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Notícias da derrocada

Opinião  »  2016-09-08  »  Jorge Carreira Maia

"As elites políticas tradicionais recusam-se, ou estão impotentes, a ouvir as suas populações. Estas deslocam então os seus votos para as organizações xenófobas e nacionalistas."

No passado domingo, nas eleições em Mecklemburg-Pomerânia Ocidental, um dos estados federados da Alemanha, o partido populista Alternativa para a Alemanha ficou em segundo lugar à frente da CDU da senhora Merkel. Na segunda-feira, manifestações de camionistas e de agricultores bloquearam uma auto-estrada junto a Calais (França). O que têm em comum estes dois acontecimentos tão diferentes? O problema dos refugiados. Merkel está a pagar eleitoralmente por ter aberto as portas aos refugiados da guerra da Síria. Em Calais, onde existe um campo com milhares de migrantes que querem ir para Inglaterra (que não os aceita), os habitantes locais, que já deram uma vitória histórica à Frente Nacional, queixam-se da insegurança trazida pelo referido campo.

Podemos dizer que, tendencialmente, os alemães são racistas e os franceses chauvinistas. Isto pode tranquilizar algumas consciências. No entanto, oculta a complexidade do problema. E o problema é que estas migrações – sejam económicas ou resultado da guerra – têm um impacto negativo – sentido, muitas vezes, como extremamente negativo – na vida de muitas populações dos países ocidentais. As elites políticas tradicionais recusam-se, ou estão impotentes, a ouvir as suas populações. Estas deslocam então os seus votos para as organizações xenófobas e nacionalistas.

Há problemas que não têm resolução ou não têm uma resolução minimamente aceitável. No actual quadro, para além da retórica da integração e da expressão das boas intenções, parece haver apenas dois cenários. Os fluxos migratórios continuam em direcção à Europa, alterando, radical e desordenadamente, a sua paisagem cultural e civilizacional. Em alternativa, esses fluxos são parados pela violência, como resultado da subida ao poder de partidos nacionalistas. Seria desejável a existência de outras alternativas, mas não se vêem no horizonte. Uma coisa parece, porém, certa: a Europa tal como a conhecemos está a ruir e a ruir no centro. Estes fenómenos – o de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e o de Calais – são apenas pequenos aluimentos, mas parecem pronunciar uma grande derrocada.

http://kyrieeleison-jcm.blogspot.pt/

 

 

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