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Parabéns, professores!

Opinião  »  2023-01-20  »  António Mário Santos

"F(R)ICÇÕES"

Quando, neste último fim de semana, assisti, pelos canais do cabo, à manifestação de professores em Lisboa, levada a efeito por dois sindicatos minoritários, pressenti, pela sua mobilização, como pelas palavras de ordem escritas nos cartazes que empunhavam, que a classe docente atingira o ponto de saturação em relação ao desprestígio a que os diversos governos conduziram a sua vida profissional.

Impressionou-me a firmeza com que defendiam a escola pública, os professores unidos jamais serão vencidos, o respeito pela sua dignidade profissional, o seu futuro como classe, a dignidade e o papel da escola. Construía-se, na rua, a unidade que os sindicatos mais representativos, por directizes partidárias, jamais conseguiram e, lamentavam-se uns, criticavam outros, não tinham aderido à manifestação, o que não impediu de se assumiram, professores, como protesto nacional.

A adesão à greve, a resposta individual ao apelo para a manifestação na capital, sem transportes pagos pelos sindicatos, à sua própria custa, encostaram à parede não só um governo que não cumpriu com a escola pública o seu próprio programa, como avisou os sindicatos de que o tempo das oposições/conciliações acabou de uma vez por todas. Nas suas reuniões com o ministro, o que está em cima da mesa não são os jogos de cintura de avanço/recuo, consoante os interesses partidários, mas a frontalidade com que a classe unida exige respeito e resolução, a breve prazo, do que há décadas se anda a negociar: resposta para a indignidade dos contratos, dos salários, do tempo de serviço, das colocações fora das suas zonas familiares, da burocratização do trabalho docente com prejuízo da relação professor/aluno, do esgotamento psicológico de uma carreira sem segurança contratual e com o afunilamento dos quadros e os acidentes de percurso da contagem do tempo de serviço e a subida na carreira, de uma vida de caixeiro-viajante.

Ressurge algo que estes quase cinquenta anos depois do 25 de Abril têm, com raríssimas e temporais excepções, entorpecido: a defesa de escola pública, democrática, plural, onde seja possível um ensino de qualidade realizado por professores dignificados.

Quem, como eu, ao longo de uma carreira, sempre defendeu a gestão democrática, uma escola interventiva, dinamizada pelos seus diversos interlocutores, alunos, docentes, funcionários administrativos, pessoal técnico, encarregados de educação, integrada na sociedade, com rádio escolar, imprensa, acções colectivas, é com alegria que vejo que o Estado burocrático a que se chegou e criou duas sociedades diferentes, uma de dirigentes e privilegiados, outra de trabalho e subserviência, de uso e abuso legislado, começa a ser frontalmente contestado pelos cidadãos empenhados na defesa dos seus direitos.

E creio que os partidos e os sindicatos, que dizem representar cidadãos e classe, enfrentam, por sua vez, o dilema de se reformularem e seguirem as vozes que, pelos seus meios, nunca conseguiram motivar. O povo unido jamais será vencido. Seria bom que essa unidade os conduzisse a esta luta no presente, pela dignidade do trabalho, da profissão, da dignidade, do respeito que cada ser humano merece.

Os professores estão no caminho certo. A vitória depende da determinação da sua unidade. Como escreveu António Sampaio da Nóvoa, em artigo em o Público, a 7 de Janeiro, «os professore são decisivos para o nosso presente e para o nosso futuro. Nada os pode substituir. A transformação da educação começa com os professores. Merecem o nosso respeito e a nossa gratidão».

 

 

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