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Obras - josé mota pereira

Opinião  »  2021-07-17  »  José Mota Pereira

"Por todo o país, todos dizem defender o melhor para a sua terra (e isso percebe-se) e há candidatos que afirmam estar na hora - a sua hora, presume-se"

 O privilégio de vivermos em 2021 e de dispormos da internet permite que através das redes sociais ou nalguns sites mais específicos (visitem o Ephemera, de Pacheco Pereira) possamos ir acompanhando as apresentações e os programas eleitorais das diversas candidaturas autárquicas, dos diversos partidos, coligações e movimentos de independentes, um pouco por todo o país.

Seria de esperar que sendo estas umas eleições que decorrem numa base local, em pequenos universos geográficos definidos e distintos, as propostas feitas aos eleitores se baseassem nas realidades concretas e particulares de cada município.

Sucede que visitando esses espaços de candidaturas, de uma forma genérica (infelizmente) e com honrosas excepções, encontramos um receituário de ideias, de copy+paste de promessas, afirmações e slogans eleitorais que se repetem de norte a sul, seja no litoral e no interior. Assiste-se em 2021 a um generalizado entusiasmo obreirista, na conversa dos milhões, na caça ao voto falha de criatividade, assente no supérfluo, no acessório, no desenvolvimento pimba e ilusório que revela aquilo que os candidatos a autarcas pensam ser o desejo das populações.

Por todo o país, todos dizem defender o melhor para a sua terra (e isso percebe-se) e há candidatos que afirmam estar na hora - a sua hora, presume-se. Uns pretendendo Mudar! Mudar! Mudar! e outros jurando que vão fazer mais, muito mais e melhor. E lá puxam do rol com as tais promessas miraculosas que se espalham pelos cantos da nação: criação de emprego (mesmo que seja uma qualquer xafarica que venha para lá da fronteira com Espanha a que se possa chamar pomposamente multinacional e investimento estrangeiro na nossa terra); acessibilidades (alcatrão), avenidas, construção de creches, escolas, ensino superior, pavilhões desportivos, piscinas, habitação social, postos de saúde, a aposta no turismo e mais recentemente os mais modernos vêm pendurados na boleia de um suposto “eco-desenvolvimento” com trilhos, eco-pistas, ciclovias e afins. A tralha do costume.

 Sempre mais, mais e mais. Numa receita do “autarca de sucesso” que se repete à exaustão e que mostra à evidência que aprendemos pouco com as asneiras do passado. Os pretendentes a autarcas trazem na manga um modelo de desenvolvimento que começa por encher os bolsos dos consultores dos projectos que se candidatam aos programas de apoio da Europa e termina nos comissionistas do costume: os empreiteiros, os prestadores de serviços e por aí fora.

 Enquanto isso, o país interior vai continuando cada vez mais deserto, o pensamento e as estratégias de desenvolvimento intermunicipal são conversa boa para entreter e as autarquias (com as tais honrosas excepções) vão servindo para alimentar velhas clientelas sob o foguetório, iluminando os céus e entretendo a malta.

 Infelizmente, o poder local democrático, que é uma das maiores conquistas que a Democracia de Abril nos trouxe, transformou-se nisto. O Poder Local consagrado na Constituição tem sido deturpado, destruído e descredibilizado. Sendo que o problema não está no projecto, mas naqueles que o tomaram de assalto. O modelo autárquico português não está esgotado, e felizmente ainda há muitos homens e mulheres capazes de nele trabalharem por um outro futuro para o nosso país. Em Setembro, pede-se aos eleitores que tenham um sobressalto cívico e democraticamente escolham outros caminhos para o nosso futuro comum. Aos futuros autarcas o pedido é muito simples: obrem menos por favor.

 

 

 

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