Igreja Católica - Continuação da intolerância - pedro ferreira
Opinião » 2021-07-04 » Pedro Ferreira" Por terras lusas, a crítica à igreja custa a sair. Os filhos do Estado Novo e da “nossa Senhora de Fátima” ainda andam de mãos dadas à sua mãe, que não as larga nem por nada."
No passado dia 17, o Vaticano dirigiu-se ao embaixador italiano através de uma nota verbale, expressando o seu desagrado com uma proposta de lei que pretende criminalizar o discurso de ódio para com as mulheres, a comunidade LGBTQIA+ e pessoas com deficiências (algo que já existe para a religião e etnia). Na carta, a igreja católica mostra o seu desagrado por a proposta obrigar a que as escolas católicas em solo italiano a celebrar o dia nacional contra a homofobia e transfobia e também preocupação para com os católicos que possam vir a ser penalizados por expressarem a sua opinião sobre estas pessoas visadas na proposta de lei.
Mas porque deveria a igreja católica estar preocupada com os seus crentes passarem a ser criminalizados? Pelo mesmo motivo de não quererem celebrar o dia nacional contra a homofobia e a transfobia: em pleno século XXI, os teólogos católicos, e consequentemente os seus seguidores, continuam a achar que quando duas pessoas que não um homem e uma mulher fazem sexo Jesus chora. Aliás, chora tanto que pede ao pai que não os mande apenas para o inferno após a sua morte, mas que os persiga ainda na terra, para que comportamentos como estes não sejam normalizados. Não é incomum, tanto na Itália como em Portugal, haver pessoas a serem perseguidas, assediadas, espancadas e até mortas por esses fanáticos que acham ser as mãos de “Deus” na terra por terem sido motivados pelo que são os ensinamentos atuais da igreja católica.
Dizer que esta linha de pensamento é completamente absurda é pouco. Estão bem documentadas todo o tipo de relações sexuais no reino animal e, graças aos últimos avanços tecnológicos, estão até disponíveis em vídeo para qualquer pessoa com acesso à internet: relações sexuais entre animais de sexos diferentes e do mesmo sexo, animais de espécies diferentes tanto do mesmo como de sexos diferentes, grupos de animais, animais a masturbarem-se e até a usarem utensílios para o efeito. De facto, o sexo é tão comum e tão variado que até entre todo o tipo de membros do clero está documentado (somos apenas outro animal). Também estão estudados os papéis sociais que alguns destes comportamentos desempenham: animais sem parceiro sexual podem desanuviar sem recorrer à violação, o sexo como forma de estabelecer relações e resolver conflitos (como é o caso dos famosos chimpanzés bonobo), casais homossexuais por vezes adoptam crias sem progenitores que de outra forma morreriam, etc… Tentar fazer crer a pessoas que acreditam em Jesus e nas suas maravilhas que estes comportamentos não têm nenhum papel nas comunidades humanas, classificando-os como desviantes e pecados que fazem escorrer lágrimas na cara do “Salvador” é um crime contra os direitos da própria humanidade e deveria ser ferozmente criticado por todos aqueles que se dizem defensores dos mesmos.
Mas por terras lusas, a crítica à igreja custa a sair. Os filhos do Estado Novo e da “nossa Senhora de Fátima” ainda andam de mãos dadas à sua mãe, que não as larga nem por nada com receio, por exemplo, de que os seus filhos as usem para assinar a carta que critica a nova lei húngara que discrimina estas pessoas; ou que folheiem algo que não os catecismos e aprendam que não há bem nem mal, que a religião é senão um fenómeno humano e que há milhares delas criadas por todo o mundo, que a igreja católica está por detrás de grande parte do sofrimento da humanidade, da escravatura, da perseguição, das queimadas (autos de fé), da guerra ideológica e dos sentimentos de culpa. Assim estão, assim estiveram e assim continuarão os cristãos quando liderados por esta igreja: unidos pela discriminação. Amém.
Igreja Católica - Continuação da intolerância - pedro ferreira
Opinião » 2021-07-04 » Pedro FerreiraPor terras lusas, a crítica à igreja custa a sair. Os filhos do Estado Novo e da “nossa Senhora de Fátima” ainda andam de mãos dadas à sua mãe, que não as larga nem por nada.
No passado dia 17, o Vaticano dirigiu-se ao embaixador italiano através de uma nota verbale, expressando o seu desagrado com uma proposta de lei que pretende criminalizar o discurso de ódio para com as mulheres, a comunidade LGBTQIA+ e pessoas com deficiências (algo que já existe para a religião e etnia). Na carta, a igreja católica mostra o seu desagrado por a proposta obrigar a que as escolas católicas em solo italiano a celebrar o dia nacional contra a homofobia e transfobia e também preocupação para com os católicos que possam vir a ser penalizados por expressarem a sua opinião sobre estas pessoas visadas na proposta de lei.
Mas porque deveria a igreja católica estar preocupada com os seus crentes passarem a ser criminalizados? Pelo mesmo motivo de não quererem celebrar o dia nacional contra a homofobia e a transfobia: em pleno século XXI, os teólogos católicos, e consequentemente os seus seguidores, continuam a achar que quando duas pessoas que não um homem e uma mulher fazem sexo Jesus chora. Aliás, chora tanto que pede ao pai que não os mande apenas para o inferno após a sua morte, mas que os persiga ainda na terra, para que comportamentos como estes não sejam normalizados. Não é incomum, tanto na Itália como em Portugal, haver pessoas a serem perseguidas, assediadas, espancadas e até mortas por esses fanáticos que acham ser as mãos de “Deus” na terra por terem sido motivados pelo que são os ensinamentos atuais da igreja católica.
Dizer que esta linha de pensamento é completamente absurda é pouco. Estão bem documentadas todo o tipo de relações sexuais no reino animal e, graças aos últimos avanços tecnológicos, estão até disponíveis em vídeo para qualquer pessoa com acesso à internet: relações sexuais entre animais de sexos diferentes e do mesmo sexo, animais de espécies diferentes tanto do mesmo como de sexos diferentes, grupos de animais, animais a masturbarem-se e até a usarem utensílios para o efeito. De facto, o sexo é tão comum e tão variado que até entre todo o tipo de membros do clero está documentado (somos apenas outro animal). Também estão estudados os papéis sociais que alguns destes comportamentos desempenham: animais sem parceiro sexual podem desanuviar sem recorrer à violação, o sexo como forma de estabelecer relações e resolver conflitos (como é o caso dos famosos chimpanzés bonobo), casais homossexuais por vezes adoptam crias sem progenitores que de outra forma morreriam, etc… Tentar fazer crer a pessoas que acreditam em Jesus e nas suas maravilhas que estes comportamentos não têm nenhum papel nas comunidades humanas, classificando-os como desviantes e pecados que fazem escorrer lágrimas na cara do “Salvador” é um crime contra os direitos da própria humanidade e deveria ser ferozmente criticado por todos aqueles que se dizem defensores dos mesmos.
Mas por terras lusas, a crítica à igreja custa a sair. Os filhos do Estado Novo e da “nossa Senhora de Fátima” ainda andam de mãos dadas à sua mãe, que não as larga nem por nada com receio, por exemplo, de que os seus filhos as usem para assinar a carta que critica a nova lei húngara que discrimina estas pessoas; ou que folheiem algo que não os catecismos e aprendam que não há bem nem mal, que a religião é senão um fenómeno humano e que há milhares delas criadas por todo o mundo, que a igreja católica está por detrás de grande parte do sofrimento da humanidade, da escravatura, da perseguição, das queimadas (autos de fé), da guerra ideológica e dos sentimentos de culpa. Assim estão, assim estiveram e assim continuarão os cristãos quando liderados por esta igreja: unidos pela discriminação. Amém.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
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