Guardadores de escravos
Opinião » 2016-02-17 » João Carlos Lopes"Os alunos, que rejeitam em massa a escola actual, serão escravos acorrentados de uma lógica perversa, assassina. Os professores, em lugar de ensinarem, serão os seus guardadores. "
Naquele tempo, a malta tinha escola da parte da manhã, por exemplo, e mais dois dias de tarde, até às quatro horas no máximo. De modo que sobravam horas e dias para infindáveis tempos de brincadeira, de preguiça, de descoberta da rua e do mundo próximo, tempo e espaço para sonhar com a liberdade de viver. Passados uns anos, pensou-se que mesmo esse tempo passado dentro dos muros da escola teria tendência a diminuir porque começavam a antever-se outras formas de aquisição de conhecimentos e de saber: ir à escola passaria a centrar-se na busca de orientações, mais do que nas práticas lectivas e pedagógicas ultrapassadas pelos tempos. Por razões de natureza social e política, meramente instrumentais por um lado, verdadeiramente perigosas por outro, quer um governo socialista que se caminhe no sentido inverso. A escola a tempo inteiro é a traição a uma geração, é um ataque bárbaro a quem não tem capacidade de defesa, é uma escalada rumo a uma sociedade concentracionária, em que toda a gente está sempre “institucionalizada”: na creche, no jardim de infância, na escola, um dia destes na universidade obrigatória quando a pressão se tornar insuportável, na inscrição do centro de emprego, com sorte no escritório ou na fábrica, na caixa de supermercado e, depois de uns anos, no centro de dia. Os alunos, que rejeitam em massa a escola actual, serão escravos acorrentados de uma lógica perversa, assassina. Os professores, em lugar de ensinarem, serão os seus guardadores. E ganharão mais uma horas ao serviço desse horrível exercício.
Guardadores de escravos
Opinião » 2016-02-17 » João Carlos LopesOs alunos, que rejeitam em massa a escola actual, serão escravos acorrentados de uma lógica perversa, assassina. Os professores, em lugar de ensinarem, serão os seus guardadores.
Naquele tempo, a malta tinha escola da parte da manhã, por exemplo, e mais dois dias de tarde, até às quatro horas no máximo. De modo que sobravam horas e dias para infindáveis tempos de brincadeira, de preguiça, de descoberta da rua e do mundo próximo, tempo e espaço para sonhar com a liberdade de viver. Passados uns anos, pensou-se que mesmo esse tempo passado dentro dos muros da escola teria tendência a diminuir porque começavam a antever-se outras formas de aquisição de conhecimentos e de saber: ir à escola passaria a centrar-se na busca de orientações, mais do que nas práticas lectivas e pedagógicas ultrapassadas pelos tempos. Por razões de natureza social e política, meramente instrumentais por um lado, verdadeiramente perigosas por outro, quer um governo socialista que se caminhe no sentido inverso. A escola a tempo inteiro é a traição a uma geração, é um ataque bárbaro a quem não tem capacidade de defesa, é uma escalada rumo a uma sociedade concentracionária, em que toda a gente está sempre “institucionalizada”: na creche, no jardim de infância, na escola, um dia destes na universidade obrigatória quando a pressão se tornar insuportável, na inscrição do centro de emprego, com sorte no escritório ou na fábrica, na caixa de supermercado e, depois de uns anos, no centro de dia. Os alunos, que rejeitam em massa a escola actual, serão escravos acorrentados de uma lógica perversa, assassina. Os professores, em lugar de ensinarem, serão os seus guardadores. E ganharão mais uma horas ao serviço desse horrível exercício.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |