Terapia
Opinião » 2016-01-20 » Jorge Carreira Maia"A ficção informativa tornou-se, hoje em dia, uma ameaça à saúde pública, alimentando uma histeria mansa e sem fim, cujo resultado é impedir as pessoas de olhar objectivamente a realidade e de a avaliar criticamente. "
A RTP teve a feliz ideia de adaptar para português uma série de origem israelita que gira à volta de sessões de psicanálise. Deu-lhe o nome de Terapia. Em cada dia da semana, um paciente confronta-se consigo mesmo no consultório do psicanalista. À primeira vista nada parece menos motivante para um telespectador do que assistir a uma consulta, onde um paciente fala e um psicoterapeuta escuta e murmura.
A verdade, porém, é que a consulta, apesar de não conter praticamente qualquer tipo de acção a não ser os diálogos, torna-se um lugar privilegiado de conflitos e suspense. De tal maneira que o espectador – como acontecia antigamente com os leitores de romances em folhetim – anseia pelo episódio da próxima semana para acompanhar o destino do paciente e ver o que lhe acontece.
Devido à evolução da televisão, tenho o privilégio de poder assistir a estes episódios à hora do telejornal e não quando são transmitidos. Também os noticiários trocaram a informação objectiva pela narrativa ficcional. São histórias sem fim, onde os pobres jornalistas se obrigam a inventar um discurso desconexo para não dizer coisa alguma, com a única finalidade de ocuparem o tempo de antena e, instrumentalizando a vida das pessoas, fazer com que a emissão de televisão saia mais barata.
A ficção informativa tornou-se, hoje em dia, uma ameaça à saúde pública, alimentando uma histeria mansa e sem fim, cujo resultado é impedir as pessoas de olhar objectivamente a realidade e de a avaliar criticamente. Poder ver, no lugar dos noticiários, uma série como Terapia não é apenas um prazer estético devido à qualidade dos diálogos e das intrigas. É uma verdadeira terapia contra o enjoo e o absurdo em que a informação se tornou neste pobre país.
Terapia
Opinião » 2016-01-20 » Jorge Carreira MaiaA ficção informativa tornou-se, hoje em dia, uma ameaça à saúde pública, alimentando uma histeria mansa e sem fim, cujo resultado é impedir as pessoas de olhar objectivamente a realidade e de a avaliar criticamente.
A RTP teve a feliz ideia de adaptar para português uma série de origem israelita que gira à volta de sessões de psicanálise. Deu-lhe o nome de Terapia. Em cada dia da semana, um paciente confronta-se consigo mesmo no consultório do psicanalista. À primeira vista nada parece menos motivante para um telespectador do que assistir a uma consulta, onde um paciente fala e um psicoterapeuta escuta e murmura.
A verdade, porém, é que a consulta, apesar de não conter praticamente qualquer tipo de acção a não ser os diálogos, torna-se um lugar privilegiado de conflitos e suspense. De tal maneira que o espectador – como acontecia antigamente com os leitores de romances em folhetim – anseia pelo episódio da próxima semana para acompanhar o destino do paciente e ver o que lhe acontece.
Devido à evolução da televisão, tenho o privilégio de poder assistir a estes episódios à hora do telejornal e não quando são transmitidos. Também os noticiários trocaram a informação objectiva pela narrativa ficcional. São histórias sem fim, onde os pobres jornalistas se obrigam a inventar um discurso desconexo para não dizer coisa alguma, com a única finalidade de ocuparem o tempo de antena e, instrumentalizando a vida das pessoas, fazer com que a emissão de televisão saia mais barata.
A ficção informativa tornou-se, hoje em dia, uma ameaça à saúde pública, alimentando uma histeria mansa e sem fim, cujo resultado é impedir as pessoas de olhar objectivamente a realidade e de a avaliar criticamente. Poder ver, no lugar dos noticiários, uma série como Terapia não é apenas um prazer estético devido à qualidade dos diálogos e das intrigas. É uma verdadeira terapia contra o enjoo e o absurdo em que a informação se tornou neste pobre país.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
|
Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
Eleições "livres"... |
» 2024-03-08
» Jorge Carreira Maia
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |