O triunfo dos porcos: só câmara pode impedir mega-suinicultura
Sociedade » 2019-03-04
Depois de amanhã, o executivo municipal vai ser chamado a deliberar sobre um assunto de enorme importância ambiental para o concelho: a instalação de uma suinicultura na Quinta de Caniços, freguesia de Brogueira, a dois passos da Reserva do Paul e perto de povoações. O promotor pretende produzir 25 mil “unidades” por ano.
O processo já tem um largo e sinuoso caminho, com atitudes equívocas, aqui e ali, da maioria socialista e da gestão concreta do departamento de urbanismo. Em traços largos, uma empresa pretende instalar em terrenos próximos da quinta de Caniços, Brogueira, uma instalação pecuária de grande dimensões, com o objectivo de produzir 25 mil porcos por ano, estando por isso em permanência entre 8 mil e 10 mil animais na suinicultura. Do próprio projecto dos promotores, fica a saber-se que a unidade, apesar destas dimensões, supõe a criação de cinco (5) postos de trabalho.
Acontece que a implantação prevista fica pertíssimo da Reserva Natural do Paul do Boquilobo (reserva da Biosfera e área integrada na Rede Natura nacional) e também de algumas povoações, e que o uso do solo teria de ser alterado, passando de florestal para outro regime onde se inclua uma exploração pecuária e, para isso, implica a alteração do regime dos terrenos e da sua classificação actual nos planos de ordenamento do território (PDM e outros), o que só acontecerá com uma deliberação autárquica em conformidade.
É neste sentido que, após múltiplos contactos e conversações com o responsável do urbanismo, vem agora a empresa apresentar um PIER (plano de intervenção em espaço rural), uma espécie de plano de pormenor para a zona, que visa exactamente alterar a natureza e o regime dos solos e permitir a implantação de actividades industriais, neste momento vedadas pelos instrumentos de planeamento em vigor.
A empresa conta com um parecer favorável, mas condicionado, da CDCR e de um parecer desfavorável da Reserva Natural do Paul do Boquilobo, cabendo agora à autarquia a decisão soberana: aprovar ou não o plano (PIER) proposto pela empresa, ou considerar que esta actividade económica, neste local, não tem interesse para a estratégia de desenvolviento que tem para o município, recusando pura e simplesmente o PIER e a instalação de uma mega-suinicultura perto de uma das poucas áreas ambientalmente ricas, caso do Paul do Boquilobo.
Acresecnte-se que o assunto está longe de fazer consenso na maioria socialista e que a oposição está contra este projecto. A própria população, quando o assunto foi revelado, movimentou-se através da recolha de assinaturas, acção que agora foi retomada logo que se ouviu falar de novo no tema.
Suiniculturas e desenvolvimento económico
Têm sido várias as autarquias que, nos últimos anos, têm recusado categoricamente a instalação de suiniculturas nos seus territórios, dado que este tipo de instalações tem um unorme impacto ambiental sobre a vida de populações próximas e do próprio território. As grandes lutas e protestos ambientais das populações, um pouco por todo o país, tem acontecido justamente quando estão em causa suiniculturas.
Mas algumas autarquias recusam o aumento desta actividade económica (para além das que já existem e existem sempre) nos seus territórios por ser uma actividade que vai, sem qualquer dúvida, em contra-ciclo de um cenário futuro onde a produção de carne tem de ser reduzida drasticamente sob pena de se rebentar ambientalmente com o planeta. No mês de Outubro, foi publicado um importante estudo na revista científica “Nature”, que defende a necessidade imperiosa de se diminuir em 75% o consumo humano de carne animal, cuja produção (sobretudo em gastos de água) é devastadora.
A própria ONU também já se debruçou sobre o assunto e sensibiliza a comunidade internacional para este problema. As tendências alimentares da novas gerações também vão arrepio das práticas de consumo intenso de carne animal, o que deveria os governos nacionais e locais a, pelo menos, não permitir a ampliação da capacidade produtiva agro-pecuária para além da já instalada, e a incentivar a produção de alimentos proteicos de substituição, mais de acordo com uma civilização que, a médio prazo, vai mesmo reduzir drasticamente o consumo de carne.
