• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quarta, 24 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sáb.
 17° / 9°
Períodos nublados com chuva fraca
Sex.
 19° / 11°
Céu nublado com chuva fraca
Qui.
 19° / 11°
Céu nublado
Torres Novas
Hoje  24° / 10°
Períodos nublados
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

E os 100 anos de república não evitaram a crise!

Opinião  »  2011-06-02  »  Ana Trincão

Em 5 de Outubro de 1910, operou-se, em Portugal, uma mudança de regime político. Os princípios e valores, pelos quais lutaram os republicanos, eram aqueles que a Revo-

lução Francesa, de 1789, implantou, ou seja, Igualdade, Liberdade e Fraternidade, valores e princípios pelos quais, também, lutaram os liberais vintistas, a partir de 1820, até à Regeneração de 1852, altura em que, segundo os, actuais, opinadores da crise, o Estado se terá começado a endividar, ou seja, por alturas da Patuleia, até ao Ultimato inglês de 1890, nada aconteceu, não obstante a questão coimbrã, de 1865 o Cenáculo, as conferências do Casino, em 1871, ”As Farpas”, entre 1871/72 e os vencidos da vida, grupo de burgueses, bigodaças e jantaristas que se encontravam até 1893.

Após o Ultimato, até à república, foi uma catadupa de acontecimentos, inclusivé o assassinato do Rei, em 1908 e a ascensão dos republicanos ao poder, em 5 de Outubro de 1910, eles que queriam o poder a todo o custo, ainda que logo após o 5 de Outubro se dividissem em 4 grupos, sucedendo-se, em 16 anos, 46 governos (a uma média de 4 meses e um até durou, apenas, 6 dias) e 9 presidentes da república, o que é revelador da instabilidade social, política e cultural que a proclamação da república causou. Foi o apogeu do caciquismo e das oligarquias!

Só a ditadura nos pode salvar, dizia-se, então, inclusivé o seareiro, António Sérgio que incorporou governos, entre 1923 e 1925. A confusão foi tal que o próprio marechal Carmona (aquele que viria a ser o principal lugar-tenente de Salazar, durante mais de 20 anos), fez parte dum governo do republicano, Teixeira Gomes.

Nem foi necessário qualquer revolução. Em 28 de Maio de 1926, Mendes Cabeçadas recebeu o poder de Bernardino Machado, logo sendo deposto por Gomes da Costa que a seguir baqueou perante Óscar Carmona, já às portas do providencial homem de Santa Comba Dão, que para evitar convulsões sociais, estabeleceu a trilogia de Deus, Pátria e Família, com o esvaziamento da cultura e da educação que só a partir dos neo-realistas, Ferreira de Castro, Aquilino, Redol, Soeiro, Manuel da Fonseca e outros, começou a ser possível pôr em causa a cultura salazarista da sacristia!

Salazar conseguiu ultrapassar, ileso, a 1ª grande crise mundial do capitalismo, de 1929, conseguiu, também, manter uma aparente neutralidade na 2ª Guerra Mundial, 1939/45 e isso possibilitou-lhe a entrada na ONU, no FMI, na NATO, na EFTA e começou, até, a ”namorar” o seu ingresso na, então, CEE!

A ”pax” salazarista, conseguiu ultrapassar os novos ventos do pós-2ª guerra, mas no final dos anos 50 e início de 60 tudo se complicou e modificou: abalo delgadista, assalto ao Santa Maria, início da guerra colonial, tentativa de golpe de Botelho Moniz, ocupação de Goa e revolta falhada no quartel de Beja.

Mas Salazar embirrou e preferiu ficar ”orgulhosamente só”, até cair da cadeira e entregar o poder a Caetano que quis ”arejar” o regime, mas limitou-se a mudar as siglas de PIDE para DGS e de UN para ANP e não resolveu a questão colonial, tendo mesmo de viver com a 2ª grande crise do capitalismo, em 1973, até que o poder caiu na rua, com um mero abanão dos militares de Abril!

Passaram 37 anos a ”abrir caminho para uma sociedade socialista” e ”sem classes”. Assim, foi prometido pelo MFA!

Em 35 anos, através de eleições democráticas, foram eleitos quatro presidentes da república e constituídos 18 governos constitucionais que governaram a uma média 2 anos, até chegarmos ao descrédito, actual, de estarmos à beira da bancarrota e são esses mesmos de sempre, do chamado arco constitucional (PS, PSD e CDS) que querem continuar a governar.

Que grande descaramento! Que grande lata!

 

 

 Outras notícias - Opinião


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)


2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões »  2024-02-22  »  Jorge Cordeiro Simões

 

 


O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia