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Que dia é hoje? - carlos paiva

Opinião  »  2022-05-09  »  Carlos Paiva

"“Sobre o ambiente, os dez por cento em falta para encerrar o tema da poluição da ribeira da Boa Água, a apropriação da nascente do Rio Almonda, marcaram presença noutros discursos. Neste não. Outro la"

Uma das novidades que a vida virtual trouxe à minha pobre existência foi o facto de existirem dias comemorativos de tudo e mais alguma coisa. Todos os dias é dia de algo. Desde o dia do abraço, do amigo, da música, do cão, do gato, até aos mais tradicionais digamos, dia da mãe, da criança, da liberdade, do trabalhador. E nós, humanos pejados de deficiências inventadas pela superioridade de uma entidade imaginária, só almejamos alguma hipotética decência se manifestarmos sensibilidade aos temas programados nos dias programados, nesse maravilhoso mundo virtual. Caso contrário, seremos sumariamente julgados pelos nossos pares como umas autênticas bestas insensíveis, egoístas alienados. Nada bate a integração na mediocridade. Um must.

O dia da liberdade, o 25 de Abril, concedeu-nos entre outras coisas, a liberdade de expressão. Passámos a poder verbalizar o que bem nos apetecer, dentro dos limites do bom senso e da educação administrada pelos nossos progenitores. Pai e mãe, ambos devidamente assinalados em dias próprios. Diz-se dos já idos, a saudade, o sacrifício, a gratidão. Raramente a educação, os valores, a cultura, a liberdade de pensamento e expressão do mesmo, o exercício de cidadania. Não se vá roubar prestígio ao outro dia. O trabalho, esse também em dia próprio, tem tendência em enclausurar-se dentro dos limites operários, fazendo cara de pau ao independente, aos recibos verdes, à escravatura assalariada. Simulando uma preocupação genérica atrás da parangona do “trabalho precário” sem nunca meter o dedo na ferida, sem acusar os responsáveis, sem apontar alternativas.

Numa evidente demonstração de falta de bom senso, o espaço virtual da Câmara Municipal não fez referência às comemorações do 25 de Abril. Um lapso. O evento ocorreu de facto, apareceu na comunicação social regional e a presidência discursou sobre criação de emprego, sem mencionar que o esforço à data se traduz em trabalho precário. Outro lapso. O orgulho na recuperação do centro histórico, anunciado pela mesma presidência em programa televisivo pago com o dinheiro dos contribuintes umas semanas antes, é mencionado agora como aspecto a ser corrigido. Outro lapso. A propaganda difundida ao longo dos últimos dois anos (para ser simpático) acerca das qualidades e virtudes da rede de cuidados de saúde na região, acompanhada de fotografias com presidentes sorridentes, apresenta-se agora como mais um item “a ser melhorado” no discurso presidencial. Outro lapso. A melhoria da rede escolar, até então perfeitamente satisfatória e funcional, é outro item. Outro lapso. Sobre o ambiente, os dez por cento que persistem em falta para encerrar o tema da poluição da ribeira da Boa Água, a apropriação da nascente do Rio Almonda, marcaram presença noutros discursos. Neste não. Outro lapso.

De lapso em lapso, diz-se o que apetece dizer, nas comemorações do dia da liberdade. Ao abrigo da liberdade de expressão obtida nesse mesmo dia. Será seguro concluir que, conforme sublinhado no discurso, “a conquista da autonomia do poder local”, se revelou no dia do lapso. Isto, respeitando o bom senso e sendo simpático.

 



 

 

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