A última moda - josé mota pereira
Opinião » 2021-07-04 » José Mota Pereira" Não vislumbrar estas novidades e o que delas pode resultar é ficar preso numa pretensa e ilusória bipolarização entre dois candidatos que não existe nem existirá."
Regista o anedotário associado ao poeta Bocage, que andando maltrapilho pelas ruas que quando o questionavam pelo estado andrajoso com que se arranjava, respondia invariavelmente que esperava a última moda para arranjar novos trajes.
Também na política, a nacional ou a local, há sempre quem esteja à espera da última moda, a grande novidade, a estrela reluzente, inesperada e surpreendente que vinda das catacumbas virá regenerar a coisa pública. Na história da democracia portuguesa já várias estrelas cadentes se candidataram a esse lugar mítico de salvadores da pátria, constatando-se o óbvio, que têm sido mais estrelas decadentes do que luminosas.
Em Torres Novas, para as próximas eleições autárquicas, já se manifestaram algumas vozes clamando para a ausência da última moda, manifestando que nada de novo se apresenta ao eleitorado a quem não lhe resta apenas ter que optar por velhas e antigas soluções.
Creio que se engana quem assim olha para o quadro eleitoral que aí vem. Conhecidos que são agora todos as candidaturas que se apresentam às eleições (se o formalismo burocrático, que não é pormenor, as aprovar a todas) podemos dizer até precisamente o oposto. Se há algo que distingue estas eleições das que se realizam há pelo menos 30 anos são as novidades que surgem e se apresentam aos eleitores.
Não vislumbrar estas novidades e o que delas pode resultar é ficar preso numa pretensa e ilusória bipolarização entre dois candidatos que, sejamos francos, não existe nem existirá. Mesmo que obviamente seja vontade desses candidatos que ela se verifique. Só com um esforço muito grande se pode reduzir o acto eleitoral que aí vem a dois protagonistas, quando pela direita e pela esquerda há dados novos, candidatos novos e projectos rejuvenescidos.
As próximas eleições em Torres Novas vão caracterizar-se por um quadro de incerteza, se não ao nível do vencedor, pelo menos ao nível da nova maioria e da recomposição completamente nova que se adivinha no executivo municipal e na assembleia municipal – e aqui é preciso não esquecer que a sua composição tem dez lugares que pertencem por inerência aos presidentes de Junta, pelo que as eleições para a as assembleias de freguesia ganham também esta relevância acrescida.
Que venham a pré-campanha e a campanha eleitoral ajudar ao esclarecimento. Os próximos meses serão certamente muito importantes para a definição dos resultados. Sendo certo que neste momento, todas as candidaturas têm uma palavra importante e não há em democracia vencedores antecipados. Era o que mais faltava: nem o Bocage cairia nessa.
A última moda - josé mota pereira
Opinião » 2021-07-04 » José Mota PereiraNão vislumbrar estas novidades e o que delas pode resultar é ficar preso numa pretensa e ilusória bipolarização entre dois candidatos que não existe nem existirá.
Regista o anedotário associado ao poeta Bocage, que andando maltrapilho pelas ruas que quando o questionavam pelo estado andrajoso com que se arranjava, respondia invariavelmente que esperava a última moda para arranjar novos trajes.
Também na política, a nacional ou a local, há sempre quem esteja à espera da última moda, a grande novidade, a estrela reluzente, inesperada e surpreendente que vinda das catacumbas virá regenerar a coisa pública. Na história da democracia portuguesa já várias estrelas cadentes se candidataram a esse lugar mítico de salvadores da pátria, constatando-se o óbvio, que têm sido mais estrelas decadentes do que luminosas.
Em Torres Novas, para as próximas eleições autárquicas, já se manifestaram algumas vozes clamando para a ausência da última moda, manifestando que nada de novo se apresenta ao eleitorado a quem não lhe resta apenas ter que optar por velhas e antigas soluções.
Creio que se engana quem assim olha para o quadro eleitoral que aí vem. Conhecidos que são agora todos as candidaturas que se apresentam às eleições (se o formalismo burocrático, que não é pormenor, as aprovar a todas) podemos dizer até precisamente o oposto. Se há algo que distingue estas eleições das que se realizam há pelo menos 30 anos são as novidades que surgem e se apresentam aos eleitores.
Não vislumbrar estas novidades e o que delas pode resultar é ficar preso numa pretensa e ilusória bipolarização entre dois candidatos que, sejamos francos, não existe nem existirá. Mesmo que obviamente seja vontade desses candidatos que ela se verifique. Só com um esforço muito grande se pode reduzir o acto eleitoral que aí vem a dois protagonistas, quando pela direita e pela esquerda há dados novos, candidatos novos e projectos rejuvenescidos.
As próximas eleições em Torres Novas vão caracterizar-se por um quadro de incerteza, se não ao nível do vencedor, pelo menos ao nível da nova maioria e da recomposição completamente nova que se adivinha no executivo municipal e na assembleia municipal – e aqui é preciso não esquecer que a sua composição tem dez lugares que pertencem por inerência aos presidentes de Junta, pelo que as eleições para a as assembleias de freguesia ganham também esta relevância acrescida.
Que venham a pré-campanha e a campanha eleitoral ajudar ao esclarecimento. Os próximos meses serão certamente muito importantes para a definição dos resultados. Sendo certo que neste momento, todas as candidaturas têm uma palavra importante e não há em democracia vencedores antecipados. Era o que mais faltava: nem o Bocage cairia nessa.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
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