O triunfo dos porcos: só câmara pode impedir mega-suinicultura
Sociedade » 2019-03-04Depois de amanhã, o executivo municipal vai ser chamado a deliberar sobre um assunto de enorme importância ambiental para o concelho: a instalação de uma suinicultura na Quinta de Caniços, freguesia de Brogueira, a dois passos da Reserva do Paul e perto de povoações. O promotor pretende produzir 25 mil “unidades” por ano.
O processo já tem um largo e sinuoso caminho, com atitudes equívocas, aqui e ali, da maioria socialista e da gestão concreta do departamento de urbanismo. Em traços largos, uma empresa pretende instalar em terrenos próximos da quinta de Caniços, Brogueira, uma instalação pecuária de grande dimensões, com o objectivo de produzir 25 mil porcos por ano, estando por isso em permanência entre 8 mil e 10 mil animais na suinicultura. Do próprio projecto dos promotores, fica a saber-se que a unidade, apesar destas dimensões, supõe a criação de cinco (5) postos de trabalho.
Acontece que a implantação prevista fica pertíssimo da Reserva Natural do Paul do Boquilobo (reserva da Biosfera e área integrada na Rede Natura nacional) e também de algumas povoações, e que o uso do solo teria de ser alterado, passando de florestal para outro regime onde se inclua uma exploração pecuária e, para isso, implica a alteração do regime dos terrenos e da sua classificação actual nos planos de ordenamento do território (PDM e outros), o que só acontecerá com uma deliberação autárquica em conformidade.
É neste sentido que, após múltiplos contactos e conversações com o responsável do urbanismo, vem agora a empresa apresentar um PIER (plano de intervenção em espaço rural), uma espécie de plano de pormenor para a zona, que visa exactamente alterar a natureza e o regime dos solos e permitir a implantação de actividades industriais, neste momento vedadas pelos instrumentos de planeamento em vigor.
A empresa conta com um parecer favorável, mas condicionado, da CDCR e de um parecer desfavorável da Reserva Natural do Paul do Boquilobo, cabendo agora à autarquia a decisão soberana: aprovar ou não o plano (PIER) proposto pela empresa, ou considerar que esta actividade económica, neste local, não tem interesse para a estratégia de desenvolviento que tem para o município, recusando pura e simplesmente o PIER e a instalação de uma mega-suinicultura perto de uma das poucas áreas ambientalmente ricas, caso do Paul do Boquilobo.
Acresecnte-se que o assunto está longe de fazer consenso na maioria socialista e que a oposição está contra este projecto. A própria população, quando o assunto foi revelado, movimentou-se através da recolha de assinaturas, acção que agora foi retomada logo que se ouviu falar de novo no tema.
Suiniculturas e desenvolvimento económico
Têm sido várias as autarquias que, nos últimos anos, têm recusado categoricamente a instalação de suiniculturas nos seus territórios, dado que este tipo de instalações tem um unorme impacto ambiental sobre a vida de populações próximas e do próprio território. As grandes lutas e protestos ambientais das populações, um pouco por todo o país, tem acontecido justamente quando estão em causa suiniculturas.
Mas algumas autarquias recusam o aumento desta actividade económica (para além das que já existem e existem sempre) nos seus territórios por ser uma actividade que vai, sem qualquer dúvida, em contra-ciclo de um cenário futuro onde a produção de carne tem de ser reduzida drasticamente sob pena de se rebentar ambientalmente com o planeta. No mês de Outubro, foi publicado um importante estudo na revista científica “Nature”, que defende a necessidade imperiosa de se diminuir em 75% o consumo humano de carne animal, cuja produção (sobretudo em gastos de água) é devastadora.
