Está tudo mal. Tudo. - carlos paiva
Opinião » 2020-10-09 » Carlos Paiva"Até a guardar cabras falharam..."
Em amena cavaqueira entre amigos, a discutir o desempenho autárquico, ou a falta dele, surgiu a frase: “…criticar a Câmara Municipal é fácil…”. Concordei de imediato. Aliás, reforcei que é O MAIS fácil. Pela frequência com que se põem a jeito. É difícil ficar impávido perante a abundante oferta. Ir a Torres Novas é como visitar aquele amigo que é muito desarrumado: quando desvias a pilha de revistas que está em cima do sofá para te poderes sentar, ele diz “deixa estar isso aí, senão perco-lhes o norte”. Não é erro, é funcionalidade. Num cenário rico em asneiras, micro e macro, a crítica ou discordância irão brotar em igual proporção. Mas o escrutínio popular, a opinião crítica, são mal recebidas por alguns indígenas. É vulgar respostas do género: “nunca estão satisfeitos”, “preso por ter cão, preso por não ter”, “só sabem dizer mal”, “nunca está nada bem”. Não exactamente assim como escrevi, mas pejado de erros gramaticais e ortográficos.
Esta assimilação da asneira como relíquia cultural, a veneração a quem a fez e perpetua, é endémica. “Nós sabemos que é uma asneira. Deixa ser. Desanda e vai criticar o raio-que-te-parta”. Esta reação emocional denuncia um sentimento de pertença/propriedade, bairrismo, não é uma reacção ponderada e carece de uma avaliação imparcial do tema em causa. Reage-se à crítica da gestão pública como se reage no futebol: irracionalmente fiel ao nosso clube. O general Custer também levou até ao fim as consequências das suas (más) decisões, condenando um destacamento inteiro a ser massacrado, incluindo ele próprio. A lealdade e confiança dos seus homens de nada adiantou para alterar o desfecho.
Também endémico, e totalmente dicotómico, é o desdém pela prata da casa e idolatração ao que vem de fora. Eu sei, eu sei. Um exército de psiquiatras ficava de mãos cheias durante muito tempo. Se calhar, é isso que é preciso para mudar as coisas: um executivo importado. Um conjunto de pessoas que não saiba rigorosamente nada sobre o concelho e sobretudo, não conheça ninguém do concelho. Julgo impossível um executivo, totalmente ignorante da realidade e das necessidades de Torres Novas, fazer pior trabalho que o que tem sido feito pelos indígenas conhecedores dos cantos à casa.
Até a guardar cabras falharam. Sim. Bateu no fundo. Quando se gasta 20 mil euros em promoção interna, não havendo nada de assinalável para promover no mercado interno, muito menos para um target de domésticas e reformados, confirma-se o andar à deriva. Quando a autarquia faz asneira, e perante o parecer negativo da entidade reguladora estatal insiste na asneira, levando-a até às últimas consequências, que é que se pode esperar se não as últimas consequências? Se a CMTN é um alvo fácil, a responsabilidade disso é da CMTN. E para um alvo tão fácil, que se põe a jeito com uma frequência tão elevada, admira-me a reacção de alguns opositores, ora anémica ora pueril, isto quando se dignam a sair da apatia. Restam os odiados críticos e insatisfeitos. Cada um tem o que merece.
Está tudo mal. Tudo. - carlos paiva
Opinião » 2020-10-09 » Carlos PaivaAté a guardar cabras falharam...
Em amena cavaqueira entre amigos, a discutir o desempenho autárquico, ou a falta dele, surgiu a frase: “…criticar a Câmara Municipal é fácil…”. Concordei de imediato. Aliás, reforcei que é O MAIS fácil. Pela frequência com que se põem a jeito. É difícil ficar impávido perante a abundante oferta. Ir a Torres Novas é como visitar aquele amigo que é muito desarrumado: quando desvias a pilha de revistas que está em cima do sofá para te poderes sentar, ele diz “deixa estar isso aí, senão perco-lhes o norte”. Não é erro, é funcionalidade. Num cenário rico em asneiras, micro e macro, a crítica ou discordância irão brotar em igual proporção. Mas o escrutínio popular, a opinião crítica, são mal recebidas por alguns indígenas. É vulgar respostas do género: “nunca estão satisfeitos”, “preso por ter cão, preso por não ter”, “só sabem dizer mal”, “nunca está nada bem”. Não exactamente assim como escrevi, mas pejado de erros gramaticais e ortográficos.
Esta assimilação da asneira como relíquia cultural, a veneração a quem a fez e perpetua, é endémica. “Nós sabemos que é uma asneira. Deixa ser. Desanda e vai criticar o raio-que-te-parta”. Esta reação emocional denuncia um sentimento de pertença/propriedade, bairrismo, não é uma reacção ponderada e carece de uma avaliação imparcial do tema em causa. Reage-se à crítica da gestão pública como se reage no futebol: irracionalmente fiel ao nosso clube. O general Custer também levou até ao fim as consequências das suas (más) decisões, condenando um destacamento inteiro a ser massacrado, incluindo ele próprio. A lealdade e confiança dos seus homens de nada adiantou para alterar o desfecho.
Também endémico, e totalmente dicotómico, é o desdém pela prata da casa e idolatração ao que vem de fora. Eu sei, eu sei. Um exército de psiquiatras ficava de mãos cheias durante muito tempo. Se calhar, é isso que é preciso para mudar as coisas: um executivo importado. Um conjunto de pessoas que não saiba rigorosamente nada sobre o concelho e sobretudo, não conheça ninguém do concelho. Julgo impossível um executivo, totalmente ignorante da realidade e das necessidades de Torres Novas, fazer pior trabalho que o que tem sido feito pelos indígenas conhecedores dos cantos à casa.
Até a guardar cabras falharam. Sim. Bateu no fundo. Quando se gasta 20 mil euros em promoção interna, não havendo nada de assinalável para promover no mercado interno, muito menos para um target de domésticas e reformados, confirma-se o andar à deriva. Quando a autarquia faz asneira, e perante o parecer negativo da entidade reguladora estatal insiste na asneira, levando-a até às últimas consequências, que é que se pode esperar se não as últimas consequências? Se a CMTN é um alvo fácil, a responsabilidade disso é da CMTN. E para um alvo tão fácil, que se põe a jeito com uma frequência tão elevada, admira-me a reacção de alguns opositores, ora anémica ora pueril, isto quando se dignam a sair da apatia. Restam os odiados críticos e insatisfeitos. Cada um tem o que merece.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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