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Os anos de seca vieram para ficar.

Opinião  »  2017-11-15  »  Nuno Curado

"É necessário um esforço colectivo para alterar a maneira como usamos e gerimos a água"

8 de Novembro de 2017: “Poderá não haver colheita de arroz no Vale do Sado [em 2018]”. Esta região é a maior produtora de arroz em Portugal. 06/11/2017: “A nascente do Rio Douro está seca”. 03/10/2017: “Alerta para situação crítica de falta de água”. Todos os dias saem notícias sobre o estado de seca extrema que o País atravessa e as suas muitas consequências.

Recuando mais um pouco: 28/09/2017 “Seca destapa ponte escondida há 19 anos [na barragem do Pego do Alter, em Alcácer do Sal]”. Foi só por esta altura, e muito devido a esta “curiosidade” que o espaço mediático começou a encher-se sobre este tópico. No entanto, o problema já existia. Há muito: 29/07/2017 “Em Mértola falta água para tudo, até mesmo para amassar o pão”; 29/05/2017 “Falta de arroz no Sado afecta produção de arroz [em 50%, em 2017]”; 03/05/2017 “Portugal continental com 96% do território em seca fraca a moderada em Abril”.

Estes são só alguns exemplos. Mais atrás ainda: 17/01/2017 “Incêndio na Serra do Alvão em pleno Janeiro”. Ou seja, desde o início do ano que se sabe que Portugal tem estado numa situação de seca. E foram levantados vários alertas, vindos de meteorologistas, investigadores, do sector agrícola e ambiental.

Este ano, é sem dúvida, um ano extraordinário - “A seca mais violenta em 87 anos”. Mas, de acordo com todos os cenários previstos devido às alterações climáticas, uma situação que se vai tornar normal. Anos como este vão tornar-se comuns nas próximas décadas. Porque, segundo todo o conhecimento e investigação feitos até hoje sobre os efeitos das alterações climáticas, não é uma questão de *se* isto se vai repetir. Mas sim, *quando* e quanto tempo teremos até se tornar algo comum. Para isso precisamos preparar-nos devidamente, ao contrário do que aconteceu este ano. Não é aceitável que, num ano como este, apenas em Novembro seja lançada uma campanha nacional para a poupança de água. Nem que, ainda esta semana, hajam rotundas em Torres Novas com sistemas de rega deficientes que encharcam o alcatrão.

É necessário um esforço colectivo para alterar a maneira como usamos e gerimos a água, desde o consumo público, ao consumo doméstico. Tanto na agricultura, como nas cidades. Será que faz sentido uma aposta nacional tão forte em culturas agrícolas de regadio quando se sabe que vai chover cada vez menos? Será que faz sentido continuarmos a usar relva - uma cobertura tão consumidora de água - em rotundas e nos separadores centrais de avenidas? Teríamos de nos habituar a ver outro tipo de verde em espaços públicos. E já existem alternativas, como os prados permanentes.

Pensando em nossas casas, já existem sistemas de re-utilização das águas dos lavatórios e banheiras para enchimento do depósito do autoclismo. Evita-se assim, a utilização de água potável para isso. Fará sentido existir legislação que obrigue que casas e edifícios novos tenham sistemas destes? Do mesmo modo, o que seria preciso para armazenar e utilizar a água das chuvas ou de águas tratadas das ETARs para a rega de espaços públicos?

Tanto a nível pessoal como público existem soluções que podem já ser avaliadas ou implementadas. O que não devemos é acreditar que este ano é de excepção e que, vindo a chuva, o problema passa. Tal como no caso dos incêndios, a prevenção e a criação de planos de contingência sairá sempre mais barata. E menos gravosa.

 

 

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