Arthur Conan Doyle
Opinião » 2017-01-05 » Jorge Carreira Maia"Devo-lhe, assim como milhões de outros leitores, o ter criado essa personagem fantástica que dá pelo nome de Sherlock Holmes. "
Será um mistério aquilo que faz com que uns sejam indiferentes à leitura e outros tenham nela uma fonte inesgotável de prazer. Talvez o prazer de ler tenha uma componente genética. Não faço ideia, mas é possível. No entanto, pode também resultar da deusa fortuna, da sorte de encontrar autores que despertem esse prazer quando se é muito novo. Se olhar para a minha história pessoal, descubro dois autores que tiveram uma importância fundamental na génese do meu gosto da leitura. Enid Blyton e Arthur Conan Doyle. Não, não comecei a ler precocemente os grandes clássicos do romance ou da poesia, muito menos os de filosofia. Na verdade, sou mais serôdio do que precoce. Deixo Enid Blyton para outra altura e volto-me para o médico escocês Arthur Conan Doyle, político meio falhado e espírita militante até ao fim da vida. O que lhe devo?
Devo-lhe, assim como milhões de outros leitores, o ter criado essa personagem fantástica que dá pelo nome de Sherlock Holmes. Devo-lhe ainda o prazer de ver a subtileza social britânica encenada nas relações entre Holmes e o dr. Watson. Descobrir as aventuras do singular detective na adolescência não significou apenas ter encontrada uma fonte de entretenimento, mas a abertura de mundos que estavam muito para além da pacata vida numa pequena vila de província de um país periférico, como era – e ainda é, infelizmente – Portugal. Os livros de Conan Doyle contribuíram mais para a formação do meu espírito, para a atracção pela filosofia e o respeito pela ciência, do que todos os professores que tive antes de chegar à universidade.
As aventuras de Sherlock Holmes, com o apreço dado à subtileza lógica e a atenção prestada ao papel da ciência na resolução dos mistérios criminais, não representaram apenas uma espécie de propedêutica ao amor do saber. Foram também uma escada de acesso à literatura e ao prazer de ler. Ler sem poder parar é uma experiência que nem todos têm e que nem todos os autores sabem proporcionar. Tive-a, embora não fosse já novidade, com os policiais de Conan Doyle. A partir dos seus livros descobri outros autores policiais e iniciei-me na grande literatura universal. Há muito tempo que não o leio, mas julgo que um dias destes voltarei a ele. Quem não as conhece – ou as conhece apenas de séries ou de filmes – não perderá tempo se pegar nas aventuras de Sherlock Holmes.
Arthur Conan Doyle
Opinião » 2017-01-05 » Jorge Carreira MaiaDevo-lhe, assim como milhões de outros leitores, o ter criado essa personagem fantástica que dá pelo nome de Sherlock Holmes.
Será um mistério aquilo que faz com que uns sejam indiferentes à leitura e outros tenham nela uma fonte inesgotável de prazer. Talvez o prazer de ler tenha uma componente genética. Não faço ideia, mas é possível. No entanto, pode também resultar da deusa fortuna, da sorte de encontrar autores que despertem esse prazer quando se é muito novo. Se olhar para a minha história pessoal, descubro dois autores que tiveram uma importância fundamental na génese do meu gosto da leitura. Enid Blyton e Arthur Conan Doyle. Não, não comecei a ler precocemente os grandes clássicos do romance ou da poesia, muito menos os de filosofia. Na verdade, sou mais serôdio do que precoce. Deixo Enid Blyton para outra altura e volto-me para o médico escocês Arthur Conan Doyle, político meio falhado e espírita militante até ao fim da vida. O que lhe devo?
Devo-lhe, assim como milhões de outros leitores, o ter criado essa personagem fantástica que dá pelo nome de Sherlock Holmes. Devo-lhe ainda o prazer de ver a subtileza social britânica encenada nas relações entre Holmes e o dr. Watson. Descobrir as aventuras do singular detective na adolescência não significou apenas ter encontrada uma fonte de entretenimento, mas a abertura de mundos que estavam muito para além da pacata vida numa pequena vila de província de um país periférico, como era – e ainda é, infelizmente – Portugal. Os livros de Conan Doyle contribuíram mais para a formação do meu espírito, para a atracção pela filosofia e o respeito pela ciência, do que todos os professores que tive antes de chegar à universidade.
As aventuras de Sherlock Holmes, com o apreço dado à subtileza lógica e a atenção prestada ao papel da ciência na resolução dos mistérios criminais, não representaram apenas uma espécie de propedêutica ao amor do saber. Foram também uma escada de acesso à literatura e ao prazer de ler. Ler sem poder parar é uma experiência que nem todos têm e que nem todos os autores sabem proporcionar. Tive-a, embora não fosse já novidade, com os policiais de Conan Doyle. A partir dos seus livros descobri outros autores policiais e iniciei-me na grande literatura universal. Há muito tempo que não o leio, mas julgo que um dias destes voltarei a ele. Quem não as conhece – ou as conhece apenas de séries ou de filmes – não perderá tempo se pegar nas aventuras de Sherlock Holmes.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
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» 2024-03-18
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» Jorge Carreira Maia
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» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |