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El ritual de lo habitual - carlos paiva

Opinião  »  2021-07-04  »  Carlos Paiva

" Diferenças ligeiras, não é de perto nem de longe sinónimo de pensar diferente. Assiste-se a um alinhamento preguiçoso e doentiamente estagnado."

Em altura de eleições ingenuamente teimo em criar uma expectativa. Sempre a mesma: a discussão pública das necessidades por suprir, os melhoramentos necessários, o rumo a seguir. Invariavelmente, a expectativa sai defraudada por frases feitas e um mais do mesmo que evita e contorna com precisão todas as alíneas que preconizo para tal época. Um alinhamento de ideias e intenções tornadas públicas pelas mais diversas cores partidárias revelam-se na generalidade, sobreponíveis. Pode-se eventualmente fazer uma leitura de coesão transversal no elencar das necessidades. Ou seja, toda a gente sabe o que está mal, toda a gente é conhecedora das necessidades e do que é preciso fazer para corrigir e colmatar. Faz lembrar aquela anedota do miúdo que encontra um montinho de fezes no chão e tudo faz para constatar que de facto são fezes.

De um lado ao outro do painel, partilham a lista de afazeres, com ligeiras diferenças no percurso para chegar lá. Diferenças ligeiras, não é de perto nem de longe sinónimo de alternativa, de pensar diferente. Assiste-se a um alinhamento preguiçoso e doentiamente estagnado. Se o maior inimigo a combater é a indiferença (acredito que é), com moderação e contenção, não motivam o cidadão desiludido com o “sistema” a ir às urnas. É preciso alguém que dê um berro, que apareça na conferência de imprensa despenteado, que proponha rotas impensáveis, que aponte soluções utópicas. E que não hesite em meter o pescoço no cepo para as concretizar. Caso contrário, o cidadão que por sistema não vota, vai perpetuar o sistema. O seu e o outro. Retroalimentam-se e não se sai disto.

Votar por afinidade, que é o que acontece maioritariamente nas autárquicas, já se revelou e confirmou contraproducente, uma vez após outra. Já se experimentou, não resultou. Assuma-se o falhanço e arrisque-se outra porta. Para isso acontecer, o desiludido desinteressado tem de encontrar motivos para ir votar. A hipótese de tal acontecer não é com o tépido. Quente, ou frio. Morno… não vai lá.

Pedal Frenético evidenciou que não está interessado em inovação, em mudança. Autista às críticas, abraçou a prioridade “inaugura tudo o que puderes”, comprovando assim anos e anos de bater charuto, reservando oportunisticamente o pouco que foi feito para esta altura. A postura fala por si. Afinal Recandidato, promete fazer em menos de 4 anos aquilo que não fez em mais de 20. Han han.

A Coligação dos Outros… É a Coligação dos Outros. Vão olhando para o que os Outros fazem, para o que os Outros dizem e replicam o modelo com as vírgulas nOutros sítios.

O comunismo não funcionou, a União Soviética extinguiu-se, mas como a Rússia fica longe e esta malta não vê televisão (por ser o ópio do povo), ainda não sabem de nada. Continuam estoicamente a estrebuchar revivalismos que vão passando de geração em geração como um relógio velho e avariado que nunca se deitou fora, por ser de estimação.

Resta a malta do lado esquerdo do reino que, apesar de acutilante e pertinente, perde o foco no que realmente interessa, principalmente por causa das directivas emanadas de cima. Hastear uma bandeira com as cores do arco-íris nos paços do concelho ou no castelo não é uma prioridade e adianta pouco ou nada para a finalidade a que se propõe.

E lá ficamos nós reduzidos a escolher o menos mau, quando a democracia foi pensada como o método para o povo escolher o melhor. Se crio expectativas contemporâneas em cima de um método milenar e saio defraudado, a culpa é minha. Pelo menos tenho a honestidade de o reconhecer e assumir. Se calhar sou eu que estou obsoleto.

 

 

 

 

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