Desafios
Opinião » 2016-06-17 » Jorge Carreira Maia"Aqui a esquerda à esquerda do PS precisa de se reconciliar com a iniciativa privada e valorizá-la naquilo que ele tem de útil para o todo social."
O que tem de interessante a actual situação política é o desafio que coloca às forças de esquerda. Fundamentalmente, ao BE e ao PCP. Se a actual maioria servir como tampão aos desmandos da direita não será mau. Mas isso não chegará. O problema que se coloca – e não é um problema pequeno – é o de dar um rumo à sociedade portuguesa, um rumo num mundo que não é nem será aquele que, eventualmente, os militantes desses dois partidos podem pensar ser o melhor. Portugal e os portugueses precisam de competir numa economia de mercado, de gerar riqueza, de fomentar o investimento e o emprego. Sem isso, o Estado social terá um triste destino.
Esta solução governativa deveria começar por pôr ordem no Estado. Por um lado, acabar com o conluio de décadas entre negócios e Estado. As empresas que lutem no mercado, mas o Estado não pode continuar a ser o suporte do capitalismo de compadrio que se desenvolveu no nosso país e é uma das suas principais chagas. Por outro, a esquerda deve preocupar-se, e muito, com a eficácia e a eficiência das instituições públicas. O problema das instituições não são as 35 horas da função pública. O problema é o da qualidade do serviço que prestam aos cidadãos e a transparência que não ostentam, mas deviam ostentar.
Em segundo lugar, a esquerda deve pensar nas pessoas. Os direitos, liberdades e garantias são fundamentais. Não chegam, contudo. Sem cidadãos autónomos, com capacidade de iniciativa e persistência na acção, os direitos acabarão por se esboroar. Quanto mais miserável for um povo, mais frágeis serão os direitos civis e sociais. A formação das pessoas é essencial, mas uma formação virada para o mundo em que terão de viver e não para o mundo onde a esquerda gostaria que elas vivessem.
Aqui a esquerda à esquerda do PS precisa de se reconciliar com a iniciativa privada e valorizá-la naquilo que ele tem de útil para o todo social. Se houve alguma coisa que aprendemos com o colapso do mundo comunista foi que a iniciativa privada é a forma de cooperação social mais eficaz para produzir riqueza e elevar o nível de vida das pessoas. O destino da esquerda, quer ela goste ou não, joga-se nestes tabuleiros e não no conjunto de medidas que permitiram minimizar os estragos da anterior maioria. Resta saber se haverá talento e capacidade para olhar para lá da ideologia.
Desafios
Opinião » 2016-06-17 » Jorge Carreira MaiaAqui a esquerda à esquerda do PS precisa de se reconciliar com a iniciativa privada e valorizá-la naquilo que ele tem de útil para o todo social.
O que tem de interessante a actual situação política é o desafio que coloca às forças de esquerda. Fundamentalmente, ao BE e ao PCP. Se a actual maioria servir como tampão aos desmandos da direita não será mau. Mas isso não chegará. O problema que se coloca – e não é um problema pequeno – é o de dar um rumo à sociedade portuguesa, um rumo num mundo que não é nem será aquele que, eventualmente, os militantes desses dois partidos podem pensar ser o melhor. Portugal e os portugueses precisam de competir numa economia de mercado, de gerar riqueza, de fomentar o investimento e o emprego. Sem isso, o Estado social terá um triste destino.
Esta solução governativa deveria começar por pôr ordem no Estado. Por um lado, acabar com o conluio de décadas entre negócios e Estado. As empresas que lutem no mercado, mas o Estado não pode continuar a ser o suporte do capitalismo de compadrio que se desenvolveu no nosso país e é uma das suas principais chagas. Por outro, a esquerda deve preocupar-se, e muito, com a eficácia e a eficiência das instituições públicas. O problema das instituições não são as 35 horas da função pública. O problema é o da qualidade do serviço que prestam aos cidadãos e a transparência que não ostentam, mas deviam ostentar.
Em segundo lugar, a esquerda deve pensar nas pessoas. Os direitos, liberdades e garantias são fundamentais. Não chegam, contudo. Sem cidadãos autónomos, com capacidade de iniciativa e persistência na acção, os direitos acabarão por se esboroar. Quanto mais miserável for um povo, mais frágeis serão os direitos civis e sociais. A formação das pessoas é essencial, mas uma formação virada para o mundo em que terão de viver e não para o mundo onde a esquerda gostaria que elas vivessem.
Aqui a esquerda à esquerda do PS precisa de se reconciliar com a iniciativa privada e valorizá-la naquilo que ele tem de útil para o todo social. Se houve alguma coisa que aprendemos com o colapso do mundo comunista foi que a iniciativa privada é a forma de cooperação social mais eficaz para produzir riqueza e elevar o nível de vida das pessoas. O destino da esquerda, quer ela goste ou não, joga-se nestes tabuleiros e não no conjunto de medidas que permitiram minimizar os estragos da anterior maioria. Resta saber se haverá talento e capacidade para olhar para lá da ideologia.
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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» 2024-04-22
» Maria Augusta Torcato
Caminho de Abril - maria augusta torcato |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |