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UM ALQUEVA NO TEJO, JÁ OUVIU FALAR?

Opinião  »  2018-03-08  »  Denis Hickel

"A ameaça da falta de água é decorrente de formas de planear e utilizar o território "

Soube recentemente de uma iniciativa privada que tem por objectivo criar um “Alqueva no Tejo”; através de um projecto de larga envergadura que promete principalmente combater a crescente falta de água e o problema de salinização a que estão ameaçados os agricultores Ribatejanos. Embora todo o material disponível nos media enalteça apenas o benefícios desta suposta grande obra, há pouco ou nada sobre os seus aspectos técnicos que permitam uma avaliação mais profunda da proposta, ou mesmo um debate mais alargado entre outras entidades com interesse num tema de tão largo impacto no território.

Ainda assim, permito-me questionar pois, aparentemente, a solução restringe-se apenas à uma engenharia do território quando o problema da escassez de água é de cariz essencialmente cultural e ecológico?

A ameaça da falta de água é decorrente de formas de planear e utilizar o território que desconsideram a totalidade do seu funcionamento enquanto ecossistema. Isso abrange a sua ocupação agrícola, industrial e urbana, com todo o leque de impactos negativos, incluindo aí a profunda transformação da paisagem e a supressão da biodiversidade. De forma muito simples, isto significa que modificamos tão profundamente as relações naturais a ponto de comprometermos o ciclo da água em toda a bacia do Tejo, de Espanha à Portugal.

Assim, hoje, não só consumimos mais água do que este sistema pode restituir, mas também reduzimos drasticamente a sua capacidade de renovação, aumentando e acelerando o seu processo de degradação. É sabido que com as alterações climáticas em curso, a Península Ibérica deverá evoluir para um clima mais seco. Diante de tal prognóstico, o melhor lugar para armazenar água é no subsolo e a melhor forma de o fazer é restaurar a bacia do Tejo para (dentro do possível) reestabelecer o ciclo da água.

Sendo assim, 1) qualquer olhar sobre o problema deve passar por rever a matriz económica, agrícola e de ordenamento do território que são as principais responsáveis pela degradação do mesmo. 2) Sendo a principal atividade da região, migrar de práticas agrícolas convencionais para práticas ecológico-regenerativas é fundamental em todas as escalas! 3) Promoção, num esforço conjunto entre os municípios da bacia hidrográfica, da restauração da biodiversidade, das galerias ripícolas, cursos da água, zonas húmidas e bacias de retenção. 4) No âmbito das cidades, planear toda uma nova cultura de captação, utilização e reutilização da mesma. O que envolve também uma outra relação com os afluentes do Tejo, novas formas de planeamento, desenho e utilização da cidade e da paisagem, edificações e outros critérios para o fomento e o licenciamento de novas atividades económicas.

Mais do que a solução pelo betão, este é antes um tema cultural para envolver as pessoas e municípios, num esforço internacional, que, para além das questões práticas imediatas, poderia vir a promover toda uma nova cultura de relações ecológicas regenerativas, outras economias (circulares e de proximidade), bem como impulsionar a indústria a e agricultura inspiradas pela ecologia do território. Uma porta de oportunidades.

 

 

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