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Ucranianos - acácio gouveia

Opinião  »  2022-03-08  »  Acácio Gouveia

"“É triste que haja portugueses a tentar branquear o nacionalismo russo."

“Aquele que diz uma mentira não calcula a pesada carga que põe em cima de si, pois tem de inventar infinidade delas para sustentar a primeira.”

Alexandre Pope

 

Escrito antes do dia da infâmia

 Permito-me recordar alguns dados históricos para complementar o artigo de Pedro Ferreira “Russians”, inserto no último número do JT.

Começo por discordar com a opinião da alegada falta de equidade dos media portugueses sobre a avaliação da crise ucraniana. Se é verdade que muitos diabolizam a Rússia, também tenho ouvido comentários em sentido contrário, nomeadamente por parte de João Soares, entre outros.

Curiosamente, o texto quase não se refere ao cerne desta crise - o diferendo Ucrânia/Rússia - focando-se no papel dos EUA e da OTAN como pretensos desestabilizadores e remetendo para a sombra a questão ucraniana.

As sucessivas várias invasões que a Rússia tem sofrido, vindas do Ocidente, desde a dos cavaleiros teutónicos, no século XIII, até a de há oito décadas atrás, pelos alemães, justificariam o receio por partes dos russos em relação à sua segurança. O passado pesa na visão do futuro. Contudo, nos dias de hoje, a invasão militar da Rússia só é concebível por imaginações delirantes ou retorcidas.

Por outro lado, a imagem de uma Rússia vítima de agressões no passado é só uma face da moeda. Basta recuarmos um século e podemos contabilizar algumas invasões cometidas pelos russos. Em 1939, a União Soviética, em parceria com os nazis, invadia a Polónia e não foi uma ocupação branda. Em Katin, os esbirros de Estaline chacinaram dezenas de dezenas de militares e quadros polacos. Logo a seguir, ainda nesse ano, foi a vez da Finlândia, que perdeu 10% do território. Como não há uma sem duas, após libertarem o seu território e expulsarem os nazis da Polónia, os soviéticos enforcaram os dirigentes polacos não comunistas e impuseram uma liderança da sua confiança. Em 1956, era a vez de a Hungria sofrer a invasão soviética em resposta a uma violenta revolta anti-soviética, que foi afogada em sangue. Em 1968, a Checoslováquia era ocupada por um quarto de milhão de efectivos soviéticos, apoiados por outros tantos de outros países do Pacto de Varsóvia.

Por seu lado os ianques, na sequência do desembarque em França e ofensiva pelo ocidente, não aproveitaram a ocasião para aniquilar os partidos comunistas dos países libertados. Veja-se o papel preponderante que estes partidos tiveram na vida política de França ou de Itália, nas décadas do pós-guerra. Quando a França de De Gaulle bateu com a porta e abandonou a estrutura militar da OTAN, não assistimos a uma qualquer invasão da pátria gaulesa por parte dos EUA.

Quero dizer com este recordatório histórico que entre as duas superpotências houve clara diferença na postura para com os países nas suas áreas de influência. Diferença essa que poderá explicar a ligeireza com que os países do defunto Pacto de Varsóvia e mesmo alguns estilhaços da URSS aderiram voluntariamente à OTAN e à EU.

Voltando ao cerne da questão e à sombra para onde se tenta remeter o outro termo deste conflito: a Ucrânia. É sabido que os ucranianos nutrem pelos seus vizinhos animosidade considerável. E porque será? Provavelmente, entre outras razões, por causa do Holodomor, a campanha de extermínio pela fome que, orquestrada por Estaline, matou mais de 3 milhões de ucranianos entre 1932 e 1933.

Oxalá Putin entendesse que os ucranianos também amam os filhos!

 

Escrito depois do dia da infâmia

 Quando a própria comunidade russa em Portugal se demarca da agressão perpetrada pelo regime de Putin, é deplorável que haja portugueses a esforçarem-se por legitimar a indefensável agressão imperialista contra um país soberano, só porque lhe desagrada o regime - democraticamente eleito – aí vigente. Quando milhares de cidadãos russos enfrentam corajosamente a repressão dos esbirros de Putin nas ruas das cidades russas, protestando contra esta campanha xenófoba, é triste que haja portugueses a tentar branquear o nacionalismo russo. Note-se que, protestar contra o governo nas ruas de Moscovo ou São Petersburgo, não é mesma coisa que fazer manifestações antiNato no Rossio ou na Time Square!

A brutal invasão da Ucrânia veio demonstrar que os países do centro da Europa e bálticos tinham boas razões para aderir à OTAN!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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