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Eu conto com o ”Continente”

Opinião  »  2013-05-10  »  Miguel Sentieiro

O anúncio da dona Florinda Ferreira a dizer que ”Conta com o Continente” deixou-me... contente. E isto porque a senhora estava ela também radiante ao dizer que no seu tempo ”não havia nada disto...e agora há!”. E eu pensei: agora há o quê?... E a dona Florinda responde ”Pá de porco com osso a 1 euro 79 cêntimos”? Deveria ser um equívoco. A forma efusiva com que a senhora dizia que contava com o Continente, assemelhava-se ao contentamento de um miúdo a aprender a contar e a dizer ”Eu conto com a Galinha Pintainha!”. Ó dona Florinda, diga-me lá quem é esse Continente que a deixa assim? ”No Continente há arroz carolino a 0,69 cêntimos!”. Não percebeu o que eu disse. Numa altura em que todos desejamos ver uma luz ao fundo do túnel, um rasgo de esperança no meio do flagelo social, as palavras da senhora espelham essa ilusão de podermos contar com alguém competente e sério para nos tirar do buraco, uma espécie de Zorro dos tempos modernos. ”E o quilo e meio de cebola embalada a 0,89 cêntimos?” Deixe-se disso e diga-nos quem é esse enigmático ”Continente”. Quando a dona Florinda diz confiante, ”Eu conto com o Continente”, o meu imaginário infantil trata logo de transformar o personagem continental num super-herói que nos vai salvar das garras dos malfeitores. Estou a ver a grande notícia: ”Mister Continente veste o seu fato verde, entra a voar dentro do parlamento com a capa abanando ao vento do ar condicionado e, num simples mas poderoso sopro, consegue transformar 230 inertes seres em 20 vigorosos governantes, daqueles que conseguem governar o país. Mas esperem, que na maioria dos dias o seu sopro atingiria, na melhor das hipóteses, uns 30 deputados. Mas Mister Continente pensa em tudo, só escolhe os dias festivos para actuar; poderia ser naquele dia dos cravos e no outro da ”Implantação” de qualquer coisa, deixa cá ver... acabada em ”blica”. Depois dessa acção de transformação cirúrgica, esvoaçava para os grandes gabinetes de advogados e, num simples mas poderoso sopro, transformava-os em seres de intelecto normal, para não entenderem as leis que criaram para salvar os seus ricos e corruptos clientes, transformando assim impunidade em justiça. E Mister Continente continuaria a esvoaçar a sua esplendorosa capa verde, convertendo tudo o que é silvado em campos de margaridas em flor (não resisti a uma analogia poética). ”Mas no meu tempo não havia pescada fresca a 3 euros e 99 cêntimos!”. Agora chega dona Florinda!!! Tenho de ripostar: No meu tempo não havia 20% de desemprego; no meu tempo os governantes tinham de ter mais do que 23 anos; no meu tempo conseguia dizer o nome dos jogadores do plantel do Sporting; no meu tempo não havia a Golden & Sachs; no meu tempo não pagávamos 1,4 por cada litro de gasóleo; no meu tempo não existiam contratos de PPPs ou Swaps. A dona Florinda não baixa a guarda e lança ”No meu tempo não existia amendoim com casca torrado a 1 euro e 49 cêntimos”. Eh lá, com essa arrumou-me!...Temo que tenhamos de voltar à terra, deixar de imaginar um Mister Continente para nos vir salvar, e assumir de uma vez por todas que nós só poderemos contar com o In…Continente Gaspar; aquele que continua sorver as nossas parcas economias e as deixa sair, para serem absorvidas pela fralda de uma qualquer instituição financeira internacional. Abri agora um folheto do tal Continente e não é que vi um pacote de 64 fraldas por apenas 4 euros e 99 cêntimos? No meu tempo não havia nada disto...

 

 

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