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O “não debate”

Opinião  »  2015-09-11  »  Adelino Pires

"Nem uma palavra sobre pobreza ou solidão; nem uma só sobre educação ou cultura; e sobre justiça ou segurança, nada se ouviu."

Há dias, nas três televisões em simultâneo e em horário nobre, estava anunciado o tal debate. Desde logo, um primeiro trilema. Qual dos canais sintonizar? a RTP1, a do suposto serviço público? a Sic, do tio Balsemão dos Bilderberg? Ou a TVI, tipo aliança peninsular, em que nuestros hermanos tanto insistem?

Resolvida a questão com o zapping de agradar a gregos e a troi(k)anos, segundo trilema: o debate dos entrevistadores. A velha Judite, mais para lá do que para cá, o mister Faria, entalado entre as duas privadas, ou a rija Clara, porque as últimas são as primeiras?

Quanto ao resto, cedo se percebeu que os senhores políticos ali estavam de corpo presente, com a cabeça no futuro, mas para falar do passado. Lá falaram das tricas da troika. Do Sócrates e do Syriza. Do BES, do BP e da CMVM. De cifras e de siglas, tipo mata moscas que se usam quando as ditas incomodam.

Nem uma palavra sobre pobreza ou solidão; nem uma só sobre educação ou cultura; e sobre justiça ou segurança, nada se ouviu. Quanto à questão dos migrantes sírios, népia. Nem sim, nem não, nem talvez. É um tema incómodo, fracturante, do qual seguramente todos os presentes fugiram a sete pés.

Afinal, o debate foi um “não debate”. Porque os senhores jornalistas não puderam ou não souberam fazer melhor. Porque os senhores políticos não estavam ali para falar do futuro dos portugueses, mas sim preocupados com o seu futuro político e partidário.

Ao fim de dezenas de anos de responsabilidades alternadas, os dois maiores partidos não consigam ter uma única sugestão, uma única proposta, um único vestígio de consenso sobre qualquer um dos temas mais prementes da sociedade portuguesa?

Ah, mas souberam falar de geometria. Da geometria do plafonamento. Horizontal, vertical, talvez oblíquo, acrescento eu. Porque apesar de tudo, foi um debate oblíquo, de plano inclinado.

Com Passos tenso e a jogar para o empate, Costa acabou por dominar um jogo, não de casa cheia, mas de população esgotada. Desta vez, Passos naufragou e deu à Costa. Mas Costa, com o menino nos braços, naufragará a passos largos se não perceber o país real.

 

Adelino Correia-Pires, 11 setembro 2015

 

 

 

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