A família socialista, a democracia comunista, a transferência centrista e o terrorismo
Opinião » 2019-03-23 » Jorge Carreira Maia"Visitas desta quinzena: às famílias do governo, à democracia segundo Jerónimo de Sousa, à transferência para a Galp de Mesquita Nunes e ao terrorismo."
A FAMÍLIA SOCIALISTA. O governo parece um lugar de convívio de famílias amigas. Não bastava já haver um casal de ministros e um ministro pai e uma ministra filha desse pai, agora a mulher de um outro ministro foi nomeada chefe de gabinete do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, cargo ocupado anteriormente pelo marido. É evidente que nada disto é ilegal nem sequer configura, como já por aí vi escrito, um exemplo de patrimonialismo weberiano. Trata-se apenas de falta de sensatez e de um exercício de arrogância política de quem acha que as aparências não são importantes. Os socialistas não têm emenda.
A DEMOCRACIA SEGUNDO JERÓNIMO DE SOUSA. A entrevista de Jerónimo de Sousa ao Polígrafo chega a ser confrangedora. Não apenas se refere a Maduro desvalorizando as acusações de fraude eleitoral, como, quando lhe perguntam “Porque é que tem tanta dificuldade em admitir que não há uma democracia na Coreia do Norte?”, responde: “O problema não é esse. O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia”. Será preciso discutir o que é a democracia para descobrir que a Coreia do Norte é uma ditadura? Também os comunistas não têm emenda.
A TRANSFERÊNCIA DE MESQUITA NUNES. Adolfo Mesquita Nunes era visto como uma das principais promessas políticas não apenas do CDS como do arco da direita e centro-direita e mesmo do país. Poderia vir a ser, quando o CDS se cansasse de Assunção Cristas, um sucessor desta na liderança do partido. Inteligente, sensato e de espírito liberal consolidado. A sua transferência para o mundo empresarial aniquila-o, na prática, para encabeçar no futuro um projecto político em Portugal. Não há no acto, claro, qualquer ilegalidade. Mesquita Nunes fez o que a generalidade dos portugueses fazem. Foi tratar da vida.
TERRORISMO. Escrevo poucas horas depois do ataque a um eléctrico na Holanda e ainda não há confirmação oficial de que tenha sido um ataque terrorista, mas tudo leva a crer que sim. Depois do ataque em duas mesquitas na Nova Zelândia, agora parece ser a vez da retaliação contra eventuais cristãos. Uma coisa une supremacistas brancos e fundamentalistas religiosos (sejam muçulmanos, cristãos ou hindus): o prazer no terror e o ódio à convivência política pacífica entre pessoas com crenças diferentes. Une-os também as respectivas utopias e a crença de que podem chegar ao poder através do exercício da violência e do medo. Não vão parar por aqui.
A família socialista, a democracia comunista, a transferência centrista e o terrorismo
Opinião » 2019-03-23 » Jorge Carreira MaiaVisitas desta quinzena: às famílias do governo, à democracia segundo Jerónimo de Sousa, à transferência para a Galp de Mesquita Nunes e ao terrorismo.
A FAMÍLIA SOCIALISTA. O governo parece um lugar de convívio de famílias amigas. Não bastava já haver um casal de ministros e um ministro pai e uma ministra filha desse pai, agora a mulher de um outro ministro foi nomeada chefe de gabinete do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, cargo ocupado anteriormente pelo marido. É evidente que nada disto é ilegal nem sequer configura, como já por aí vi escrito, um exemplo de patrimonialismo weberiano. Trata-se apenas de falta de sensatez e de um exercício de arrogância política de quem acha que as aparências não são importantes. Os socialistas não têm emenda.
A DEMOCRACIA SEGUNDO JERÓNIMO DE SOUSA. A entrevista de Jerónimo de Sousa ao Polígrafo chega a ser confrangedora. Não apenas se refere a Maduro desvalorizando as acusações de fraude eleitoral, como, quando lhe perguntam “Porque é que tem tanta dificuldade em admitir que não há uma democracia na Coreia do Norte?”, responde: “O problema não é esse. O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia”. Será preciso discutir o que é a democracia para descobrir que a Coreia do Norte é uma ditadura? Também os comunistas não têm emenda.
A TRANSFERÊNCIA DE MESQUITA NUNES. Adolfo Mesquita Nunes era visto como uma das principais promessas políticas não apenas do CDS como do arco da direita e centro-direita e mesmo do país. Poderia vir a ser, quando o CDS se cansasse de Assunção Cristas, um sucessor desta na liderança do partido. Inteligente, sensato e de espírito liberal consolidado. A sua transferência para o mundo empresarial aniquila-o, na prática, para encabeçar no futuro um projecto político em Portugal. Não há no acto, claro, qualquer ilegalidade. Mesquita Nunes fez o que a generalidade dos portugueses fazem. Foi tratar da vida.
TERRORISMO. Escrevo poucas horas depois do ataque a um eléctrico na Holanda e ainda não há confirmação oficial de que tenha sido um ataque terrorista, mas tudo leva a crer que sim. Depois do ataque em duas mesquitas na Nova Zelândia, agora parece ser a vez da retaliação contra eventuais cristãos. Uma coisa une supremacistas brancos e fundamentalistas religiosos (sejam muçulmanos, cristãos ou hindus): o prazer no terror e o ódio à convivência política pacífica entre pessoas com crenças diferentes. Une-os também as respectivas utopias e a crença de que podem chegar ao poder através do exercício da violência e do medo. Não vão parar por aqui.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
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» Pedro Ferreira
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