O consumo, o consumismo e o consumidor
Opinião » 2011-06-22 » Ana Trincão
O capitalismo, enquanto sistema de troca de dinheiro por bens e vice-versa, fundou os mercados, estes que tudo controlam, através das instituições financeiras e dos bancos, ou seja, como se tem visto na crise portuguesa, são os banqueiros que estabelecem as regras vivenciais dos portugueses e os políticos obedecem.
Convinha-lhes venderem dinheiro e por isso, abriram as portas ao consumismo e proclamaram solenemente, aquela velha máxima: ”consome agora e paga depois”. E foi assim, na compra de casas, nas viagens, nas férias ricaças, nos automóveis, nas indumentárias da moda, nos computadores, telemóveis, etc, etc. Tudo se compra!
Na época de férias e de Natal, o sistema paga o 13.º mês e 14.º mês de salários ou pensões e fá-lo não por benemerência, mas sim para alimentar o consumismo.
E foi assim que as famílias se endividaram e o país também e parece que só agora descobrimos que consumimos mais do que produzimos. E, agora, todos, os consumistas por vocação e aqueles que, apenas, consomem de acordo com os seus rendimentos, vão, todos, pagar o endividamento.
Analisemos os três temas com mais detalhes.
O consumo e as necessidades básicas para a sobrevivência humana são a alimentação, a saúde, as indumentárias e a habitação.
Lamentavelmente, milhões de pessoas em todo o mundo e maioria dos portugueses, não aufere rendimentos que lhes permita suportar os custos das necessidades primárias.
Quanto ao consumismo, na economia de mercado que vigora entre nós, o consumidor é aliciado para aderir ao consumo, nem que seja de coisas que não são imprescindíveis nem prioritárias.
O aliciamento é feito, sobretudo, por um processo que o sistema criou e alimenta: a publicidade que, por vezes, atinge descaramentos gigantescos.
Alguns exemplos: inundação das caixas do correio com atraente publicidade, na qual tudo se oferece a ”bacalhau a pataco”.
Damos créditos aos seus sonhos, invista e compre, compre, compre, assim diz a publicidade num jornal diário.
Veja-se o caso da RTP (para onde pagamos 5.750$00 anuais de imposto, acrescentado na factura da EDP), diariamente temos um programa televisivo de uma hora – o Preço Certo – pelo qual se faz publicidade a tudo o que é electrodomésticos.
Sobre o consumidor, este é o principal sujeito do sistema que a tudo está obrigado, apesar de estar protegido pela Constituição (Art.º 60º), com alguns direitos, mas que é obrigado a pagar IVA nos produtos que consome.
É verdade que o Estado protege o consumidor e até existem associações de defesa do consumidor e cooperativas de consumo mas, hoje, neste sistema capitalista e de mercado, o consumidor não passa de um mero objecto, adentro do mercado de consumo.
Ter ou não ter dinheiro, consumidores somos todos nós!
O consumo, o consumismo e o consumidor
Opinião » 2011-06-22 » Ana TrincãoO capitalismo, enquanto sistema de troca de dinheiro por bens e vice-versa, fundou os mercados, estes que tudo controlam, através das instituições financeiras e dos bancos, ou seja, como se tem visto na crise portuguesa, são os banqueiros que estabelecem as regras vivenciais dos portugueses e os políticos obedecem.
Convinha-lhes venderem dinheiro e por isso, abriram as portas ao consumismo e proclamaram solenemente, aquela velha máxima: ”consome agora e paga depois”. E foi assim, na compra de casas, nas viagens, nas férias ricaças, nos automóveis, nas indumentárias da moda, nos computadores, telemóveis, etc, etc. Tudo se compra!
Na época de férias e de Natal, o sistema paga o 13.º mês e 14.º mês de salários ou pensões e fá-lo não por benemerência, mas sim para alimentar o consumismo.
E foi assim que as famílias se endividaram e o país também e parece que só agora descobrimos que consumimos mais do que produzimos. E, agora, todos, os consumistas por vocação e aqueles que, apenas, consomem de acordo com os seus rendimentos, vão, todos, pagar o endividamento.
Analisemos os três temas com mais detalhes.
O consumo e as necessidades básicas para a sobrevivência humana são a alimentação, a saúde, as indumentárias e a habitação.
Lamentavelmente, milhões de pessoas em todo o mundo e maioria dos portugueses, não aufere rendimentos que lhes permita suportar os custos das necessidades primárias.
Quanto ao consumismo, na economia de mercado que vigora entre nós, o consumidor é aliciado para aderir ao consumo, nem que seja de coisas que não são imprescindíveis nem prioritárias.
O aliciamento é feito, sobretudo, por um processo que o sistema criou e alimenta: a publicidade que, por vezes, atinge descaramentos gigantescos.
Alguns exemplos: inundação das caixas do correio com atraente publicidade, na qual tudo se oferece a ”bacalhau a pataco”.
Damos créditos aos seus sonhos, invista e compre, compre, compre, assim diz a publicidade num jornal diário.
Veja-se o caso da RTP (para onde pagamos 5.750$00 anuais de imposto, acrescentado na factura da EDP), diariamente temos um programa televisivo de uma hora – o Preço Certo – pelo qual se faz publicidade a tudo o que é electrodomésticos.
Sobre o consumidor, este é o principal sujeito do sistema que a tudo está obrigado, apesar de estar protegido pela Constituição (Art.º 60º), com alguns direitos, mas que é obrigado a pagar IVA nos produtos que consome.
É verdade que o Estado protege o consumidor e até existem associações de defesa do consumidor e cooperativas de consumo mas, hoje, neste sistema capitalista e de mercado, o consumidor não passa de um mero objecto, adentro do mercado de consumo.
Ter ou não ter dinheiro, consumidores somos todos nós!
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
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» 2024-03-08
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