O emplastro
Opinião » 2009-12-11 » Santana-Maia Leonardo
Com os escândalos que vão implodindo por esse país fora, acontece precisamente o mesmo. Há uma personagem que faz questão de aparecer em todos, apesar de, tal como o emplastro, não ter nada a ver com isso, a não ser aquele dom de estar sempre no sítio certo para que as câmaras captem a sua imagem ou a sua voz: foi a história da licenciatura, da compra da casa, dos projectos de mamarrachos, da central de combustagem da Cova da Beira, do Freeport e agora da Face Oculta.
É preciso ter azar ou, então, uma grande sede de protagonismo. É que o homem está em todos: ou por causa do professor que lhe deu as quatro cadeiras e que era assessor de Armando Vara, no Governo de que também fez parte; ou por causa dos primos, do tio e da mãe; ou por causa dos corruptores que falam abertamente no seu nome; ou por causa dos telefonemas para o seu grande amigo Armando Vara.
É claro que ninguém tem culpa dos professores que teve, nem da família e dos amigos que tem. Sendo certo que, se ninguém pode escolher a família, o mesmo já não se pode dizer dos amigos. Daí o ditado popular: «diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és».
2. A corrupção
A corrupção é um tema a que os portugueses são pouco sensíveis, até porque a maioria dos portugueses, a fazer fé no que para aí vamos ouvindo, é da opinião que se lá estivesse fazia o mesmo. E, se todos fazem o mesmo, não adianta muito uma pessoa preocupar-se com isso.
Acontece que a corrupção, para além de ser o imposto mais caro que pagamos, corrompe, corrói e destrói os alicerces das instituições democráticas, levando, a prazo, à derrocada do Estado de Direito democrático. Num Estado corrupto, não há justiça, até porque quem faz as leis são precisamente aquelas pessoas cujos comportamentos as leis deviam combater. Ou seja, num Estado corrupto, os Tribunais não servem para perseguir os corruptos mas para os declararem inocentes, com base nas leis que eles próprios fizeram.
A criminalização do enriquecimento ilícito e a retenção das mais-valias nas operações urbanísticas são duas medidas-chave no combate à corrupção. É, por isso, perfeitamente compreensível que os governantes e deputados socialistas fujam delas como o diabo da cruz. Como toda a gente já percebeu, o que verdadeiramente preocupa os socialistas não é o combate à corrupção, mas a violação do segredo de justiça. Ou seja, o que preocupa os socialistas e o que eles querem a todo o custo evitar é que se saiba e não em fazer leis e dotar a polícia de meios para apanhar e punir os corruptos. Como diz o povo, «não é vergonha roubar, vergonha é roubar e ser apanhado». Mas, enquanto formos governados por esta gente (e aqui não me refiro apenas aos socialistas), muito dificilmente alguma figura da seita será apanhada e, se for apanhada, muito dificilmente será condenada e, se for condenada, muito dificilmente cumprirá a pena na prisão. Na verdade, o pior que lhe poderá acontecer é ter de desfrutar a pena na mansão adquirida com o dinheiro que obteve de forma ilícita e que nunca irá devolver às suas vítimas.
http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente
O emplastro
Opinião » 2009-12-11 » Santana-Maia LeonardoCom os escândalos que vão implodindo por esse país fora, acontece precisamente o mesmo. Há uma personagem que faz questão de aparecer em todos, apesar de, tal como o emplastro, não ter nada a ver com isso, a não ser aquele dom de estar sempre no sítio certo para que as câmaras captem a sua imagem ou a sua voz: foi a história da licenciatura, da compra da casa, dos projectos de mamarrachos, da central de combustagem da Cova da Beira, do Freeport e agora da Face Oculta.
É preciso ter azar ou, então, uma grande sede de protagonismo. É que o homem está em todos: ou por causa do professor que lhe deu as quatro cadeiras e que era assessor de Armando Vara, no Governo de que também fez parte; ou por causa dos primos, do tio e da mãe; ou por causa dos corruptores que falam abertamente no seu nome; ou por causa dos telefonemas para o seu grande amigo Armando Vara.
É claro que ninguém tem culpa dos professores que teve, nem da família e dos amigos que tem. Sendo certo que, se ninguém pode escolher a família, o mesmo já não se pode dizer dos amigos. Daí o ditado popular: «diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és».
2. A corrupção
A corrupção é um tema a que os portugueses são pouco sensíveis, até porque a maioria dos portugueses, a fazer fé no que para aí vamos ouvindo, é da opinião que se lá estivesse fazia o mesmo. E, se todos fazem o mesmo, não adianta muito uma pessoa preocupar-se com isso.
Acontece que a corrupção, para além de ser o imposto mais caro que pagamos, corrompe, corrói e destrói os alicerces das instituições democráticas, levando, a prazo, à derrocada do Estado de Direito democrático. Num Estado corrupto, não há justiça, até porque quem faz as leis são precisamente aquelas pessoas cujos comportamentos as leis deviam combater. Ou seja, num Estado corrupto, os Tribunais não servem para perseguir os corruptos mas para os declararem inocentes, com base nas leis que eles próprios fizeram.
A criminalização do enriquecimento ilícito e a retenção das mais-valias nas operações urbanísticas são duas medidas-chave no combate à corrupção. É, por isso, perfeitamente compreensível que os governantes e deputados socialistas fujam delas como o diabo da cruz. Como toda a gente já percebeu, o que verdadeiramente preocupa os socialistas não é o combate à corrupção, mas a violação do segredo de justiça. Ou seja, o que preocupa os socialistas e o que eles querem a todo o custo evitar é que se saiba e não em fazer leis e dotar a polícia de meios para apanhar e punir os corruptos. Como diz o povo, «não é vergonha roubar, vergonha é roubar e ser apanhado». Mas, enquanto formos governados por esta gente (e aqui não me refiro apenas aos socialistas), muito dificilmente alguma figura da seita será apanhada e, se for apanhada, muito dificilmente será condenada e, se for condenada, muito dificilmente cumprirá a pena na prisão. Na verdade, o pior que lhe poderá acontecer é ter de desfrutar a pena na mansão adquirida com o dinheiro que obteve de forma ilícita e que nunca irá devolver às suas vítimas.
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Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
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Eleições "livres"... |
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A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
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» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |