O CRIT já não é de todos os torrejanos - joão carlos lopes
"A homenagem realizada no sábado foi a mais despudorada e escandalosa manobra de aproveitamento político de uma instituição a favor de interesses partidários"
Durante décadas, todos os torrejanos ajudaram no que puderam o CRIT, uma obra social que granjeou a estima de todos os cidadãos e empresários, e foram muitos, que sempre disseram sim a todas e quaisquer formas de ajuda em prol da aventura iniciada em 1975. Transversal a pessoas de todas as sensibilidades políticas, o CRIT era uma construção de todos os torrejanos, no sentido em que todos lhe queriam convictamente.
Na história do CRIT há um nome que se confunde com a obra: Pedro Ferreira. Foi um dos fundadores da instituição, sua alma mater durante trinta anos, dirigente máximo, um dos lutadores pela evolução daquele estabelecimento de educação. Aquilo que é hoje Pedro Ferreira, a percepção que dele têm os torrejanos, mesmo como autarca, contabiliza essa sua faceta, engloba já esse capital de simpatia que a sua passagem pelo CRIT lhe proporcionou. Contas saldadas e duas vezes confirmadas.
Os corpos sociais do CRIT tinham legitimidade para fazer uma homenagem a Pedro Ferreira, incluindo atribuir o seu nome a um prédio da instituição situado no centro da cidade? Tinham, obviamente, e acaso houvesse algo de discórdia nessa intenção, aos sócios da instituição cabia avaliar o gesto, corrigi-lo, anulá-lo até. Tudo parece claro.
Os corpos sociais do CRIT deviam realizar a homenagem agora, neste momento, a seis meses de umas eleições em que Pedro Ferreira é candidato? Nunca, em primeiro lugar para o defender, defender a sua idoneidade como político e candidato autárquico. Devia Pedro Ferreira, aceitar como aceitou, uma homenagem deste teor nesta altura? Nunca, para defender a instituição que lhe é tão querida, não deixar que sobre ela caísse o estigma de coisa usada para outros fins e seu benefício pessoal e político. Nunca agora, devia ter dito Pedro Ferreira.
A homenagem realizada no sábado foi a mais despudorada e escandalosa manobra de aproveitamento político de uma instituição a favor de interesses partidários, situação nunca vista, igual ou parecida, em quase meio século de democracia local. Vejamos. A iniciativa teve alto patrocínio e iniciativa do director do CRIT, candidato do Partido Socialista à Câmara nas eleições anteriores e a concordância e apoio da presidente da instituição, ela própria autarca eleita do Partido Socialista. Carlos Ramos, vereador e dirigente socialista (pertence à concelhia), é membro da direcção do CRIT e foi outro arauto da iniciativa. Traduzido, o PS transformou o CRIT num joguete ao serviço de interesses do partido, tratou-o como coisa sua. Os socialistas líderes do CRIT podiam ter esperado uns meses, deixar correr as eleições e fazer a homenagem depois. Pedro Ferreira ainda é novo e tem muitos anos de vida à sua frente.
Não adianta dizer que todos os corpos sociais terão sido, se o foram, concordantes. O dever dos socialistas líderes do CRIT era salvaguardar a independência dos restantes membros dos órgãos sociais, impedindo a contaminação partidária de uma instituição que era querida de todos os torrejanos e evitando que caísse sobre todos eles o anátema do oportunismo político. Não fizeram assim, mas o seu contrário e fizeram-no intencionalmente.
Os socialistas líderes do CRIT deitaram a perder esse capital amealhado pela instituição por pura arrogância, sentimento de impunidade, cegueira partidária. Premeditadamente, quiseram que um dia destes, na inauguração das obras do Caldeirão e do parque Almonda, o que se veja ostensivamente é o descomunal e já agora ridículo e piroso quadro de azulejos (susceptível de vergonha alheia mesmo para quem não tem nada que ver com o assunto), quase do tamanho do prédio, na verdade à dimensão da mesquinhez partidária de quem pensa que o poder absoluto legitima todo poder.
O CRIT deixou de ser uma obra de todos os torrejanos, em resultado da soberba dos líderes socialistas da instituição e de Pedro Ferreira, com eles conluiado, que com este gesto se menorizou e desfez a maior parte do capital que detinha e justamente amealhara enquanto servidor voluntário e altruísta do CRIT. Bastou-lhe um gesto para ferir de morte toda uma obra. Mas é assim: quem tudo quer, tudo pode perder.
Um dia destes, quando o CRIT precisar da ajuda de todos os torrejanos, os torrejanos de todos os quadrantes e sensibilidades políticas, há destes, dos torrejanos, toda a legitimidade para mandarem os seus dirigentes bater à porta do PS. O CRIT passou a ser um assunto interno do PS e manipulável ao sabor dos interesses e da aritmética político-eleitoral do PS. O PS destruiu o CRIT, no sentido em que arrastou a alma da instituição para a lama do golpe partidário e dos interesses políticos pessoais. O CRIT nunca mais será a mesma coisa e essa conta passará a ser paga pelo PS e pelos socialistas líderes do CRIT. Tudo fica claro.
