… do lado de cá dos telescópios
Opinião » 2010-03-04 » José Mota Pereira
Mal damos por isso e após alguns anúncios, saímos das nossa realidade terrena, os problemas e as alegrias desaparecem, e durante alguns minutos viajamos entre estrelas, satélites, galáxias e luas.
O cientista entusiasma-nos. Não nos vem falar com ar de quem sabe tud ouvi-lo falar do plano das estrelas, do sistema solar é mais fácil do que ouvir outros comentadores encartados que por aí andam.
Aliás é curioso. Há quem vá para a televisão e para as rádios querer transformar as coisas simples da nossa vida em ciências complexas e obscuras: e vem-me assim de repente à memória alguns comentadores desportivos que insistem e persistem em fazer isso com o futebol por exemplo.
Com o cientista que nos fala à Sexta-Feira na Antena 1 as coisas processam – se ao contrário. Felizmente.
As coisas complexas deste mundo tornam-se naqueles breves minutos em coisas simples e descodificadas. De repente tornamo-nos cúmplices semanais e porque já sabemos dizer qualquer coisinha mais do que debitar os planetas do sistema solar ficamos com o ego satisfeito.
Todas as semanas o cientista volta. Tal como voltou na passada sexta-feira, eram quase quatro da tarde, para o auditório nacional da Antena 1.
Terminada mais uma intervenção radiofónica, será que o cientista voltou para o seu mundo de telescópios e planetas perdidos?
Não, que este cientista é, antes de o ser, um homem comprometido com o seu tempo e com seu povo.
Este cientista de que vos venho falando, pescador de estrelas, conhece o caminho que percorreu e com os pés assentes neste chão que pisa é homem para se juntar ao seu povo para lutar pelo que é justo e de direito.
O cientista é, imagine-se, presidente de Câmara de um pequeno, mas valoroso concelho do médio Tejo.
Este homem que foi obrigado a trabalhar cedo e em condições duras, como tantos outros é autarca eleito pelos eleitores do seu concelho.
Hoje assume responsabilidades políticas importantes. Por isso o mesmo cientista que às quatro da tarde de sexta-feira falou de estrelas na Antena 1, estava duas horas mais tarde com o povo do seu concelho exigindo a construção de uma ponte nova sobre o rio Tejo. Uma ponte há tantos anos prometida por políticos mentirosos e de pouca palavra. O mesmo pescador de estrelas, que cedo quis descobrir o mundo para lá da rua onde vivia, é o homem que luta politicamente pelas causas que considera de justiça para o desenvolvimento da sua terra.
O cientista sabe que as estrelas, os planetas e os telescópios só fazem sentido porque são olhados pelos olhos dos homens.
Provavelmente o cientista sabe que as coisas inimagináveis que existem no nosso universo só são realmente importantes quando os homens, com os pés assentes neste chão, puderem ter direito às justas coisas terrenas. As coisas certas com que se constrói o mundo que há do lado de cá dos telescópios.
Continuaremos às sextas-feiras a tentar ouvir o professor Máximo, nome de cientista. Com a certeza de saber que na vila poema de Constância há um político que luta com as suas gentes.
E que quando é preciso vem até à rua, onde ao fundo, começam todas as descobertas.
… do lado de cá dos telescópios
Opinião » 2010-03-04 » José Mota PereiraMal damos por isso e após alguns anúncios, saímos das nossa realidade terrena, os problemas e as alegrias desaparecem, e durante alguns minutos viajamos entre estrelas, satélites, galáxias e luas.
O cientista entusiasma-nos. Não nos vem falar com ar de quem sabe tud ouvi-lo falar do plano das estrelas, do sistema solar é mais fácil do que ouvir outros comentadores encartados que por aí andam.
Aliás é curioso. Há quem vá para a televisão e para as rádios querer transformar as coisas simples da nossa vida em ciências complexas e obscuras: e vem-me assim de repente à memória alguns comentadores desportivos que insistem e persistem em fazer isso com o futebol por exemplo.
Com o cientista que nos fala à Sexta-Feira na Antena 1 as coisas processam – se ao contrário. Felizmente.
As coisas complexas deste mundo tornam-se naqueles breves minutos em coisas simples e descodificadas. De repente tornamo-nos cúmplices semanais e porque já sabemos dizer qualquer coisinha mais do que debitar os planetas do sistema solar ficamos com o ego satisfeito.
Todas as semanas o cientista volta. Tal como voltou na passada sexta-feira, eram quase quatro da tarde, para o auditório nacional da Antena 1.
Terminada mais uma intervenção radiofónica, será que o cientista voltou para o seu mundo de telescópios e planetas perdidos?
Não, que este cientista é, antes de o ser, um homem comprometido com o seu tempo e com seu povo.
Este cientista de que vos venho falando, pescador de estrelas, conhece o caminho que percorreu e com os pés assentes neste chão que pisa é homem para se juntar ao seu povo para lutar pelo que é justo e de direito.
O cientista é, imagine-se, presidente de Câmara de um pequeno, mas valoroso concelho do médio Tejo.
Este homem que foi obrigado a trabalhar cedo e em condições duras, como tantos outros é autarca eleito pelos eleitores do seu concelho.
Hoje assume responsabilidades políticas importantes. Por isso o mesmo cientista que às quatro da tarde de sexta-feira falou de estrelas na Antena 1, estava duas horas mais tarde com o povo do seu concelho exigindo a construção de uma ponte nova sobre o rio Tejo. Uma ponte há tantos anos prometida por políticos mentirosos e de pouca palavra. O mesmo pescador de estrelas, que cedo quis descobrir o mundo para lá da rua onde vivia, é o homem que luta politicamente pelas causas que considera de justiça para o desenvolvimento da sua terra.
O cientista sabe que as estrelas, os planetas e os telescópios só fazem sentido porque são olhados pelos olhos dos homens.
Provavelmente o cientista sabe que as coisas inimagináveis que existem no nosso universo só são realmente importantes quando os homens, com os pés assentes neste chão, puderem ter direito às justas coisas terrenas. As coisas certas com que se constrói o mundo que há do lado de cá dos telescópios.
Continuaremos às sextas-feiras a tentar ouvir o professor Máximo, nome de cientista. Com a certeza de saber que na vila poema de Constância há um político que luta com as suas gentes.
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Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
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