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nada sei do amor neste tempo de cólera

Opinião  »  2011-11-24  »  Carlos Tomé

não me venham cá com merdas a quererem-me enfiar na cabeça essa ideia de que somos todos iguais que eu não sou nenhum trouxa mas desde quando é que os pretos que cheiram a capim e não sabem uma letra do tamanho de um comboio ou os ucranianos que não sabem fazer nada e encharcam-se em vodka logo pela manhã ou esses larilas que se enchem de lantejoulas e se esfregam pela gente a pedir consolo ou os gajos que se põem nas nossas mulheres podem ser iguais às pessoas normais que vivem normalmente que trabalham todos os dias são honestos chefes de família vão à missa aos domingos têm mulher e filhos como eu que sou muito homem, não me venham cá com gaitas essa gente é o refugo da raça a vergonha da nossa cara não presta nem para amostra do género humano quanto mais para trabalhar, olhem ali para o iuri já lhe pedi um balde de massa há meia hora e o sacana ainda nem pôs a betoneira a trabalhar primeiro que aqui chegue ainda o sol se põe por trás do prédio que estes andaimes e esta rede preta não deixam ver nada lá fora só olhamos para dentro como se entrássemos para dentro de nós em plena solidão e de repente se fizesse noite porque só vemos o vazio, aqui em cima é uma paisagem de pesadelo tijolo cimento brita escadas martelos vigas verguinhas baldes de massa por tudo quanto é lado tornam o prédio num caos desconchavado materiais arrumados sem sentido num puzzle de muita paciência muito trabalho à força de máquinas e mãos e inteligência de alguns e muito suor e eu com a cabeça noutro lado que já ando farto desta vida e só me apetece partir esta merda toda que não recebo há três meses e não sei o que hei-de fazer e a mulher que não me larga sempre com medo que eu a deixe a grande puta que me pôs os cornos com um cabrão qualquer que se livrou de levar uma carga de porrada quando eu o descobri na cama com ela porque conseguiu saltar pela janela todo nu e fugiu com as mãos a tapar o cu o grande sacana nunca cheguei a saber quem era porque ela fez-se muda e só reparei que ele devia ser estrangeiro porque tinha o cabelo louro, ò iuri então a massa vem ou tenho que a ir buscar à obra do lado, não sei o que se passa com o rapaz mas hoje não está nos seus dias pois até nem é mau diabo diz que era engenheiro lá na terra dele e eu acredito que o gajo nos números é um barra e sabe das equações e até tem umas mãos finas que não são de servente com unhas aparadas cabelo louro tronco musculado e olhar de um azul mortífero que quando olha para mim com aqueles olhos até fico incomodado e sinto-me a corar que até tenho que disfarçar, isto não é normal não sei o que se passa comigo nunca tive qualquer hesitação sempre fui muito homem e mulheres nunca me faltaram elas comigo sempre ficaram satisfeitas não sei se era amor isso que chamam a estas coisas mas eu sei que não sentia grande sentimento só queria divertir-me e sentia-me bem e elas também, agora aqui em cima do andaime é diferente não penso nisso só penso em partir esta merda toda mas há qualquer coisa que não sai cá de cima e me prende a isto mas é coisa que não sei identificar não me peçam explicações que disso não percebo nada só sei construir casas com estas mãos encardidas cheias de calos nada sei do amor neste tempo de cólera só conheço a solidão e o ódio e a angústia do pedreiro farto desta merda toda cansado de cimento e tijolos e andaimes só sei do iuri que nunca mais traz o balde de massa e eu que sou muito homem ansioso arfando corado à espera dele

 

 

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