Vai subir? - carlos paiva
Opinião » 2021-05-30 » Carlos Paiva"“Começa a formar-se um padrão, ou é só mesmo incompetência arrogante. Desprezo por tudo o que exceda os limites umbilicais, inclusive a democracia."
Para grande surpresa de todos, Talvez Recandidato (T.R.) decidiu-se e oficializou a sua candidatura. Acto contínuo, despiu a pele de T.R. e vestiu a nova existência de Afinal Recandidato (A.R.) com a maior das naturalidades, como se desde sempre a tivesse usado. Até parece que foi planeado. Na comunicação ao mundo desta oficialização, não exibiu qualquer pudor em usar todo o saber acumulado pela sua existência anterior, acerca das necessidades do concelho e suas gentes, revelando na generalidade a sua proposta de governação.
Se a ideia já estava cristalizada, ficamos sem perceber a utilidade da consulta popular que o seu avatar T.R. colocou, deficientemente, nas nossas caixas de correio. Passando à análise da proposta de governação de A.R.: vê-se um arco-íris irradiando luz multicolorida, a abraçar um unicórnio imaculadamente branco, ladeado por dois golfinhos sorridentes, sobre uma constelação de nuvens cor-de-rosa de algodão doce. Alguém não anda a tomar os comprimidos. Quando a esmola é muita, o pobre desconfia. Fica a dica.
Entretanto, Pedal Frenético (P.F.) prossegue com a sua campanha eleitoral, reagindo à recandidatura de A.R. com o comentário eloquente: “O man ‘tá fora de fase!”, com o qual sou forçado a concordar. P.F. claramente apoiado pelos senhores do dinheiro cá do burgo, esbanja esse apoio em painéis de azulejo (fundo bege, com letras garrafais a bordeaux, revelando um apurado sentido estético que não é para todos) e, mais recentemente, na instalação de um elevador para o castelo. Justifica este devaneio excêntrico, habitualmente associado ao novo-riquismo, proclamando-se defensor acérrimo e de longa data, da acessibilidade. O mesmo fulano que aprovou o licenciamento de publicidade vertical em passeio de peões, cuja presença impedia a passagem dos peões. Surreal.
A acessibilidade verdadeiramente útil e ao alcance da carteira de um município a debater-se com dívida significativa à banca, começa com os passeios rebaixados nas passadeiras de travessia para peões, facilitando a circulação dos cidadãos com mobilidade reduzida. Quantas existem? Continua, com piso táctil, anti derrapante, nas imediações das passadeiras, para sinalizar o local e facilitar a circulação de cidadãos invisuais. Quantas existem? Num universo de quantas passadeiras…? Mas não, um elevador para o castelo é que é. E quem questionar uma ideia fecal destas, é convidado com um feudalismo condescendente a ir fumar um cigarro lá fora, enquanto os “homens a sério” aprovam o projecto. Alguém não anda a tomar os comprimidos.
Começa a formar-se um padrão, ou é só mesmo incompetência arrogante. Desprezo por tudo o que exceda os limites umbilicais, inclusive a democracia. Para quem não sabe, o dinheiro vindo de Bruxelas tem um prazo para ser gasto. Ou seja, há uma janela temporal para concretizar os projectos enunciados nas candidaturas. Após obtido o sucesso na aprovação da candidatura, esta idiotice do elevador, ficou na gaveta dois anos. Estando a aproximar-se vertiginosamente o fim do prazo. É evidente que urge concretizar, sob a penalização de terem de devolver o financiamento. O que de qualquer modo não fazia mal nenhum porque, como é claro, a campanha eleitoral de P.F. é apoiada pelos grandes capitalistas e dinheiro não falta. O único sítio onde a falta de liquidez é perpetuamente endémica é na Câmara Municipal.
Vai subir? - carlos paiva
Opinião » 2021-05-30 » Carlos Paiva“Começa a formar-se um padrão, ou é só mesmo incompetência arrogante. Desprezo por tudo o que exceda os limites umbilicais, inclusive a democracia.
Para grande surpresa de todos, Talvez Recandidato (T.R.) decidiu-se e oficializou a sua candidatura. Acto contínuo, despiu a pele de T.R. e vestiu a nova existência de Afinal Recandidato (A.R.) com a maior das naturalidades, como se desde sempre a tivesse usado. Até parece que foi planeado. Na comunicação ao mundo desta oficialização, não exibiu qualquer pudor em usar todo o saber acumulado pela sua existência anterior, acerca das necessidades do concelho e suas gentes, revelando na generalidade a sua proposta de governação.
Se a ideia já estava cristalizada, ficamos sem perceber a utilidade da consulta popular que o seu avatar T.R. colocou, deficientemente, nas nossas caixas de correio. Passando à análise da proposta de governação de A.R.: vê-se um arco-íris irradiando luz multicolorida, a abraçar um unicórnio imaculadamente branco, ladeado por dois golfinhos sorridentes, sobre uma constelação de nuvens cor-de-rosa de algodão doce. Alguém não anda a tomar os comprimidos. Quando a esmola é muita, o pobre desconfia. Fica a dica.
Entretanto, Pedal Frenético (P.F.) prossegue com a sua campanha eleitoral, reagindo à recandidatura de A.R. com o comentário eloquente: “O man ‘tá fora de fase!”, com o qual sou forçado a concordar. P.F. claramente apoiado pelos senhores do dinheiro cá do burgo, esbanja esse apoio em painéis de azulejo (fundo bege, com letras garrafais a bordeaux, revelando um apurado sentido estético que não é para todos) e, mais recentemente, na instalação de um elevador para o castelo. Justifica este devaneio excêntrico, habitualmente associado ao novo-riquismo, proclamando-se defensor acérrimo e de longa data, da acessibilidade. O mesmo fulano que aprovou o licenciamento de publicidade vertical em passeio de peões, cuja presença impedia a passagem dos peões. Surreal.
A acessibilidade verdadeiramente útil e ao alcance da carteira de um município a debater-se com dívida significativa à banca, começa com os passeios rebaixados nas passadeiras de travessia para peões, facilitando a circulação dos cidadãos com mobilidade reduzida. Quantas existem? Continua, com piso táctil, anti derrapante, nas imediações das passadeiras, para sinalizar o local e facilitar a circulação de cidadãos invisuais. Quantas existem? Num universo de quantas passadeiras…? Mas não, um elevador para o castelo é que é. E quem questionar uma ideia fecal destas, é convidado com um feudalismo condescendente a ir fumar um cigarro lá fora, enquanto os “homens a sério” aprovam o projecto. Alguém não anda a tomar os comprimidos.
Começa a formar-se um padrão, ou é só mesmo incompetência arrogante. Desprezo por tudo o que exceda os limites umbilicais, inclusive a democracia. Para quem não sabe, o dinheiro vindo de Bruxelas tem um prazo para ser gasto. Ou seja, há uma janela temporal para concretizar os projectos enunciados nas candidaturas. Após obtido o sucesso na aprovação da candidatura, esta idiotice do elevador, ficou na gaveta dois anos. Estando a aproximar-se vertiginosamente o fim do prazo. É evidente que urge concretizar, sob a penalização de terem de devolver o financiamento. O que de qualquer modo não fazia mal nenhum porque, como é claro, a campanha eleitoral de P.F. é apoiada pelos grandes capitalistas e dinheiro não falta. O único sítio onde a falta de liquidez é perpetuamente endémica é na Câmara Municipal.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
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A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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