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Festejando - carlos paiva

Opinião  »  2022-07-05  »  Carlos Paiva

"“Não percebo a pertinência de Feira Medieval e Festas do Almonda serem eventos distintos”"

O inquestionável apoio à cultura dado pelo governo está sujeito a uma série de susceptibilidades, como ilustram os episódios de 1992, onde Cavaco veta a candidatura de Saramago ao prémio literário europeu. Uma birra contra alguém maior que ele. Casar com uma espanhola e ir viver para Espanha, que ousadia, irrita qualquer português de bem. E, de 2004, em que Maria João Pires foi acusada de corrupção e aproveitamento pelo governo português acerca de um subsídio (125k) que nunca lhe foi concedido. Repete-se a irritação. Os Moonspell foram forçados a trilhar carreira fora do país por serem liminarmente votados ao desprezo pelas editoras e promotores nacionais. Causa urticária. Quanto maior o mérito alcançado por via de processos alternativos ao método do beija-mão, mais alto na escala hierárquica a reacção alérgica. Se irritas o presidente, deves estar a fazer alguma coisa bem feita. Devia haver prémios para isto. Se um gajo irritar um secretário de estado, vale X pontos, se irritar um ministro 2X pontos, o primeiro-ministro 5X pontos, irritar o Presidente 10X, e uma vida extra. Uma APP gratuita e a malta competia online. Os primeiros dez a ficarem sinalizados como “pessoa de interesse” por um organismo policial, nacional ou estrangeiro, ganhavam um voucher em combustível de bónus. Os mais irritativos, seriam candidatos a Nobel, vencedores de subsídios, descontos no supermercado, tudo de fofinho, bom, dourado e mágico, viria a si. Com unicórnios. O apoio invisível do estado à cultura é assim. Cheio de atitudes. O visível não é diferente, só que mercantil. Um cineasta pode sempre ajustar o produto ao valor pago entregando um filme todo preto, por exemplo. E colateralmente criar um marco na história do cinema. Um escritor pode tomar a mesma posição em essência, suprimindo a pontuação, por exemplo. E colateralmente criar um marco na história da literatura. Hum…

Recordando a agenda bastante preenchida de festas e festarolas pelas aldeias do concelho por esta altura, itinerantes da sardinha e frango assado, da batata frita de pacote, do bidon de plástico azul cheio de gelo e minis, o bailarico a decorrer, o ursinho de peluche ao lado do galo de Barcelos na prateleira da quermesse. A algazarra geral. Havia competição entre as festas. Havia brio nessa competição. Celebrando o verão, o regresso dos emigrantes, o interior pode ser um desfilar de comes e bebes com bailarico e animação todos os fins-de-semana dentro de um raio de poucos quilómetros. Juntando-se a esta agenda, a cidade de Torres Novas lá faz a sua festarola. Perdão, duas, festarolas. A cidade a mostrar às aldeias como é que é. Se quiserem ver como se faz uma “festa de aldeia” em condições, é assim. Com enxota cães e gatos no fim e tudo. Consegue-se tirar o aldeão da aldeia mas não se consegue tirar a aldeia do aldeão. O horizonte é cada vez mais exíguo, torna-se penoso ler o cartaz. Não percebo a pertinência de Feira Medieval e Festas do Almonda serem eventos distintos, ambos pálidos de interesse, ao invés de um evento único de verão, com algum músculo. É urgente tomar decisões que permitam apresentar cartazes dignos do estatuto de cidade. Não é que seja uma competição mas, se olharmos à volta, ficamos pessimamente posicionados. Este género de apoio à cultura, resume-se a comprar artigos da prateleira do supermercado. Não é astrofísica. São expectáveis decisões melhores. Analisando num gráfico, é uma curva descendente que mantém a tendência ao longo dos anos. É uma realidade extremamente insatisfatória. Algo tem de mudar. A continuar assim… Parece birra. Alguém muito irritado por “festa de aldeia” não constar oficialmente no património imaterial da humanidade.

 



 

 

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