A própria ONU também já se debruçou sobre o assunto e sensibiliza a comunidade internacional para este problema. As tendências alimentares da novas gerações também vão arrepio das práticas de consumo intenso de carne animal, o que deveria os governos nacionais e locais a, pelo menos, não permitir a ampliação da capacidade produtiva agro-pecuária para além da já instalada, e a incentivar a produção de alimentos proteicos de substituição, mais de acordo com uma civilização que, a médio prazo, vai mesmo reduzir drasticamente o consumo de carne.
Torres Novas: “Comemorações Populares” do 25 de Abril » 2024-04-22 Em simultâneo com as comemorações levadas a efeito pelo município, realizam-se também no concelho outras iniciativas: no dia 23 há um debate sobre mediação cultural no Museu Agrícola de Riachos, às 11 horas, às 19 uma sessão musical no auditório da biblioteca de Torres Novas, com a participação do coro de Alcorriol e da Banda Operária, no dia 25 de Abril um almoço comemorativo no Hotel dos Cavaleiros, uma arruada com desfile popular da praça 5 de Outubro para o Parque da Liberdade, às 15H0 e pelas 17H, no largo da Igreja Velha, em Riachos, uma sessão musical promovida pelo Paralelo 39. |
25 de Abril em Alcanena: Ana Lains com António Saiote » 2024-04-22 O programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril terá início no dia 24 de Abril, quarta-feira, com o concerto comemorativo “António Saiote convida Ana Laíns, às 21:30h, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, seguido da atuação do DJ Pedro Galinha, às 23:30h (ambos de entrada livre). |
MÚSICA: Rui Veloso em Alcanena » 2024-04-22 Integrado no programa de comemorações do 110.º aniversário da Fundação do Concelho de Alcanena, terá lugar, no dia 8 de Maio, quarta-feira, às 21h30, na Praça 8 de Maio, em Alcanena, um concerto de Rui Veloso, um dos grandes nomes da música portuguesa e um dos mais influentes, com uma carreira repleta de sucessos, que atravessam gerações. |
Comemorações do 50.º aniversário do 25 de abril, em Torres Novas » 2024-04-22 O Município de Torres Novas assinala o Dia da Liberdade com um programa comemorativo do 50.º aniversário do 25 de abril de 1974, que inclui a sessão solene, a decorrer pela manhã, no Parque da Liberdade, onde à tarde serão homenageados os presos políticos naturais e residentes em Torres Novas à altura em que foram detidos. |
Renova: arquivado processo contra cidadãos que passaram dia da Espiga junto à nascente do rio Almonda » 2024-04-22 O Ministério Público mandou arquivar, por falta de provas, a participação movida pela empresa Renova contra vários cidadãos que passaram o ‘Dia da Espiga’ junto à nascente do Rio Almonda, alegando “danos e invasão de propriedade privada”. |
PUBLICIDADE INSTITUCIONAL - Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA » 2024-04-10 Centro Social Santa Eufémia – Chancelaria Assembleia Geral CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 29.º, alínea a, do número 2, convoco as/os Exma(o)s associada(o)s para uma Assembleia Geral ordinária, a realizar no próximo dia 28 de abril de 2024, pelas 15H00, nas instalações do Centro. |
Espectáculo de porcos em Riachos causa estranheza » 2024-04-08 Anunciava-se no cartaz das actividades do dia 7 de Abril, domingo, da Associação Equestre Riachense, como “porcalhada”. Mas estaria longe de imaginar-se que o espectáculo prometido seria um exercício de perseguição a um leitão, num chiqueiro, até o animal, aterrorizado, ser atirado para dentro de um recipiente situado no meio do recinto. |
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Bombeiros: a saga continua, agora para destituição da mesa da assembleia geral » 2024-03-20 Quando se pensava que as eleições para a direcção da AHBVT iriam dar lugar a um momento de acalmia na vida da associação, eis que um grupo de associados pediu a Arnaldo Santos, presidente da assembleia geral, a convocação de uma assembleia geral extraordinária para destituir, note-se, a própria mesa da assembleia geral. |