O CRIT já não é de todos os torrejanos - joão carlos lopes
A homenagem realizada no sábado foi a mais despudorada e escandalosa manobra de aproveitamento político de uma instituição a favor de interesses partidários
Durante décadas, todos os torrejanos ajudaram no que puderam o CRIT, uma obra social que granjeou a estima de todos os cidadãos e empresários, e foram muitos, que sempre disseram sim a todas e quaisquer formas de ajuda em prol da aventura iniciada em 1975. Transversal a pessoas de todas as sensibilidades políticas, o CRIT era uma construção de todos os torrejanos, no sentido em que todos lhe queriam convictamente.
Na história do CRIT há um nome que se confunde com a obra: Pedro Ferreira. Foi um dos fundadores da instituição, sua alma mater durante trinta anos, dirigente máximo, um dos lutadores pela evolução daquele estabelecimento de educação. Aquilo que é hoje Pedro Ferreira, a percepção que dele têm os torrejanos, mesmo como autarca, contabiliza essa sua faceta, engloba já esse capital de simpatia que a sua passagem pelo CRIT lhe proporcionou. Contas saldadas e duas vezes confirmadas.
Os corpos sociais do CRIT tinham legitimidade para fazer uma homenagem a Pedro Ferreira, incluindo atribuir o seu nome a um prédio da instituição situado no centro da cidade? Tinham, obviamente, e acaso houvesse algo de discórdia nessa intenção, aos sócios da instituição cabia avaliar o gesto, corrigi-lo, anulá-lo até. Tudo parece claro.
Os corpos sociais do CRIT deviam realizar a homenagem agora, neste momento, a seis meses de umas eleições em que Pedro Ferreira é candidato? Nunca, em primeiro lugar para o defender, defender a sua idoneidade como político e candidato autárquico. Devia Pedro Ferreira, aceitar como aceitou, uma homenagem deste teor nesta altura? Nunca, para defender a instituição que lhe é tão querida, não deixar que sobre ela caísse o estigma de coisa usada para outros fins e seu benefício pessoal e político. Nunca agora, devia ter dito Pedro Ferreira.
A homenagem realizada no sábado foi a mais despudorada e escandalosa manobra de aproveitamento político de uma instituição a favor de interesses partidários, situação nunca vista, igual ou parecida, em quase meio século de democracia local. Vejamos. A iniciativa teve alto patrocínio e iniciativa do director do CRIT, candidato do Partido Socialista à Câmara nas eleições anteriores e a concordância e apoio da presidente da instituição, ela própria autarca eleita do Partido Socialista. Carlos Ramos, vereador e dirigente socialista (pertence à concelhia), é membro da direcção do CRIT e foi outro arauto da iniciativa. Traduzido, o PS transformou o CRIT num joguete ao serviço de interesses do partido, tratou-o como coisa sua. Os socialistas líderes do CRIT podiam ter esperado uns meses, deixar correr as eleições e fazer a homenagem depois. Pedro Ferreira ainda é novo e tem muitos anos de vida à sua frente.
Não adianta dizer que todos os corpos sociais terão sido, se o foram, concordantes. O dever dos socialistas líderes do CRIT era salvaguardar a independência dos restantes membros dos órgãos sociais, impedindo a contaminação partidária de uma instituição que era querida de todos os torrejanos e evitando que caísse sobre todos eles o anátema do oportunismo político. Não fizeram assim, mas o seu contrário e fizeram-no intencionalmente.
Os socialistas líderes do CRIT deitaram a perder esse capital amealhado pela instituição por pura arrogância, sentimento de impunidade, cegueira partidária. Premeditadamente, quiseram que um dia destes, na inauguração das obras do Caldeirão e do parque Almonda, o que se veja ostensivamente é o descomunal e já agora ridículo e piroso quadro de azulejos (susceptível de vergonha alheia mesmo para quem não tem nada que ver com o assunto), quase do tamanho do prédio, na verdade à dimensão da mesquinhez partidária de quem pensa que o poder absoluto legitima todo poder.
O CRIT deixou de ser uma obra de todos os torrejanos, em resultado da soberba dos líderes socialistas da instituição e de Pedro Ferreira, com eles conluiado, que com este gesto se menorizou e desfez a maior parte do capital que detinha e justamente amealhara enquanto servidor voluntário e altruísta do CRIT. Bastou-lhe um gesto para ferir de morte toda uma obra. Mas é assim: quem tudo quer, tudo pode perder.
Um dia destes, quando o CRIT precisar da ajuda de todos os torrejanos, os torrejanos de todos os quadrantes e sensibilidades políticas, há destes, dos torrejanos, toda a legitimidade para mandarem os seus dirigentes bater à porta do PS. O CRIT passou a ser um assunto interno do PS e manipulável ao sabor dos interesses e da aritmética político-eleitoral do PS. O PS destruiu o CRIT, no sentido em que arrastou a alma da instituição para a lama do golpe partidário e dos interesses políticos pessoais. O CRIT nunca mais será a mesma coisa e essa conta passará a ser paga pelo PS e pelos socialistas líderes do CRIT. Tudo fica claro.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |