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Jornal Torrejano
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Ser voz...

Opinião  »  2015-03-12  »  Maria Augusta Torcato

”Leio sempre o que escreve e gosto muito.” Foi assim que há dias fui abordada, enquanto tomava um café rápido, num espaço público.

Houve, primeiro, um cumprimento afável, entre quem se cruza, esporadicamente, num tempo que se esvai e só alimenta passado e vazio. Cada vez há menos presente, logo, também menos futuro, que nunca chega a sê-lo.

Creio que a minha reação inicial nem foi reação. Sorri, disse que gostava que gostasse e agradeci. O pedido, ou sugestão, veio logo a seguir. ”Num dos textos falou de casas vazias, abandonadas, desertas, da decadência. Fale, por favor, que, em algumas casas, não nessas mas noutras, há gente. Gente da qual ninguém quer saber. Não se sabe se está bem ou mal. Gente de quem ninguém sente a falta.”

Fiquei a pensar. Não é que nunca tivesse pensado nisso. É claro que sim, já pensei. É um problema generalizado. Mas, agora, pensei, pensando, como quando vemos, para além do olhando. E estou com algumas dificuldades em textualizar estas dicotomias. Por um lado, e de forma positiva, cultivaram-se a individualidade, a autonomia, a independência e a privacidade (será?). Por outro, a par da individualidade, cultivou-se o individualismo; a par da autonomia, cultivou-se a distância; a par da independência, cultivou-se a perda de pertença; a par da privacidade, cultivou-se a indiferença.

Confundiram-se muitas coisas. Pensou-se que, para se manter a individualidade e a privacidade, se tinha de ”deixar de querer saber” de ou de quem. Não é verdade. É a realidade que o diz. Ser único, autónomo, livre e independente convive muito bem com o altruísmo, a generosidade, a benevolência, o civismo e a expressão da preocupação com o outro. Dizer bom dia ou boa tarde, perguntar a um vizinho ou vizinha se está bem, se melhorou de alguma maleita, se precisa de alguma coisa do mercado ou da farmácia, são manifestações que caíram em desuso. Aliás, quem o faz parece um extraterrestre. Mas, o que parece necessário é mudar a terra. Mudar esta forma de ser, que mais não é do que não ser e na qual a desumanidade cresce, é imperativo. Há um momento em que nos questionamos acerca do que andamos todos a fazer. O mundo está melhor? Não. Definitivamente, não. E não está porquê? Não vou, sequer, alvitrar, uma justificação. Esta tem de ser encontrada dentro de cada um de nós. Qual o contributo que cada um de nós dá para isso? Mas, por favor, era bom que não começássemos com comparações, com medições, com invejas. Haverá sempre alguém que pode dar mais, e alguém que pode dar menos ou não dar. Mas até o dar e o que se dá é, muitas vezes, subjetivo. Às vezes não custa nada. Basta um sorriso, basta um segundo para se ouvir. Basta um toque à porta para saber se quem está do outro lado está bem. Às vezes, basta olhar e ver; ouvir e escutar e não ficar indiferente. A indiferença mata. Não apenas os outros, mas a nós também.

Numa semana em que as notícias, os comentários e as opiniões foram tantas e tão variadas acerca de comportamentos tão medíocres e condenáveis, praticados por quem tinha o dever de ser um exemplo (mesmo que esse exemplo fosse de alguém que erra, assume os erros, no momento próprio, e não vem com moralismos bacocos, para aplicar aos outros) quero apenas dizer que é um privilégio ser voz. Ser voz de quem tem coisas importantes para dizer, por muito simples que pareçam. Ser voz de quem é gente. E eu gosto muito de gente que é gente!

 

 

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