Comunistas
Opinião » 2022-01-26 » Inês Vidal"A nós resta-nos, sem esforço, pegar na história que o João nos conta de bandeja"
É certo que nós fazemos a nossa própria história, mas mais certo ainda é dizer que a nossa passagem pela vida depende em tudo da história que nos antecedeu no caminho. Não somos nada sem um passado, somos antes um só reflexo, evidente ou não, desse passado todo.
Nem sempre percebi isto. Que o diga o professor Fernando Coelho, que me aturou entre o 9.º e o 12.º ano, num penoso caminho pela história do mundo. Foi preciso crescer ligeiramente para perceber que conhecer a história é meio caminho andado para compreender o nosso presente e quem sabe traçar estratégias ou caminhos a não seguir, para o futuro que há-de vir.
Da mesma forma que demorei a perceber isso, nunca tive grande capacidade ou até iniciativa de ir eu ao encontro da história. Sempre fui mais do género comodista, que se limita a procurar a história já estudada, nos livros dos outros. É para isso que servem os livros que ocupam as minhas prateleiras. Reconheço, contudo, que isso só me é possível porque há quem, por iniciativa própria ou qualquer outra motivação que só pode ser boa - tendo em conta o resultado final - vá à procura da história, a estude, compile e a ofereça aos demais. Tudo isto, só porque sim. Porque, mais cedo do que eu, percebeu que a história de uns, uma vez democratizada, mais facilmente se torna a história de todos nós.
Felizmente há pessoas mais altruístas do que eu, que a tudo isto somam conhecimento suficiente para o fazer e muito gosto pelo que fazem. Felizmente há pessoas como o João Carlos Lopes, querido fundador deste nosso jornal e grande razão de ser de estarmos hoje aqui, que a uma capacidade invejável de olhar para o passado e saber onde há uma história que interessa contar, acrescenta um terrífico amor e respeito pela terra onde vive, pelas gentes que a fizeram, pelas associações e instituições que contribuíram para a sua e nossa história. E, por tanto a respeitar, quer partilhá-la com todos nós e vai colocando isso nos livros, sofregamente, já a pensar na história que vai contar a seguir, mesmo que nem sempre veja grande e merecido reconhecimento por todo esse trabalho.
A nós resta-nos, sem esforço, pegar na história que o João nos conta de bandeja. Seja ela sobre a Banda Operária Torrejana, o panorama musical no concelho, o Clube Desportivo, ou sobre o papel do Partido Comunista Português, com especial enfoque para a sua presença em Torres Novas, na nossa história contemporânea, como é o caso mais recente.
“Comunistas, uma história do PCP em Torres Novas”, é apresentado amanhã, sábado, pelas 15h30, na Praça dos Claras. E com ele vem uma história fantástica, que parece, essa sim, tirada de um livro. Uma história de homens e mulheres que, na maioria das vezes em prejuízo próprio, sacrificando vidas e famílias, acreditaram e lutaram por uma vida melhor, não só para eles, antes para todos nós. Uma história chorada, tantas vezes esquecida, mas sem dúvida a história da maior vitória de todas, que faz dos nossos dias tudo aquilo que hoje são. E o João Carlos conta-nos essa história. Conta-nos mais essa história. E nós sem sabermos agradecer. Sem sabermos agradecer aos comunistas, aqueles homens e mulheres que um dia lutaram por nós, e ao João por não nos deixar esquecer quem eles foram.
Obrigada.
Comunistas
Opinião » 2022-01-26 » Inês VidalA nós resta-nos, sem esforço, pegar na história que o João nos conta de bandeja
É certo que nós fazemos a nossa própria história, mas mais certo ainda é dizer que a nossa passagem pela vida depende em tudo da história que nos antecedeu no caminho. Não somos nada sem um passado, somos antes um só reflexo, evidente ou não, desse passado todo.
Nem sempre percebi isto. Que o diga o professor Fernando Coelho, que me aturou entre o 9.º e o 12.º ano, num penoso caminho pela história do mundo. Foi preciso crescer ligeiramente para perceber que conhecer a história é meio caminho andado para compreender o nosso presente e quem sabe traçar estratégias ou caminhos a não seguir, para o futuro que há-de vir.
Da mesma forma que demorei a perceber isso, nunca tive grande capacidade ou até iniciativa de ir eu ao encontro da história. Sempre fui mais do género comodista, que se limita a procurar a história já estudada, nos livros dos outros. É para isso que servem os livros que ocupam as minhas prateleiras. Reconheço, contudo, que isso só me é possível porque há quem, por iniciativa própria ou qualquer outra motivação que só pode ser boa - tendo em conta o resultado final - vá à procura da história, a estude, compile e a ofereça aos demais. Tudo isto, só porque sim. Porque, mais cedo do que eu, percebeu que a história de uns, uma vez democratizada, mais facilmente se torna a história de todos nós.
Felizmente há pessoas mais altruístas do que eu, que a tudo isto somam conhecimento suficiente para o fazer e muito gosto pelo que fazem. Felizmente há pessoas como o João Carlos Lopes, querido fundador deste nosso jornal e grande razão de ser de estarmos hoje aqui, que a uma capacidade invejável de olhar para o passado e saber onde há uma história que interessa contar, acrescenta um terrífico amor e respeito pela terra onde vive, pelas gentes que a fizeram, pelas associações e instituições que contribuíram para a sua e nossa história. E, por tanto a respeitar, quer partilhá-la com todos nós e vai colocando isso nos livros, sofregamente, já a pensar na história que vai contar a seguir, mesmo que nem sempre veja grande e merecido reconhecimento por todo esse trabalho.
A nós resta-nos, sem esforço, pegar na história que o João nos conta de bandeja. Seja ela sobre a Banda Operária Torrejana, o panorama musical no concelho, o Clube Desportivo, ou sobre o papel do Partido Comunista Português, com especial enfoque para a sua presença em Torres Novas, na nossa história contemporânea, como é o caso mais recente.
“Comunistas, uma história do PCP em Torres Novas”, é apresentado amanhã, sábado, pelas 15h30, na Praça dos Claras. E com ele vem uma história fantástica, que parece, essa sim, tirada de um livro. Uma história de homens e mulheres que, na maioria das vezes em prejuízo próprio, sacrificando vidas e famílias, acreditaram e lutaram por uma vida melhor, não só para eles, antes para todos nós. Uma história chorada, tantas vezes esquecida, mas sem dúvida a história da maior vitória de todas, que faz dos nossos dias tudo aquilo que hoje são. E o João Carlos conta-nos essa história. Conta-nos mais essa história. E nós sem sabermos agradecer. Sem sabermos agradecer aos comunistas, aqueles homens e mulheres que um dia lutaram por nós, e ao João por não nos deixar esquecer quem eles foram.
Obrigada.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
|
Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
Eleições "livres"... |
» 2024-03-08
» Jorge Carreira Maia
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |