo fontes do PS contactadas pelo JT. Ainda segundo essas fontes, a proposta do PSD teria sido feita nos termos em que o foi para ser recusada. |
Torres Novas: PS recusou acordo de maioria governativa proposto pelo PSD
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Morreu Baltazar Taful de Oliveira
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Tinha sido acometido de doença súbita há cerca de duas semanas e após internamento no hospital de Abrantes, não foi possível reverter o seu estado de saúde, tendo falecido na madrugada de hoje, 29 de Outubro. |
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A tomada de posse dos autarcas eleitos para a Câmara Municipal (vereadores) e Assembleia Municipal de Torres Novas (vogais) está marcada para o próximo dia 2 de Novembro, domingo, pelas cinco horas da tarde no Teatro Virgínia. |
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