A escola está de volta
Opinião » 2011-09-08 » Ana Trincão
É esta a grande mensagem que Ary dos Santos (o mais eloquente poeta português de sempre) nos deixou e que outro dos nossos maiores da cultura (Carlos do Carmo), nos canta e encanta.
É verdade, desde fins de Maio, a escola começou a desacelerar. Setembro (4 meses de inactividade), é o regresso às aulas!
Reconhecidamente, no meu entendimento, todas as principais e substantivas causas da crise actual que conduziu o país a submeter a sua democracia às ordens de organismos internacionais do capitalismo caduco e em crise, estão no histórico atraso cultural, porque jamais encarámos a educação como o principal investimento que Portugal precisa. É óbvio que a cultura de um povo, sustenta-se fundamentalmente, na educação e esta aprende-se na escola e na família.
Pelas áreas da educação e da cultura já passaram várias opções políticas e ideológicas, nestes 37 anos da democracia. Mas, a crise que vivemos e sofremos, mostra o fracasso da aplicação das receitas que jamais quiseram atender à História de Portugal e às causas do nosso histórico atraso.
Nas áreas do cada vez mais desertificado interior, 279 escolas do 1º ciclo (1ª à 4ª classe) não vão abrir porque questões de poupanças financeiras, assim o determinam. As crianças ter-se-ão de deslocar vários quilómetro, se querem frequentar a escola.
Ser estudante, em Portugal, sobretudo nestes tempos de elevados custos de vida é para as famílias carenciadas, quase uma odisseia, qualquer que seja o grau de ensino que os seus filhos frequentem.
Todo o país devia potenciar-se para facilitar o acesso e frequência da escola, desde a pré-primária, até à universidade. É este investimento que tem falhado ao longo destes 37 anos que já passaram sobre a ruptura provocada pelo golpe militar do 25 de Abril, apesar de nas campanhas eleitorais os partidos e os políticos tudo prometerem. Houve mesmo um governo que disse ter a educação no coração!
Ainda existem algumas centenas de milhares de analfabetos, em Portugal, uma grande chaga que temos; o analfabetismo funcional abrange a esmagadora maioria da população portuguesa; o nível do abandono escolar continua muito elevado. Não há uma estratégia para o ensino e a aprendizagem da matemática, filosofia, português, história, geografia, química, física, etc.
A questão do ensino, em Portugal, está muito focalizada nas reivindicações profissionais dos professores, por muito que seja a sua justeza e pouco centrada nos cuidados que a escola deve prestar aos alunos, muitos deles nem têm dinheiro para comprar uma simples mochila para transportar os matérias escolares.
Depois já há muita gente a interrogar-se: afinal, para que serve estudar, senão há empregos para os jovens pós-escolar ?!
Os políticos e os partidos que têm dirigido o país, endividaram-no e com processos de estreita visão para o futuro, têm bloqueado o seu desenvolvimento, havendo, neste momento histórico, uma colossal (um termo muito em voga!) estagnação e se tivermos de aturar estes 48 governantes, deste Governo da austeridade, durante 4 anos, em 2015, estaremos, nós, o povão, na penúria e na miséria.
Que alguém nos livre disso!
E que possam os putos ”falar do homem novo!”.
A escola está de volta
Opinião » 2011-09-08 » Ana TrincãoÉ esta a grande mensagem que Ary dos Santos (o mais eloquente poeta português de sempre) nos deixou e que outro dos nossos maiores da cultura (Carlos do Carmo), nos canta e encanta.
É verdade, desde fins de Maio, a escola começou a desacelerar. Setembro (4 meses de inactividade), é o regresso às aulas!
Reconhecidamente, no meu entendimento, todas as principais e substantivas causas da crise actual que conduziu o país a submeter a sua democracia às ordens de organismos internacionais do capitalismo caduco e em crise, estão no histórico atraso cultural, porque jamais encarámos a educação como o principal investimento que Portugal precisa. É óbvio que a cultura de um povo, sustenta-se fundamentalmente, na educação e esta aprende-se na escola e na família.
Pelas áreas da educação e da cultura já passaram várias opções políticas e ideológicas, nestes 37 anos da democracia. Mas, a crise que vivemos e sofremos, mostra o fracasso da aplicação das receitas que jamais quiseram atender à História de Portugal e às causas do nosso histórico atraso.
Nas áreas do cada vez mais desertificado interior, 279 escolas do 1º ciclo (1ª à 4ª classe) não vão abrir porque questões de poupanças financeiras, assim o determinam. As crianças ter-se-ão de deslocar vários quilómetro, se querem frequentar a escola.
Ser estudante, em Portugal, sobretudo nestes tempos de elevados custos de vida é para as famílias carenciadas, quase uma odisseia, qualquer que seja o grau de ensino que os seus filhos frequentem.
Todo o país devia potenciar-se para facilitar o acesso e frequência da escola, desde a pré-primária, até à universidade. É este investimento que tem falhado ao longo destes 37 anos que já passaram sobre a ruptura provocada pelo golpe militar do 25 de Abril, apesar de nas campanhas eleitorais os partidos e os políticos tudo prometerem. Houve mesmo um governo que disse ter a educação no coração!
Ainda existem algumas centenas de milhares de analfabetos, em Portugal, uma grande chaga que temos; o analfabetismo funcional abrange a esmagadora maioria da população portuguesa; o nível do abandono escolar continua muito elevado. Não há uma estratégia para o ensino e a aprendizagem da matemática, filosofia, português, história, geografia, química, física, etc.
A questão do ensino, em Portugal, está muito focalizada nas reivindicações profissionais dos professores, por muito que seja a sua justeza e pouco centrada nos cuidados que a escola deve prestar aos alunos, muitos deles nem têm dinheiro para comprar uma simples mochila para transportar os matérias escolares.
Depois já há muita gente a interrogar-se: afinal, para que serve estudar, senão há empregos para os jovens pós-escolar ?!
Os políticos e os partidos que têm dirigido o país, endividaram-no e com processos de estreita visão para o futuro, têm bloqueado o seu desenvolvimento, havendo, neste momento histórico, uma colossal (um termo muito em voga!) estagnação e se tivermos de aturar estes 48 governantes, deste Governo da austeridade, durante 4 anos, em 2015, estaremos, nós, o povão, na penúria e na miséria.
Que alguém nos livre disso!
E que possam os putos ”falar do homem novo!”.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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